Evolução do emprego no mercado formal em Feira de Santana - 2008

Por Roberto Lima

Com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Feira de Santana através do seu Centro de Pesquisas Estatísticas analisou em 2008, a evolução do mercado formal de emprego e desemprego (trabalhadores com carteira de trabalho assinada) da cidade.

No mês de dezembro, o mercado contabilizou um saldo negativo de empregos da ordem de 746 postos de trabalho, resultado que expressa a diferença entre o total de admissões (1.772 vagas) e desligamentos (2.518 vagas).

Esta retração foi em função da crise econômica mundial, que refletiu diretamente na geração de empregos no mês de dezembro. No mesmo período do ano anterior (dezembro de 2007) foram gerados 501 novos postos de trabalho (diferença entre as 2.370 admissões e os 1.869 desligamentos). Com destaque para o mês de setembro com a criação de 1.007 novos empregos.
Normalmente no último mês do ano são naturais números favoráveis à expansão do emprego na economia, em função das empresas como forma de dar conta da ampliação do consumo decorrente dos apelos consumistas das festas natalinas, recorrerem à contratação temporária de trabalhadores, que em sua maioria são efetivados.
Evolução por setores econômicos
A análise mostra que no mês de dezembro a indústria de transformação foi o setor que mais fechou postos de trabalhos na cidade, 241 vagas, resultado da diferença entre as contrações de 290 trabalhadores e a dispensa de 531. O comércio aparece em segundo lugar com 214 vagas fechadas (contratação de 826 trabalhadores e dispensa de 1.040). A construção civil aparece em terceiro lugar com menos 144 vagas (contração de 136 trabalhadores e dispensa de 280). Em quarto lugar está o setor de serviços fechando 135 vagas (contratação de 478 e dispensa de 613 trabalhadores).
O ano de 2008 entrou para a história como sendo aquele em que foi deflagrada a maior crise financeira do sistema capitalista, fenômeno esse que inquestionavelmente trouxe reflexos negativos para o conjunto da economia, ainda não perfeitamente dimensionados, e, por conseguinte, para a geração de emprego e renda.
Evolução nos 12 meses de 2008
De janeiro a dezembro o comércio gerou 1.460 novos postos de trabalho (diferença entre 12.758 admissões e 11.298 desligamentos), seguido dos serviços com 1.365 postos (8.335 contratações menos 6.970 demissões), a construção civil teve saldo de 936 novas vagas de empregos (4.492 admissões e 3.556 demissões). A indústria representou apenas 169 novas vagas de trabalho (6.569 contratações e 6.400 desligamentos).
Ao considerar o saldo total criado no ano de 2008, percebe-se que a sazonalidade negativa do mês de dezembro foi neutralizada pelos resultados positivos obtidos nos demais meses. Assim, Feira de Santana sobressaiu-se com expressiva geração de empregos formais celetistas do Estado, contando com um saldo de 4.067 novas vagas de empregos, fruto da diferença entre 32.910 admitidos menos e 28.843 desligados, comércio e serviços foram os seguimentos mais dinâmicos.
Em relação ao conjunto do Estado, foram admitidos 610.700 e 569.778 desligados com saldo positivo de 40.922 novos postos de trabalhos. Na Região Metropolitana de Salvador 304.368 admissões contra 282.333 demissões, resultando em um saldo positivo de 22.035 novos empregos. No interior foram contratados 306.332 trabalhadores e demitidos 287.445 com saldo positivo de 18.887 novos empregos. O município de Feira de Santana com 4.067 novos empregos, foi o segundo colocado, atrás apenas de Salvador.
Ao comparar o desempenho municipal baiano do mercado de trabalho formal celetista de 2008 com o do ano anterior, percebeu-se que Salvador e Feira de Santana mantiveram-se entre os que registraram os maiores saldos no período. É importante pontuar que os seus resultados em 2008 foram mais significativos do que em 2007, quando obtiveram, respectivamente: 19.004 e 3.964 empregos.

Obs.: A Região Metropolitana de Salvador inclui os municípios, além da capital, de Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filho, Dias D’Ávila, Candeias, Madre de Deus, Itaparica, Vera Cruz e São Francisco do Conde.

* Roberto Lima é coordenador do Centro de Pesquisas Estatísticas da CDL