As vaias que recebeu do público no Maracanã a festa de abertura dos Jogos Pan-Americanos, nesta sexta-feira, 13, deixaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bastante constrangido. Lula foi vaiado quatro vezes. A primeira manifestação das mais de 90 mil pessoas que estavam Maracanã aconteceu quando uma imagem do presidente apareceu nos telões do estádio no início da cerimônia. Depois, foram ouvidas vaias quando o sistema de som anunciou a presença do presidente. Lula foi vaiado de novo quando o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzmann, agradeceu a sua presença. Por fim, ele foi novamente vaiado quando teve o seu nome citado pelo presidente da Odepa, Mario Vázquez Raña.
Nunca antes neste país, um presidente recebeu tanta vaia.
Um comentário:
15/07/2007 11:54
O PT que Lula vai ter
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O PT fechou as últimas contas no final da semana e confirmou: o ex-campo majoritário continua dando as cartas no partido. O grupo de José Dirceu, Ricardo Berzoini, Antônio Palocci e outros do PT paulista terá mais de 60% dos delegados do Congresso que discutirá em agosto os novos rumos petistas. Do ponto de vista imediato, isso quer dizer que, mesmo depois de todos os desgastes sofridos, a tendência ainda vai comandar as principais decisões do encontro - como, por exemplo, a de antecipar para o final deste ano ou para o início do próximo o processo de eleições diretas para presidente do PT. Mais adiante, terá condições de eleger o novo presidente. Num prazo mais longo, a permanência dessa correlação de forças poderá deixar a Lula um espaço menor para manobrar sua própria sucessão. Ou seja, esse grupo dificilmente engolirá o apoio presidencial em 2010 a um candidato que não venha a sair de seus próprios quadros - um Ciro Gomes ou um Aécio Neves, por exemplo, tendo um petista como vice, tal como defendem alguns políticos ligados ao presidente. É com esse PT que Lula vai ter que lidar.
E o que quer esse PT? Em primeiro lugar, marcar no Congresso uma espécie de diferença entre seus interesses e posições e os interesses e posições do governo. "O PT não pode pensar com a cabeça do governo e o governo não pode pensar com a cabeça do PT", diz o presidente do partido, Ricardo Berzoini, para quem há uma diferença significativa na situação do PT do primeiro para o segundo mandato de Lula. Agora, o PT, embora partido do presidente e do ministro da Fazenda, é um dos partidos de um governo de coalizão. Mudou a relação. "No segundo mandato, a lógica do mandatário é mais focada no fechamento de sua obra do que no partido", diz Berzoini. Ele nega que o PT esteja afastado de Lula e garante que a direção do partido conversa smepre que necessário com o presidente. Mas faz questão de deixar claro que "uma coisa é a estratégia do partido; outra, a do governo".
Nessa linha, é de se supor que, aproximando-se 2010, haverá alguma confusão entre o presidente e seu partido caso Lula decida apoiar um outro nome da coalizão governista, ou até de fora dela. Cuidadoso, Berzoini afirma que, quando chegar a hora, o PT vai ter que ter sua política mas discuti-la com o presidente da República, e que não pode ter posições fechadas e irredutíveis. "É da natureza do PT ter candidato, mas não podemos transformar isso numa decisão fechada, programática", diz. Segundo ele, esse cenário vai depender ainda de muitas variáveis, como, por exemplo, o estado da coalizão governista em 2010 e os nomes mais fortes fora e dentro do PT. E, sobretudo, de Lula. "O PT não teria conseguido fazer o Lula presidente sozinho...", reconhece.
FRASE DE BERZOINI PARA A JANELA:
"O PT não pode pensar com a cabeça do governo e o governo não pode pensar com a cabeça do PT", de Ricardo Berzoini, presidente do PT.
O primeiro passo para a reorganização interna do PT, de olho nas eleições de 2008 e 2010, é o congresso de agosto. Além das teses programáticas, será discutida a antecipação da eleição interna direta do novo presidente, que está marcada para o final de 2008, coincidindo com a eleição. O próprio Berzoini, que afirma não ser candidato à reeleição, defende a antecipação para o final deste ano. Outras duas datas - abril do ano que vem e começo de 2009 - também serão examinadas.
Eleição direta é eleição direta, de resultados imprevisíveis até mesmo entre os filiados do PT. Mas os caciques do partido conhecem suas bases e as previsões são de que, na futura executiva, a maioria continuará nas mãos do antigo campo majoritário, e não das forças que defendem a chamada "refundação" do partido, capitaneadas pelo ministro Tarso Genro. A eleição dos delegados para o Congresso de agosto não deixou dúvidas quanto a isso. José Dirceu trabalhou, Marta Suplicy trabalhou e o PT de São Paulo - justamente aquele mais tem incomodado o presidente da República - continua fortíssimo.
É por aí que se diz que, se Berzoini quisesse continuar, poderia ter apoio para isso apesar do desgaste do episódio do dossiê que envolveu o PT paulista na eleição do ano passado. Mas integrantes da direção partidária ligados ao Planalto falam em renovação. Há semanas, o nome do ex-ministro Olívio Dutra era dado como o preferido de Lula, a quem é muito ligado, para a missão. Mas hoje é descartado pelos ex-campo majoritário por não ser do grupo. Ao mesmo tempo, porém, dificilmente Lula aprovará um outro nome da atual executiva. Depois de tantas dores de cabeça passadas e a previsão ainda de muitas futuras com seu partido, o presidente sabe que chegar a 2010 com alguém de sua confiança no comando petista é fundamental. Ainda muito discretamente, começa a circular o nome do assessor especial da Presidência da república e primeiro vice do PT, Marco Aurélio Garcia. Ele ocupou interinamente a função no episódio do dossiê e conseguiu ser ao mesmo tempo leal a Berzoini, a Lula e ao PT de São Paulo. É do antigo campo majoritário e assessor da confiança de Lula. O problema agora, diz-se, é convencer o professor a abraçar esse enorme abacaxi..
Da coluna Descomplicando a Política, assinada pela autora do post, no "Jornal de Brasília".
www.clicabrasilia.com.br
enviada por Helena Chagas
15/07/2007 11:00
Serra versus Aécio
A festa de abertura dos Jogos Pan-Amareicanos foi multipartidária. E com parlamentares de todos os Estados. O deputado tucano Jutahy Magalhães Júnior (BA) era um dos presentes. Defensor de primeira hora da candidatura presidencial do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Jutahy festejava também recentes pesquisas de opinião.
Segundo o deputado, já foram feitas pesquisas detalhadas em três cidades. Em Imperatriz, no Maranhão, Serra teria 33% das intenções de votos, contra 20% para Ciro Gomes (PSB). Todos os outros nomes teriam conseguido menos de 5%, incluindo Aécio Neves. Em Salvador, Serra teve 21,3%, contra 13,8% para Ciro, 7,5% para Marta Suplicy (PT), 5,6% para Aécio e 3,5% para Cesar Maia. "Em Vitória da Conquista, não gosto nem de falar, porque deu de goleada". Quanto? 52% para Serra, 12% para Ciro e 12% para Aécio.
Da coluna Informe-JB, assinada pelo autor do post, no "Jornal do Brasil".
enviada por Tales Faria
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