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segunda-feira, 25 de junho de 2007

Carta em cordel de um professor ao governador

Na postagem “Quem te viu quem te vê”, um comentário em cordel de um professor baiano (Antônio Carlos de Oliveira Barreto) ao governador Jaques Wagner, que merece ser postado no Blog Demais, para maior visibilidade. Também atendendo pedidos de leitores:
Meu prezado Jaques Wagner,
sou Toinho de Mariinha,
professor da Rede Pública,
petista de carteirinha.
Então peço que o senhor
analise esta cartinha.
Eu não serei radical
nesses versos de cordel
por saber que a vida
émistura de açúcar e fel,
só não posso acreditar
que o senhor seja infiel.
Vou lhe fazer um pedido
em nome da nossa classe:
ficaria satisfeito
se o senhor não nos negasse
sua promessa de aumento,
acabando todo o impasse.
Durante sua campanha,
o senhor nos garantiuu
m reajuste decente
mas ainda não cumpriu.
Será que já se esqueceu
depois que ao poder subiu?
Eu que fui discípulo seu,
dei meu voto e lhe aplaudi,
depositei confiança
nas promessas que eu ouvi.
Agora, nós, professores,
que vamos fazer aqui?
Me lembro dos velhos dia
sem que fui seu companheiro,
criticando os inimigos
desse povo brasileiro,
sonhando que a Educação
não ficasse no estaleiro.
Excelência era um guerreiro
com palavras e ação,
dizendo ser defensor
de uma nova educação.
Mas, de repente, me vejo
cheio de decepção.
Parece contradição
esse seu comportamento
dando um reajuste frouxo
de quatro e meio por cento.
Será que nós, professores,
temos cara de jumento?
Vossa Excelência sempre
defendeu os professores,
concordando com as greves,
conquistando os eleitores,
dizendo que a culpa era
dos outros governadores.
Não pense que nós estamos
aqui de braços cruzados;
os sonhos não terminaram
pois podem ser alcançados,
tudo nesta vida muda:
não vamos ficar parados.
Sim, estamos chateados,
mas queremos muita paz;
a nossa batalha é justa
nós vamos correr atrás.
Talvez um dia apareça
alguém que seja capaz!
Seguiremos nossa luta
a favor da Educação,
mesmo com o salário baixo
que mal dá para o pirão.
Vamos esperar melhoras
com a próxima eleição.
No passado era o senhor
que muito me incentivava
a reclamar reajuste
que ao professor faltava,
mas vejo que desse jeito
era eu quem me enganava.
Agora a APLB
e todos nós professores
estamos órfãos de ti
nesse momento de dores.
De modo que nos sentimos
verdadeiros sofressores.
Nossas perdas de salário
são de oitenta e três por cento
e o senhor nos garantiu
compensá-las com aumento,
mas agora estando eleito
já caiu no esquecimento.
E a justiça antigamente
era menos radical,
com 30 dias mandava
uma Ação Judicial.
Agora o prazo encurtou:
o que houve, general?
Prezado governador,
faça uma reflexão:
procure ser flexível,
reveja sua decisão,
pois se assim continuar
não haverá reeleição.
Muita sorte lhe desejo,
Que seja feliz também
Mas cumpra sua palavra
Para não virar refém
Dos professores baianos
que ainda lhe querem bem.
Ilustríssimo Jaques Wagner,
procure ser moderado,
não esqueça o educador,
seu fiel eleitorado,
que lhe deu bastante apoio
mas se encontra desprezado.
Ainda não desisti
seguirei com a esperança
de que nunca se desfaça
a nossa forte aliança,
pois o senhor fez promessa
e nós faremos cobrança.
Fale com seus deputados
que aprovaram a proposta
que na próxima eleição
daremos nossa resposta
porque nós fomos traídos
justamente pelas costas.
Me despeço, companheiro,
na certeza de que um dia
Vossa Excelência tenha
Muita paz, muita harmonia,
Mas saiba que todos nós
perdemos nossa alegria.
Portanto seja fiel,
corajoso e eficiente,
porque isso é traição
que você faz com a gente.
Aproveite a sugestão
reveja sua posição:
Barreto cordialmente.

4 comentários:

Anônimo disse...

Jaques Wagner: em ex-sindicalista que renega suas bases e origens sindicais: na verdade, um traidor barato que incentivava as greves dos professores num passado próximo.

Outra que está virando a casaca por causa do "efeito PODER" é a dep. Alice Portugal. vejam:

* Dobradinha - A nota pública do PSB da deputada federal Lídice da Mata, condenando a greve dos professores da rede estadual, dois dias após o anúncio pago na imprensa pelo PMDB com o mesmo propósito, confirmou nos meios políticos baianos o que todo mundo desconfiava: os dois partidos estão jogando juntos em todas as frentes.

VERGONHA para a BAHIA: um bando de "vendidos".

http://www.tribunadabahia.com.br/

Anônimo disse...

Citando a professora Alaide:

"A GREVE CONTNUA!!!

COLEGAS PROFESSORES NÃO SE INTIMIDEM DIANTE DAS AMEAÇAS DO GOVERNO DO FARSANTE SINDICALISTA QUE ESTÁ HOJE NO PODER.

RESISTAM!!

SIGAM O EXEMPLO DA PRofªIARA MARIA. ACREDITEM NA SUA FORÇA E VALOR SOCIAL.

NÃO VOLTEM PARA A SALA DE AULA, SEM TER ANTES GARANTIDO O CUMPRIMENTO DO ESTATUTO DO MAGISTÉRIO.

O GOVERNO TEM QUE EMPENHAR A SUA PALAVRA DADA, TRATA_SE DE UM COMPRMISSO MORAL, UMA OBRIGAÇÂO CONOSCO".

Cito:

"24/06/2007 - 11:07 SINDSEFAZ ANUNCIA QUE GANHOU AÇÃO NA JUSTIÇA SOBRE GREVE DE 2006"

O Tribunal de Justiça, segundo o Sindesfaz, determinou a restituição do desconto da greve de 2005, ao julgar mandado do sindicato procedente.

O Governo do Estado, portanto, que abra o olho em relação a greve dos professores diante do ato já determinado pelo governador de cortar o ponto dos servidores.

A APLB/Sindicato dos Professores deverá recorrer tabmém à Justiça para reaver o corte dos salários determinados pelo governo.

Certamente já temendo uma demanda nos tribunais, o governo já anuncia que terá folha adicional para corrigir desconto a não-grevista.

A nota saiu no Portal do Servidor, com o informe de pagamento adicional no início de julho para corrigir qualquer desconto que por algum equívoco seja realizado no salário de professores que não estão em greve". Leia o restante em :

http://www.bahiaja.com.br/noticia.php?idNoticia=2635

Anônimo disse...

O PT não tá... "Nem aí"

http://www.tribunadabahia.com.br/


"O PT não se sensibilizou nem um pouquinho com a defesa que o PMDB fez do governador Jaques Wagner no episódio da greve dos professores, que caminha para o segundo mês, causando, ao que se comenta, grande desgaste na relação do governo com o funcionalismo e a sociedade."

25 de Junho de 2007 10:38

Anônimo disse...

Esse cordel é um trabalho de fôlego do autor. Pode desde já ser considerado um clássico, um libelo contra a situação instalada pelo PT na Bahia.