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terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Morre feirense Raymundo Pinto


Faleceu nesta terça-feira, 25, Raymundo Pinto (Foto: Facebook), aos 81 anos. Ele nasceu em 30 de abril de 1940.

Quem é

Raymundo Antonio Carneiro Pinto, natural de Feira de Santana-BA, onde frequentou os cursos primário e ginasial. Completou seus estudos em Salvador, sendo aluno do curso Clássico do Colégio Central da Bahia. Graduou-se em 1963, pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e ingressou na carreira, por concurso, no cargo de juiz substituto, em 1979. Promovido sete anos depois a juiz presidente da Junta de Conciliação e Julgamento, desenvolveu suas atividades em algumas cidades do interior e também em Salvador. Passou a integrar o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, na condição de membro efetivo, em 2001, tendo antes nele atuado, por mais de um ano, como juiz convocado. A partir de novembro de 2007, exerceu, de modo sucessivo, os seguintes cargos na mesa diretora no TRT: vice-corregedor regional, corregedor regional e vice presidente. Aposentou-se em abril de 2010, como desembargador federal do Trabalho, após trinta anos de exercício da magistratura.

Raymundo Pinto retornou à cidade natal, passando a exercer a advocacia. Com vocação para o magistério, deu aulas de início num colégio particular e, após aprovado em concurso público, foi nomeado professor de História do Instituto de Educação Gastão Guimarães (IEGG), da rede estadual. Acumulou, também, experiência administrativa, tendo ocupado alguns cargos de confiança durante o primeiro governo de João Durval Carneiro como prefeito (1967-1971), destacando-se o de secretário de Educação e Cultura. Trabalhou, ainda, no Centro de Desenvolvimento Industrial (Cedin) como diretor administrativo e, depois, em Salvador, como diretor do Departamento Técnico Metropolitano.

Além de magistrado de respeitável conceito, o desembargador Raymundo Pinto se firmou como escritor. Seu primeiro livro, em 1971, foi "Pequena História de Feira de Santana". Escreveu "Enunciados do TST Comentados" em 1990, obra jurídica que alcançou a 11ª edição, com o título modificado (desde a oitava edição) para "Súmulas do TST Comentadas". Como autor de livro técnico, publicou ainda, sempre pela LTR Editora, "Mudanças no CPC e Reflexos no Processo Trabalhista", "Precedentes da Seção de Dissídios Individuais do TST" e "Guia Prático de Linguagem Forense". No campo da ficção, produziu o romance "Orfandade de um Ideal", lançado em 1993 e já em segunda edição. É autor de vários contos. Raymundo Pinto é membro da Academia Feirense de Letras desde 1991 e da Academia de Letras Jurídicas da Bahia desde 2010. Em 4 de novembro de 2011, relançou "Pequena História de Feira de Santana", no Centro Comunitário Ederval Fernandes Falcão, a Fundação Senhor dos Passos, nas Baraúnas, com concerto da centenária Filarmônica Lira 8 de Setembro, de Riachão do Jacuípe. Em maio de 2017, lançou "A Primeira Vez”, obra que contém oito histórias curtas, na forma de contos, e sucede ao romance "Orfandade de um Ideal", publicado em 1993. O prefácio é do escritor Joaci Góes e as ilustrações são do artista plástico Ângelo Roberto. 

Participou de inúmeros encontros, seminários e congressos na área jurídica, em vários deles como palestrante. 

Em 18 de setembro de 2006, recebeu a Comenda da Ordem do Mérito Municipal, na classe de Cruz do Mérito.

Teatro
Aluno da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBa), ele atuou na peça "A História de Tobias e Sara", de Paul Claudel, com direção de Martin Gonçalves. Foi a primeira vez que subiu num palco, em 1960. Depois, atuou em "Os Fuzis da Senhora Carrar", de Bertolt Brecht, também em Salvador.
Em Feira de Santana, com a criação da Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana (Scafs), ele atuou como ator em  "O Boi e o Burro a Caminho de Belém", de Maria Clara Machado, em 1965. Depois, passou a dirigir peças. Em 1965, "Uma Véspera de Reis", de Artur Azevedo, com Antonia Velloso; "A Nova Helena", de Francisco Pereira da Silva; em 1966, "Toda Donzela Tem um Pai Que É uma Fera", de Gláucio Gil; e em 1967, "Só o Faraó Tem Alma", de Silveira Sampaio, com Antonia Velloso.

Um comentário:

Unknown disse...

A vida é um sopro, já nos disseram isso, mas existem pessoas que por aqui passam e dexam um legado moral e intelectual inestimável. Doutor Raymundo Pinto, nos brindou com sua vasta cultura, inclusive jurídica. Era um exímio julgador!
Que Deus o receba em sua eterna morada e conforte seus familiares.
Antonio Bomfim e Jonathas Correia.