Já é possível dizer que a pastora
"terrivelmente evangélica" pode sonhar alto em termos eleitorais, a
depender apenas de suas ambições políticas
Por Marco Antonio Araújo
Que Sergio Moro é o ministro mais popular do atual
governo, nem se discute. Até quem não gosta dele é obrigado a admitir que o
ex-juiz arregimenta uma imensa legião de fãs. Agora, desconcertante para muitos - notadamente os de esquerda - é a popularidade e o respeito que a ministra
Damares Alves (Foto: A8SE) desperta em multidões.
Seus adversários a tratam como anedota e a
consideravam um alvo fácil de críticas demolidoras. Pois trago verdades: a
pastora é provavelmente a mais forte das personalidades políticas reveladas
pela recente onda conservadora que domina o país. E já é possível arriscar que
Damares pode sonhar alto em termos eleitorais, a depender apenas de suas
legítimas ambições e desejos.
Desde sua estreia para o grande público com "menino
veste azul e menina veste rosa", até a recente afirmação de que a campanha
criada por seu ministério para evitar o sexo na adolescência é uma tentativa de
combater a "legalização da pedofilia", Damares coleciona frases polêmicas e
declarações que fazem uivar os defensores do estado laico, dos direitos humanos
e das questões identitárias.
O que seus detratores se recusam a enxergar é que
esses "absurdos" ditos pela ministra "terrivelmente evangélica" encontra forte
apelo entre a população mais simples, pobre, religiosa, que mora e vive no
mundo real das periferias. Esse discurso ecoa no chamado Brasil profundo - e é
essa gente a quem Damares representa tão bem.
Em vez de debocharem da pauta e ideias de Damares
Regina Alves, seus inimigos de esquerda deveriam abrir mão, primeiro, da
superioridade moral que os impede de entender do que e com quem a ministra
fala. Só depois desse exercício de inteligência e humildade, talvez consigam
aprender a se comunicar com o povo sofrido que tanto dizem defender.
Fonte: https://noticias.r7.com
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