Temporada 2017 de "Massacre de Angico - A Morte de Lampião"
A temporada 2017 de "Massacre de Angico - A Morte
de Lampião" traz surpresas com novas
cenas, acréscimo de cenários, incluindo novos atores e atrizes, como Emanuel
Santos, Modesto Barros, Sandino Lamarca, Eriane Freitas, Juçara Queiroga e
Neidinha Olímpio (Miss Serra Talhada 2017, que faz a cangaceira Dadá) e José
Pimentel (que, além de dirigir, fará o cangaceiro Corisco).
Há 120 anos nascia Virgolino Ferreira da Silva, que
saltou para dentro da História com o apelido de Lampião. E há 69 anos, o
terrível encontro entre militares do Governo Getulista e cangaceiros liderados
por Lampião e sua esposa, Maria Bonita, estes pegos de surpresa e quase sem
nenhuma reação na madrugada do dia 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em
Sergipe, praticamente pôs fim à chamada Era do Cangaço. Em meio àquelas árvores
retorcidas da caatinga e resultando num verdadeiro banho de sangue no sertão nordestino,
11 integrantes do afamado bando, incluindo o casal líder, foram mortos e
tiveram suas cabeças decepadas.
Esta tragédia verdadeira é o tema do grandioso espetáculo ao ar livre e gratuito "O Massacre de Angico - A Morte de Lampião", concebido a partir do até então único texto dramatúrgico escrito pelo pesquisador do Cangaço, Anildomá Willans de Souza, natural de Serra Talhada, mesma cidade onde Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu. Mas o "molho" que rege toda esta história é o perfil apresentado deste homem símbolo do Cangaço, visto por um outro viés, bem mais humano, "mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sente medo, afetuoso, que não era somente a guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda estrutura de poder, mas um homem que amava as poesias e sua gente", revela o autor.
Esta tragédia verdadeira é o tema do grandioso espetáculo ao ar livre e gratuito "O Massacre de Angico - A Morte de Lampião", concebido a partir do até então único texto dramatúrgico escrito pelo pesquisador do Cangaço, Anildomá Willans de Souza, natural de Serra Talhada, mesma cidade onde Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu. Mas o "molho" que rege toda esta história é o perfil apresentado deste homem símbolo do Cangaço, visto por um outro viés, bem mais humano, "mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sente medo, afetuoso, que não era somente a guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda estrutura de poder, mas um homem que amava as poesias e sua gente", revela o autor.
Numa realização da Fundação Cultural Cabras de
Lampião, com patrocínio do Funcultura/Secretaria de Cultura/Governo do Estado
de Pernambuco e Prefeitura de Serra Talhada, além de diversas empresas locais,
a montagem, que teve sua estreia em julho de 2012, com absoluto sucesso, volta
a ser apresentada no município de Serra Talhada, de 26 a 30 de julho, sempre às 20 horas,
na Estação do Forró (antiga Estação Ferroviária), sob o lema "O Maior
Espetáculo ao Ar Livre do Sertão Nordestino". Com entrada franca, a expectativa
é reunir mais de cinquenta mil pessoas nos cinco dias da temporada. À frente da
encenação, que conta com 50 atores e 70
figurantes, além de 40 profissionais na equipe técnica e administrativa,
está um mestre de grandiosas produções teatrais ao ar livre no Estado, o
diretor, ator e dramaturgo José Pimentel.
Com cenas de relances quase cinematográficos, "O
Massacre de Angico - A Morte de Lampião" reconta a vida do Rei do Cangaço,
desde o desentendimento inicial de sua família com o vizinho fazendeiro, Zé
Saturnino, ainda em Serra Talhada. Para evitar uma tragédia iminente, e que de
fato aconteceu, seu pai, Zé Ferreira, fugiu com os filhos para Alagoas, mas
acabou sendo assassinado por vingança. Revoltados e para fazer justiça com as
próprias mãos, Virgolino Ferreira da Silva e seus irmãos entregaram-se ao
Cangaço, movimento que deixou muito político, coronel e fazendeiro apavorado
nas décadas de 1920 e 1930 no Nordeste. Temidos por uns e idolatrados por
outros, os cangaceiros serviram como denunciantes das péssimas condições
sociais daquela época, tanto que a honra e bravura de Lampião foram decantadas
pelos poetas populares, ao mesmo tempo em que o Governo o via como uma doença
que precisava ser eliminada.
Foi com a decisão do então presidente da República,
Getúlio Vargas, que as tropas militares conseguiram preparar, após diversas
tentativas, uma emboscada em local propício, de única entrada e saída, em
Angico. Mas até sua morte, outros fatos importantes da trajetória desde homem
que marcou a história do Brasil, afamado como herói e bandido, são revelados,
como seu encontro com padre Cícero para receber a patente de
capitão do Exército Patriótico; as demonstrações de liderança e guerrilha nas
visitas aos sete estados do Nordeste; seu amor à esposa, Maria Bonita, com
frases poéticas ditas à luz do luar; a festa da cabroeira dançando xaxado e
coco; e até a traição de Pedro de Cândida, coiteiro que foi torturado pelos militares
e acabou entregando o local de repouso dos cangaceiros em terras sergipanas
(Lampião foi assassinado aos 41 anos. Maria Bonita estava com 27).
No elenco, atores da própria Serra Talhada, mas
também do Recife e Olinda, além da atriz/cantora Roberta Aureliano, que
interpreta Maria Bonita e é natural de Maceió, Alagoas, mas passou toda a
infância em Serra Talhada. O ator e dançarino Karl Marx, de apenas 27 anos,
vive o protagonista. Integrante do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, ele
comemora 13 anos à frente do mesmo papel, em outras montagens. "A
responsabilidade é grande porque trata-se de uma personagem que mexe com a
imaginação das pessoas, que influenciou a cultura popular sertaneja, os valores
morais e até o modo de viver do nosso povo. Para mim, que sou da terra de
Lampião, que nasci e me criei ouvindo histórias sobre esses homens que
escreveram nossa história com chumbo, suor e sangue, me sinto feliz e orgulhoso
pela oportunidade de revelar seu lado humano, suas emoções, seus medos e todos
os elementos que o transformaram nessa figura mítica. Este trabalho é mais do
que um desafio profissional. É quase uma missão de vida, ainda mais quando se
trata de Cangaço, tema polêmico que gera divergências, contradições e até
preconceitos".
Ambientada em cima de uma
ribanceira de terra batida (mas sem ser necessária a itinerância do público e
com visão privilegiada para todos), durante 1h30 a encenação acontece, contando
com uma arrojada trilha sonora (que, além das vozes gravadas dos intérpretes,
inclui obras de Chico Science a Amelinha, com a música "Mulher Nova, Bonita e
Carinho, Faz o Homem Gemer Sem Sentir Dor", além de músicas do cancioneiro
popular, como "Mulher Rendeira"; e a
canção "Se Eu Soubesse", na voz da
atriz e cantora Roberta Aureliano, intérprete da Maria Bonita), iluminação
detalhista e muitos efeitos especiais, estes últimos, assim como os cenários,
assinados pelo mago da cenografia pernambucana Octávio Catanho (Tibi), parceiro
de José Pimentel em todos os seus outros trabalhos.
(Com informações de Cleonice Maria, presidente da Fundação
Cultural Cabras de Lampião)
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