Por Jorge Magalhães
Não poderia ser mais gratificante a
nossa modesta participação na 14ª Festa Literária Internacional de Paraty
(Flip), no Rio de Janeiro, oportunizando o lançamento de A República do Mangue,
o meu romance de estreia.
A história, que se passa numa ilha
paradisíaca imaginária, e que tem como eixo central a depredação das florestas
de manguezais pela ocupação desordenada do homem, agravada pela sanha criminosa
do capital especulativo com a anuência do poder político.
Tendo como cenário a bucólica
Paraty, tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Flip celebra
o encontro de autores e editoras de todo o mundo, e abre espaços para debates,
palestras e oficinas. Também propicia performances teatrais e musicais,
simultaneamente ocorrendo com as várias e diversas manifestações de rua, sempre
tomadas de visitantes e artistas que fazem o diferencial da mostra, a exemplo
de Chico Buarque, Marina e Maria Bethânia, que por lá deram o ar das suas
graças.
Os lançamentos literários,
propriamente, ficam restritos ao âmbito das várias editoras, que colocam todo o
seu acervo à venda, com predominância ao relançamento dos clássicos e best
sellers.
Com autorização da curadoria do
evento, já que "A República do Mangue" não ficou pronta em tempo de ser inscrito
oficialmente dentro do prazo fixado, pudemos expor o nosso livro sem embargos
por toda a mostra. Assim, podemos receber leitores e amigos na Pousada Palmeira
Imperial, onde nos hospedamos.
Para nossa felicidade, fomos
convidados pelo Nicolas Amelie, jornalista e músico francês que por cerca de 20
anos trabalhou, em Paris, como editor local da celebrada revista pop Rolling
Stones, para que lançássemos "A República do Mangue" em seu restaurante, numa
noitada litero-musical.
Nicolas foi um achado de Selma
Magalhães. Ela apresentou o livro ao nosso amigo francês, que fazia uma pequena
refeição à porta do seu famoso sarau, e, após ler a sinopse contida na
contracapa do livro, praticamente descortinou todo o seu conteúdo.
Fomos apresentados e, à noite,
conforme o combinado, estávamos a postos autografando alguns exemplares ao som
de sambas antológicos executados com maestria por um grupo de jovens músicos
cariocas que, mui gentilmente, dedicou-nos uma série de sambas de autoria de
Dorival Caymmi.
Chamou-nos a atenção à alegria e
descontração das meninas e rapazes que faziam às vezes de garçons. Simplesmente
simpáticos e contagiantes.
Nicolas, que se dobrou em atenções à
nossa pequena comitiva familiar, nos convidou para voltarmos no dia seguinte,
em substituição a uma autora inglesa que estaria lançando um livro sobre o
movimento Hip Hop. Com tristeza declinamos do convite, tendo em vista o
interesse em participar de uma palestra sobre poesia, e devido a compromissos
de cunho familiar, previamente agendados, no Rio de Janeiro.
Depois de ser entrevistado pela Band
News sobre a minha participação na Flip, e dando por cumprida a nossa missão em
Paraty, eu, Selma, Morena e Mahatma partimos para o Rio, onde cumprimos o
sagrado dever de visitar familiares e amigos, e desfrutar a generosidade da mãe
natureza (tão benévola com a Cidade Maravilhosa), além de consolidarmos os
laços de família, unidos pelo espírito da paz, da alegria e da concórdia.
Assim seja!
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