Por Reinaldo Azevedo
Publiquei há pouco um post
sobe a absurda entrevista de Edinho Silva, ministro da Comunicação Social, e
afirmei ser um acinte que seja ele um dos homens fortes de Dilma e ministro da
Comunicação Social.
Pois é… Nesta sexta,
veio a público o conteúdo da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da
Constran e da UTC. Está tudo lá - inclusive por que Edinho está sendo
investigado e não poderia ser ministro.
Pessoa contou que, além
da conta corrente mantida para abastecer o partido com o dinheiro da corrupção - e quem cuidava dessa área era João Vaccari Neto -, o partido queria um extra
de R$ 10 milhões.
Quem cuidou do assunto?
Edinho. Foram três reuniões. Numa delas, o agora ministro lembrou a Pessoa: "O
senhor tem obras no governo e na Petrobras, então o senhor tem que contribuir.
O senhor quer continuar tendo?".
Pessoa diz que nem entendeu como ameaça, ora vejam… Ele só compreendeu que, na
vigência do segundo mandato de Dilma, a sem-vergonhice continuaria. Combinou R$
10 milhões, que seriam doados por dentro, com registro. Repassou R$ 7,5 milhões
e foi preso antes de pagar o resto.
Pessoa contou mais. O
pagamento foi acertado num restaurante árabe da rua Haddock Lobo, em São Paulo.
Quem pegou o cheque foi Manoel de Araújo Sobrinho, que era, pasmem!, gerente
macrorregional da Região Sudoeste da Presidência da República, cargo da
Secretaria de Relações Institucionais.
Muito bem! E para onde
foi Araújo Sobrinho quando Edinho virou ministro? Ora, tornou-se seu chefe de
gabinete. Caiu depois que a delação de Pessoa veio a público. Entenderam? Caiu
o chefe de gabinete, mas Edinho ficou.
Outras lambanças
Em seu depoimento, Pessoa revelou que doou R$ 2,4 milhões à campanha de Lula de 2006 pelo caixa dois. Também costumava presentar o petista com cortes de tecido (R$ 2,5 mil cada) e cachaça da Reserva UTC. Entendo.
Em seu depoimento, Pessoa revelou que doou R$ 2,4 milhões à campanha de Lula de 2006 pelo caixa dois. Também costumava presentar o petista com cortes de tecido (R$ 2,5 mil cada) e cachaça da Reserva UTC. Entendo.
A conta corrente
corrupção abasteceu também a campanha de Fernando Haddad em 2012 - R$ 2,6
milhões, pelo caixa dois. Transferiu o dinheiro a pedido de Vaccari. E foi
adiante.
Disse ter doado R$ 150
mil ao deputado Júlio Delegado (PSB-MG) para evitar uma convocação pela CPI da
Petrobras. A Paulinho da Força (SD-SP), deu outro tanto para que trabalhadores
ligados à Força Sindical não criassem dificuldades na Hidrelétrica São Manoel.
E disse ter pagado mesada de R$ 50 mil ao advogado Tiago Cedraz, filho de
Aroldo Cedraz, presidente do TCU, para ter informações privilegiadas sobre o
tribunal.
Amigão de Dilma
Pessoa afirmou também que Valter Cardeal, amigão do peito de Dilma e então diretor-geral da Eletrobras, pleiteou um desconto de 10% na construção da usina nuclear de Angra 3. As empresas do consórcio acabaram fazendo por 6%.
Pessoa afirmou também que Valter Cardeal, amigão do peito de Dilma e então diretor-geral da Eletrobras, pleiteou um desconto de 10% na construção da usina nuclear de Angra 3. As empresas do consórcio acabaram fazendo por 6%.
Os outros 4%, conta
Pessoa, Cardeal pediu que fossem repassados na forma de doações eleitorais. Na
transcrição da delação, lê-se: "Pelo que Ricardo Pessoa tem conhecimento,
Valter Luis Cardeal é pessoa próxima da senhora presidenta da República, Dilma
Rousseff".
É, meus caros, não deixa
de ser surpreendente que Dilma corra o risco de ser impichada apenas pelos
crimes fiscais que cometeu, também eles crimes de responsabilidade.
Ela deveria considerar
isso uma sorte.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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