Por
Targino Machado
Assistimos
perplexos, graças às atuações da Justiça (leia-se juiz Sérgio Moro), do
Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da mídia, esta de forma
exemplar, o que jorra da cloaca dos políticos brasileiros.
O odor
fétido que de lá exala, contamina a todos os políticos indistintamente. Atira a
todos em uma mesma vala.
Naturalmente,
em todas as cestas existem os tomates bons e os podres. Só por isto, a
generalização já torna-se injusta, infame, implacável.
Os bons e
maus têm que ser citados pela razão mesma que existem. No caso em tela, os maus
são ampla maioria, é fato. Que se exaltem as mazelas, mas, que se façam as
ressalvas.
Vivemos
em um país onde a esperteza é celebrada e o jeitinho brasileiro é a moeda
corrente mais valorizada.
O "gato" de energia elétrica ou de água encanada, a televisão a cabo puxada do vizinho,
a fraude nas notas fiscais, a burla na declaração de Imposto de Renda para
pagar menos impostos é, também, intensa neste país.
Aqui
fuma-se e joga-se a ponta do cigarro ao chão, atira-se lixo nas ruas, não se
respeita o meio ambiente, mas reclama-se com indignação quando ocorrem as
catástrofes em razão dessas condutas erradas.
O lixo
atirado nas vias públicas entope os esgotos pluviais, depois reclama-se dos
políticos quando ocorrem as inundações. Não se respeitam os idosos e
deficientes. Furar fila significa sabedoria.
A
presidente Dilma transformou-se em um desastre político-administrativo. Tira-se
Dilma e hospeda-se quem no lugar?
A
corrupção é pandêmica. Quase não se salva ninguém. As queixas nos acompanham de
Pedro Álvares Cabral até a República.
Se os
marechais, os generais, passando por Getúlio, Juscelino, Jânio, Sarney, Collor,
Itamar, FHC, Lula e, agora, Dilma, não prestaram, deve-se a quê?
Ao
substrato, ao barro, à massa, enfim, a matéria-prima contaminada. Os nossos
políticos são escolhidos no conjunto da nossa população, pelo conjunto dos
nossos eleitores, só por isso não podem ser diferentes do que são.
Vamos
erradicar os vícios, os pecados que temos enquanto população, vamos investir
mais em educação, ler mais, estudar mais e amar mais este país. Vamos
apresentar nossas criancinhas a Deus, orar muito e pedir vergonha a Deus.
Talvez
assim, dentro de algumas décadas, possamos ter uma população melhor, com
eleitores mais preparados a escolherem políticos numa matéria-prima melhor.
Fomos
todos esculpidos de um mesmo barro e graças a Deus algumas almas se salvaram.
A notícia
publicada é a notícia passada. A vida só pode ser compreendida examinando-se o
passado, olhando para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente, já
que não podemos atuar no tempo passado, vamos construir, no presente, um novo
tempo futuro, um novo país.
Targino
Machado é deputado estadual
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