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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A corrupção é pandêmica

Por Targino Machado
Assistimos perplexos, graças às atuações da Justiça (leia-se juiz Sérgio Moro), do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da mídia, esta de forma exemplar, o que jorra da cloaca dos políticos brasileiros.
O odor fétido que de lá exala, contamina a todos os políticos indistintamente. Atira a todos em uma mesma vala.
Naturalmente, em todas as cestas existem os tomates bons e os podres. Só por isto, a generalização já torna-se injusta, infame, implacável.
Os bons e maus têm que ser citados pela razão mesma que existem. No caso em tela, os maus são ampla maioria, é fato. Que se exaltem as mazelas, mas, que se façam as ressalvas.
Vivemos em um país onde a esperteza é celebrada e o jeitinho brasileiro é a moeda corrente mais valorizada.
O "gato" de energia elétrica ou de água encanada, a televisão a cabo puxada do vizinho, a fraude nas notas fiscais, a burla na declaração de Imposto de Renda para pagar menos impostos é, também, intensa neste país.
Aqui fuma-se e joga-se a ponta do cigarro ao chão, atira-se lixo nas ruas, não se respeita o meio ambiente, mas reclama-se com indignação quando ocorrem as catástrofes em razão dessas condutas erradas.
O lixo atirado nas vias públicas entope os esgotos pluviais, depois reclama-se dos políticos quando ocorrem as inundações. Não se respeitam os idosos e deficientes. Furar fila significa sabedoria.
A presidente Dilma transformou-se em um desastre político-administrativo. Tira-se Dilma e hospeda-se quem no lugar?
A corrupção é pandêmica. Quase não se salva ninguém. As queixas nos acompanham de Pedro Álvares Cabral até a República.
Se os marechais, os generais, passando por Getúlio, Juscelino, Jânio, Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e, agora, Dilma, não prestaram, deve-se a quê?
Ao substrato, ao barro, à massa, enfim, a matéria-prima contaminada. Os nossos políticos são escolhidos no conjunto da nossa população, pelo conjunto dos nossos eleitores, só por isso não podem ser diferentes do que são.
Vamos erradicar os vícios, os pecados que temos enquanto população, vamos investir mais em educação, ler mais, estudar mais e amar mais este país. Vamos apresentar nossas criancinhas a Deus, orar muito e pedir vergonha a Deus.
Talvez assim, dentro de algumas décadas, possamos ter uma população melhor, com eleitores mais preparados a escolherem políticos numa matéria-prima melhor.
Fomos todos esculpidos de um mesmo barro e graças a Deus algumas almas se salvaram.
A notícia publicada é a notícia passada. A vida só pode ser compreendida examinando-se o passado, olhando para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente, já que não podemos atuar no tempo passado, vamos construir, no presente, um novo tempo futuro, um novo país.

Targino Machado é deputado estadual

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