"O julgamento pelo Supremo da constitucionalidade
do voto secreto na eleição da comissão do impeachment da presidente Dilma
Rousseff dará ainda mais legitimidade ao processo", disse o deputado federal
José Carlos Aleluia, presidente estadual do Democratas, sobre a decisão do
ministro Luiz Edson Fachin de levar a questão ao pleno do Supremo Tribunal
Federal (STF), em entrevista à Rádio Tudo FM, na manhã desta quarta-feira, 9.
Aleluia defendeu que todo o processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff seja feito à luz da Constituição
Federal. "Não queremos apressar nada. Entendemos que a presidente deve ter o
direito à defesa e que a serenidade deve ser mantida ao longo do julgamento". O
líder democrata, no entanto, ressaltou que o voto secreto está previsto no
regimento da Câmara Federal para todos os casos de eleições na Casa. "É uma
salvaguarda que os parlamentares têm para se protegerem de possíveis
retaliações".
Na avaliação do deputado baiano, ao
tentar impedir a votação e agora apelar ao Supremo, o governo petista quer
atropelar o regimento da Câmara para tornar a votação aberta e assim controlar
os infiéis de sua base. "Numa votação aberta, muitos poderiam se intimidar com
as retaliações do governo, deixando de expressar a vontade popular manifestada
em todas as pesquisas de opinião".
Com o processo de impeachment
desencadeado, Aleluia considerou que cabe à presidente Dilma agora provar
inocência sobre os crimes de responsabilidades que ela própria já admitiu que
cometeu, e foram atestados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "Sem falar
de sua liderança, ao lado de seu padrinho Lula, na roubalheira da Petrobras,
onde ela era a presidente do Conselho de Administração no auge das falcatruas".
Aleluia admitiu que, no caso de
confirmação do impeachment da presidente, a oposição irá apoiar o governo de
transição sob o comando de Michel Temer. "Será um novo governo capaz de retomar
a confiança e a esperança no Brasil, o que não é mais possível acontecer com
Dilma Rousseff na presidência da República".
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