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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

"Por que calar a voz do povo?"



Íntegra do discurso do deputado estadual Targino Machado, nesta terça-feira, 15, no Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia:

"Há vinte anos nesta Assembleia Legislativa.
Aqui já escutei várias definições para esta Casa, ditas por deputados de vários matizes políticos, alguns hoje na condição de ex-deputados.
As definições mais frequentes:
- Esta Casa é dos deputados;
- Esta Casa existe por conta dos deputados.
Esta Casa, apesar de generosa, não pertence a nenhum dos senhores deputados, embora, a mim pareça, que alguns, em decorrência da longa permanência no exercício do mandato, exercitam o imaginário e se julgam daqui proprietários.
Esta Casa não existe por causa dos deputados, é justamente o contrário. É fruto da democracia, onde o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal.
Pois é, senhores deputados, senhor presidente, desta Casa sequer sou inquilino. A nossa permanência depende do povo, não podemos inverter a equação, querendo calar as vozes dos verdadeiros donos desta Casa legislativa.
Por que calar a voz do povo? Calar e esvaziar as galerias? Bem, senhor presidente, senhores deputados, por favor compreendam que os gritos do povo ocorrem quando esta Casa se apequena, se avilta nas suas obrigações, se vende distanciando-se dos princípios que devem nortear o Parlamento.
Os ditadores desprezam os clamores populares. Não somos ditadores, somos empregados de luxo da democracia, aqui colocados pelos eleitores para representá-los, agindo em sintonia fina com eles.
Assisti esta Casa, que precisaria parecer com um abrigo, para acolher, para dar amparo e asilo aos sentimentos das ruas, se transformar numa praça de guerra, que foi urdida para demonstrar a sua submissão e o seu jugo como se o Parlamento tivesse que se submeter ao Executivo como se fôssemos parelha de bois.
A ignomínia. Ao invés de defendermos os interesses dos nossos benfeitores, dos nossos patrões: o povo, alguns arautos da desfaçatez viraram as costas a eles, aqui representados, na quarta-feira, 9/12, pelos funcionários públicos e jovens estudantes, recepcionando-os como se bandidos fossem com pancadaria promovida pela Mesa Diretora desta Casa.
Foi assim, ao invés de merecido acolhimento, açoite; ao invés de asilo político: abandono e violência.
Ora, senhor presidente e senhores deputados, a democracia pressupõe proteção aos direitos fundamentais dos cidadãos, a exemplo das liberdades de manifestações, expressão e defesa de direitos.
Lamentável é a Casa do Povo, manter o aleitamento de um elemento violento nas volumosas tetas do Parlamento Estadual, para agredir jovens que só pretendiam exercer a democracia através de um protesto inocente, pueril, sem nenhuma violência.
Quem agride mulher, o faz por covardia, por razões atávicas ou pelo hábito de fazê-lo no seu cotidiano.
A democracia sofreu um ataque, perpetrado por quem tem a obrigação de protegê-la, ao convocarem a Polícia Militar para uma invasão ao Parlamento sem precedentes, nem mesmo no Regime Militar.
Com efeito, as atrocidades cometidas, o foram sob o comando do despreparado e arrogante coronel Yuri, chefe da Casa Militar deste Poder, de onde já deveria ter sido afastado, exonerado.
Senhor presidente, sou testemunha ocular da agressão deste covarde coronel a uma jovem estudante, que terminou machucada, justo no local reservado à imprensa nesta Casa.
Pense num absurdo, na Bahia tem precedente.
Sempre há tempo, senhor presidente, para reconhecer o erro e pedir perdão. Clamo à Mesa Diretora desta Casa: exonerem este coronel, façam justiça ao povo. Peçam perdão ao povo.
Alguns deputados me acham e me acusam de polêmico, outros a mim atribuem surtos de loucura, ou loucura continuada, não sei.
Mas a minha loucura não fede, não enoja, não mente, não comete ingratidões. A minha loucura não me permite o leilão de princípios. Bendita loucura que me separa do lodo, da lama; bendita loucura que não me mistura, antes me separa.
Oh Deus, meu Deus! Obrigado por esta loucura, que me permite sentir o mau cheiro que exala da política e, que, por vezes, se espraia por esta Casa.
Prefiro a insanidade, a loucura dos inocentes, à sanidade mental daqueles que se escondem no breu das tocas deste Poder.
Oh Pai! Faz um milagre nesta Casa".



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