Não sei exatamente a data da fundação da Fábrica Leão do
Norte, mas lembro-me dela em 1930 situada entre os fundos da Prefeitura e o ABC
(hoje, avenida Sampaio). Era a única construção em meio a um grande matagal.
Ocupava uma área de uns 20.000 m², incluindo a chácara com a residência do seu
fundador e proprietário, Paulo Costa Lima, o químico que criou a famosa
Jurubeba Leão do Norte.
A fábrica tinha uma grande área construída
dividada em escritório, salão das dornas onde ficavam umas 15 delas de 2 a 4
mil litros, salão de engarrafamento, rotulagem e acabamento, sala de
carpintaria e embalagem, galpão de moagem com as primeiras máquinas a motor,
sala de produção onde se faziam as bebidas, sala de tanoaria, sala de lavagem
de garrafas, além de vários depósitos para carroças, dependências para
operários e um sem número deles.
Durante todos os dias da semana havia muito
movimento de carroças transportando caixas e barris de bebida para a Estação
Ferroviária e para o comércio local. Nos dias de segunda-feira, dia da feira
local, a fábrica ficava tomada de animais de carga que vinham de toda parte
comprar bebidas e vinagre.
É difícil de se acreditar que uma cidade até então
tão pequena tivesse uma fábrica daquele porte, mas era tão grande e boa que
Feira ficou pequena para ela e o Paulo Costa Lima levou-a para a capital onde
mais se desenvolveu e ainda hoje tem nome no Brasil e no exterior - a Jurubeba
Leão do Norte, nascida em Feira de Santana.
A minha permanência na Marinha durante a Segunda
Grande Guerra e posterior residência em fazenda no sertão, me afastou da
família de Paulo Costa Lima, mas como bom feirense não esqueço de D. Senhora
nem dos seus filhos, especialmente Vivaldo, que era dos mais novos senão o mais
novo.
E já que falei em bom feirense, que tal se os senhores vereadores,
nascidos ou residentes aqui, que também são feirenses, trocassem um desses
nomes de rua como Los Angeles, Buenos Aires, Ayrton Senna etc. pelo nome do
respeitável Paulo Costa Lima numa justa homenagem ao primeiro industrial de
Feira de Santana, ao homem íntegro, ao pai que deu filhos ilustres a Feira de
Santana, como foram todos os seus filhos.
Vamos ser menos ingratos com os antepassados que
conduziram Feira ao alto do progresso. Esquecer ou negar o nome de homens que
fizeram a história da cidade não é só ignorância e ingratidão: é uma covardia.
Fonte: "Feira Antiga", Blog de Antonio do Lajedinho
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