No Capítulo IX - O ano de 1969, do livro "cinema demais", o comentário de Dimas Oliveira sobre "Os Dez
Mandamentos":
Cecil
B. DeMille, já falecido, sempre foi um realizador de superproduções, tanto no
gênero épico ("Jornadas Heróicas", "Aliança de Aço", "Legião de Heróis"), no
gênero circense ("O Maior Espetáculo da Terra"), como no gênero bíblico ("O Rei
dos Reis", "O Sinal da Cruz", "Os Dez Mandamentos" o que vamos falar), isso
dizendo apenas suas mais destacadas realizações.
Apesar
de contar com dez anos de lançado, o filme mantém-se. Trata-se da última
realização de DeMille, que conseguiu fazer uma obra quase prima no gênero,
diferencia em tudo o que já se produziu no estilo.
"Os
Dez Mandamentos" não é somente uma película como tantas outras. É a concepção,
segundo seu autor, de como Deus ensinou aos homens o caminho real para menos
difícil d’Ele se aproximar. Conta também com a empolgante narrativa dos hebreus
e sua acidentada busca da terra prometida e o início da formação de Israel.
Vemos Moisés não apenas como legislador e profeta, todavia como homem de carne
e osso com seus sentimentos, elevando sua voz ao Senhor, implorando
misericórdia para seu povo. A narrativa é desenvolvida num cenário familiar a
todo cristão, contudo que jamais foi tão realístico.
Para
captar tudo isso, as câmaras cinematográficas foram encaminhadas ao Egito,
percorreram os desertos, cruzaram o Mar Vermelho, numa nova peregrinação pelas
terras em que Moisés andou, até chegar ao Monte Sinai, onde Deus promulgou seus
Dez Mandamentos.
"Os
Dez Mandamentos" - disse DeMille antes de falecer - "não são regras comuns que
se devem obedecer para se arranjar graças divinas. São os princípios
fundamentais pelos quais a vida do homem deve reger-se". Esses princípios nos
são apresentados pelo memorável diretor-produtor que findou sua obra com o
vigor, o colorido e o entusiasmo de um moço que crê em Deus e chega até Ele.
No
elenco, destacam-se Charlton Heston como Moisés, que apesar de canastrão sempre
foi o escolhido para papeis bíblicos e históricos; Yul Brynner como o faraó;
Edward G. Robinson, ator característico interpreta Dathan como ele só. Os
outros, Anne Baxter, Yvonne De Carlo, Debra Paget, John Derek, Nina Foch, Sir
Cedric Hardwick, Martha Scott, Vincent Price e Judith Anderson, firmam-se num
mesmo plano de regularidade sustentando o elenco.
Enfim, "Os Dez Mandamentos", como toda superprodução bíblica, ou outra qualquer, não
pode entrar no rol dos filmes excepcionais, mas é assistível ou reassistível.
Apesar da longa metragem, em momento algum descamba para a monotonia.
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