Por Pedro Costa
Uma das
cláusulas do acordo de delação premiada prevê que Paulo Roberto Costa,
ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, entregará à Justiça Federal
todo o dinheiro que desviou da estatal. Foram R$ 70 milhões, jurou o executivo
no início de outubro, durante o depoimento em que detalhou o funcionamento do
esquema criminoso e os critérios que orientavam a distribuição do produto do
roubo.
A cada
contrato celebrado pela Petrobras, 2% do valor total ficavam com o PT e 1% era
embolsado pelo PP, partido oficialmente responsável pela indicação do diretor
nomeado por Lula, que logo passou a chamá-lo de "Paulinho". "Desse 1% do PP,
60% ia para o partido, 20% era para as despesas operacionais", contou o
depoente. Os 20% restantes eram repartidos entre a trinca que articulava as
negociatas, formada pelo falecido deputado José Janene, do PP paranaense, pelo
doleiro Alberto Youssef e por Paulinho de Lula.
"Era
70% para mim, em espécie normalmente, e 30% para Youssef ou Janene", explicou.
Baseada na quantia que será devolvida pelo depoente, uma conta simples informa
que só na área de Abastecimento e Refino o PP conseguiu pelo menos meio
bilhão de reais. Descontadas as comissões dos intermediários (e as despesas com
a lavagem do dinheiro), o partido arrecadou, portanto, R$ 350 milhões.
Como o
PT abocanhou o dobro, conclui-se que as duas siglas parceiras desviaram 1,5
bilhão da diretoria comandada por Paulo Roberto Costa. Essa montanha de
dinheiro permitiria, por exemplo, a doação de um salário mínimo a todos os 2
milhões de habitantes de Curitiba, a capital do Estado onde o executivo
gatuno nasceu e ingressou (por concurso) na estatal que ajudaria a reduzir a
uma usina de maracutaias.
A
Polícia Federal calcula que a roubalheira do Petrolão consumiu cerca de R$ 10
bilhões de reais. Ainda não foi revelado, portanto, o destino de R$ 8,5
bilhões. Não faltam corruptos a engaiolar. Tomara que não falte cadeia.
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