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segunda-feira, 21 de julho de 2014

"A guerra moral entre Israel e o mundo"

Por Deborah Srour
Como toda semana, em preparação para este programa, eu leio os principais jornais, assisto os diversos canais de notícias e pesquiso o que falam os comentaristas. Pela primeira vez, me senti cansada. A falta de moral do mundo neste século XXI é enojante.
Estou cansada dos líderes mundiais que dizem que Israel tem o direito de se defender mas sempre com alguma ressalva; cansada de outros líderes que nem este direito dão a Israel. Farta daqueles que se acham no direito de opinar sobre um conflito situado a mais de 10.500 km de distância quando não abrem a boca sobre os verdadeiros massacres por outros na região ou fazem qualquer coisa em seus próprios países sobre a segurança. Acho que sabem de quem estou falando.
Estou farta de ouvir que Israel "bloqueia" Gaza quando 6 mil toneladas de mercadorias, incluindo material de construção, alimentos e remédios são entregues todos os dias só para serem usados para construir mísseis e túneis contra Israel. Mas ninguém fala sobre o "bloqueio" do Egito, um país muçulmano que não deixa passar nem um alfinete para Gaza.
Estou farta da esquerda festiva, a mesma esquerda do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores da Alemanha, os nazistas, que nunca abandonaram seu antisemitismo e hoje se orgulham de chama-lo "antisionismo". O sionismo não é um palavrão. É o direito dos judeus a autodeterminação, como qualquer outro povo.
Estou farta de ver o mundo aceitar dúzias de países muçulmanos e cristãos mas é a idéia de um estado judeu menor que o estado de Sergipe que lhes tira o sono. Que seja normal em 2014, quando dois milhões de árabes vivem dentro de Israel, o mundo exige a expulsão de 600 mil judeus da Judéia e Samaria por serem um "obstáculo à paz" pois os palestinos só aceitam um país Judenrein, livre de judeus.
Estou farta da UNRWA que só agora admitiu que suas escolas são usadas para esconder mísseis mas reconhece qualquer um que se encontrava em Israel entre 1946 e 1948 a qualquer título e incluindo seus descendentes, como refugiados palestinos. E estou farta da ONU que não tem outro assunto a tratar além de condenar Israel.
Estou farta da mídia, como Diane Magnay da CNN que ontem chamou os israelenses de "escória" na sua conta Twitter, e da BBC, France 24, Al-Jazeera que não cansam de chamar Israel de criminosa mas ficam completamente calados quando os líderes do Hamas e suas famílias se escondem como ratos no subsolo do hospital Shifa de Gaza ou então, como Khaled Mashaal, que nunca pôs os pés em Gaza, mora ricamente em Qatar, mas expõem as famílias palestinas e as usam como escudos humanos. Ninguém abre a boca quando milhares são massacrados e gaseados na Síria e no Iraque. Hoje o grupo Isis deu até sábado para os cristãos do Iraque se converterem ao islamismo ou serem mortos. Alguém ouviu algum protesto? Houve alguma passeata? Alguma condenação?
Estou cansada do New York Times que continua a impor um equivalência moral entre os mísseis e túneis dos terroristas que alvejam tão-somente civis israelenses, e o exército de Israel que alveja somente objetivos militares e tenta de todas as formas minimizar as perdas civis.
Que país em guerra avisa o inimigo aonde irá atacar para que os civis procurem abrigo? Que país em guerra continua a fornecer energia elétrica, comida e remédios ao seu inimigo?  Que país em guerra monta um hospital no campo de batalha para tratar do inimigo? Que país aguentaria 10 anos e dezenas de milhares de mísseis sobre seus cidadãos, tentativas de sequestro de seus soldados e civis, e assassinatos de famílias inteiras sem qualquer resposta? Apenas um destes túneis chegava no meio do kibbutz Netsiv Asarah. Os terroristas encontrados nele levavam além de armas, algemas e tranquilizantes.
Estou farta daqueles que continuam a querer dar lições de moral a Israel sobre as pobres mães de Gaza quando os próprios líderes do Hamas, eleitos por estas mães, procuram o derramamento de seu sangue para alcançar seus objetivos políticos.
Meu cansaço não é único. As nações árabes do Oriente Médio estão começando a se dar conta que a mesma versão violenta e anti-semita do Islamismo que impulsiona a agressão do Hamas contra Israel é a força por trás da violência no Iraque, na Síria e em seus próprios países. Que o regime brutal do Hamas em Gaza, que persegue mulheres, cristãos e homossexuais, que glorifica a morte violenta, e está usando a população de Gaza é um perigo para todo o mundo árabe.
Os egípcios, pela primeira vez, começaram a dizer na mídia que o Hamas, a Irmandade Muçulmana e os outros grupos islâmicos que operam no Sinai, são uma ameaça a sua segurança nacional. Neste final de semana a elite intelectual egípcia publicamente acusou o Hamas de causar o sofrimento em Gaza. O jornal 'Al-Ahram' chegou até a elogiar o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu.
O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi tentou conseguir um cessar-fogo que foi totalmente rejeitado pelo Hamas. Enquanto isso, Mahmoud Abbas, tomando as dores do Hamas, está viajando pelo mundo advogando sem sucesso em prol do grupo terrorista, difamando Israel com supostos "massacres", provando mais uma vez aonde fica sua lealdade.
Pela primeira vez, o Hamas está frustrado com as nações árabes. Seu porta-voz, Sami Abu Zuhri declarou que "não há uma atividade oficial árabe para salvar Gaza". O site oficial do Hamas disse que o grupo se sente "traído pelos regimes árabes".
Zuhri fez esta declaração depois de uma sessão de emergência da Liga Árabe em que a Arábia Saudita e o Egito mandaram os palestinos resolverem suas diferenças políticas.
O rei da Jordânia por seu lado, tem sido ameaçado há anos pela Irmandade Muçulmana e hoje pelo grupo islâmico Isis que está na sua fronteira com o Iraque. Apesar de ter condenado Israel publicamente, Abdullah não autorizou a reabertura dos escritórios do Hamas em Amman. O rei sabe que um Hamas enfraquecido, é uma Irmandade Muçulmana enfraquecida.
Desde 2005, quando Israel, numa ação dolorosa em prol da paz, demoliu todas as comunidades judaicas em Gaza e evacuou seus oito mil residentes, não houveram postos de inspeção, obstáculos ao tráfego e principalmente nenhum assentamento ou soldado israelense na Faixa. Mas em vez de construir a Cingapura do Oriente Médio como os políticos prometeram, os palestinos em Gaza se dedicaram à morte e destruição. Em vez de gastarem seu tempo e energia em contrabandear armas, munição e explosivos e construírem centenas de túneis para dentro de Israel, a liderança do Hamas poderia ter usado todos estes recursos para melhorar a vida da população de Gaza. 
E é Israel que toma a lição de moral…
Finalmente, estou farta de ouvir que não há solução militar para este conflito. Esta é a maior imbecilidade já proferida por alguém mas é repetida indiscriminadamente sem qualquer ponderação sobre o seu significado. Eu digo e repito: Só há uma solução militar para este conflito. Tem que haver um ganhador e um derrotado que aceitará os termos da rendição. Foi assim e será assim até o fim dos tempos. Não houve qualquer conflito na história humana, resolvido de outra forma.
E o Hamas sabe disso e está desesperado por algo que possa chamar de vitória. Isto poderia ser um ataque espetacular contra Israel, a morte de um número expressivo de civis num ataque israelense ou mesmo a comunidade internacional forçar Netanyahu a aceitar as condições absurdas impostas pelo Hamas.
Se Israel conseguir negar esta vitória ao Hamas e infligir uma humilhação à esta organização terrorista, eliminando seus líderes na Faixa e destruindo os túneis que levam a Israel, terá então alcançado uma vitória neste round. É isso que temos esperar.
Fonte: "Politicamente Falando..."


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