Por Ricardo Setti
Santo Deus, haja paciência.
Lá vem
ele de novo - Lula.
Lula, o presidento que mais beneficiou banqueiros e empreiteiras na história da República - pregando contra "as elites".
Lula, que culpou os "brancos de olhos azuis" pela crise econômica mundial, que fez os brasileiros colarem na testa sua suposta origem racial pela primeira vez na história ao instituir a política de quotas, que sistematicamente dividiu os brasileiros ao longo de 8 anos de governo entre "nós" e "eles" - culpando a oposição e a imprensa por criar um suposto "ódio de classes".
"A elite brasileira está conseguindo fazer o que nunca conseguimos", bradou Lula. "Despertar o ódio de classes".
Como se não fosse o PT que passasse a mão o tempo todo em "movimentos sociais" violentos e baderneiros, como o MST ou os diferentes movimentos de sem-teto, que pregam abertamente a luta de classes como forma de chegar ao poder.
Como se não tivesse partido do então chefão petista José Dirceu (hoje na cadeia como mensaleiro) a famosa conclamação - já com o governador de São Paulo Mário Covas morrendo de câncer - de maio de 2000 para que os petistas baterem nos tucanos "nas ruas e nas urnas".
O novo surto do ex-presidento, que já vinha se esboçando em reclamações furiosas contra empresários que ousam apoiar o tucano Aécio Neves na próxima eleição e em explosões de raiva em encontros com correligionários, veio à tona no Recife, durante evento de apoio à a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo de Pernambuco.
Por uma dessas ironias deliciosas da política e da vida, o senador de quem Lula ergueu o braço é a própria encarnação do que o ex-presidento critica como "elite": multimilionário, herdeiro de uma dinastia de industriais e banqueiros, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, filho de um ex-ministro da Agricultura e neto de um ex-governador de Pernambuco.
Lula estava incomodado pelos xingamentos à presidente Dilma Rousseff ocorridos na Arena Corinthians durante a abertura da Copa do Mundo, que ele classificou como "uma cretinice fomentada por parte da imprensa".
O fato serviu de pretexto para nova investida contra as "elites". Para Lula, os xingamentos vieram da "parte bonita da sociedade" - algo curioso para quem critica ódios e discriminações, porque o ex-presidento assumiu, imediatamente, a hipótese de que só pessoas endinheiradas foram à partida inaugural (a "parte bonita da sociedade") e que, portanto, pobre é feio.
Estou errado? Ou foi Lula, o pobre nordestino sem estudos, filho de mãe que nasceu analfabeta, que chegou ao cargo supremo da República, é quem escorregou feio no preconceito?
Mas quem diz que o homem está preocupado com coerência? Pois não é que Lula, o rei do palavrão, que já proferiu em palanques e no próprio gabinete presidencial expressões que não posso reproduzir na coluna, ainda quis dar lição de boas maneiras?
"Respeito, educação, a gente aprende na casa da gente (sic)", ensinou. É de morrer de rir, por partir de quem partiu.
Só para lembrar um único episódio, quem foi o líder de âmbito nacional, presidente de um grande partido político que, no dia 8 de maio de 1993, em Teófilo Otoni (MG), chamou o presidente da República, Itamar Franco, de "filho da puta"?
Se você quer rir com o cidadão que, entre muitas, fez aquela declaração machista e horrorosa sobre a cidade de Pelotas (RS), não deixe, em hipótese alguma, de ler este post de Augusto Nunes a propósito do palavreado ex-presidencial.
O problema é que, a pretexto de condenar "ódios" e preconceitos, o que Lula tem feito é acirrá-los.
Fonte: "Política & Cia"
Lula, o presidento que mais beneficiou banqueiros e empreiteiras na história da República - pregando contra "as elites".
Lula, que culpou os "brancos de olhos azuis" pela crise econômica mundial, que fez os brasileiros colarem na testa sua suposta origem racial pela primeira vez na história ao instituir a política de quotas, que sistematicamente dividiu os brasileiros ao longo de 8 anos de governo entre "nós" e "eles" - culpando a oposição e a imprensa por criar um suposto "ódio de classes".
"A elite brasileira está conseguindo fazer o que nunca conseguimos", bradou Lula. "Despertar o ódio de classes".
Como se não fosse o PT que passasse a mão o tempo todo em "movimentos sociais" violentos e baderneiros, como o MST ou os diferentes movimentos de sem-teto, que pregam abertamente a luta de classes como forma de chegar ao poder.
Como se não tivesse partido do então chefão petista José Dirceu (hoje na cadeia como mensaleiro) a famosa conclamação - já com o governador de São Paulo Mário Covas morrendo de câncer - de maio de 2000 para que os petistas baterem nos tucanos "nas ruas e nas urnas".
O novo surto do ex-presidento, que já vinha se esboçando em reclamações furiosas contra empresários que ousam apoiar o tucano Aécio Neves na próxima eleição e em explosões de raiva em encontros com correligionários, veio à tona no Recife, durante evento de apoio à a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo de Pernambuco.
Por uma dessas ironias deliciosas da política e da vida, o senador de quem Lula ergueu o braço é a própria encarnação do que o ex-presidento critica como "elite": multimilionário, herdeiro de uma dinastia de industriais e banqueiros, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, filho de um ex-ministro da Agricultura e neto de um ex-governador de Pernambuco.
Lula estava incomodado pelos xingamentos à presidente Dilma Rousseff ocorridos na Arena Corinthians durante a abertura da Copa do Mundo, que ele classificou como "uma cretinice fomentada por parte da imprensa".
O fato serviu de pretexto para nova investida contra as "elites". Para Lula, os xingamentos vieram da "parte bonita da sociedade" - algo curioso para quem critica ódios e discriminações, porque o ex-presidento assumiu, imediatamente, a hipótese de que só pessoas endinheiradas foram à partida inaugural (a "parte bonita da sociedade") e que, portanto, pobre é feio.
Estou errado? Ou foi Lula, o pobre nordestino sem estudos, filho de mãe que nasceu analfabeta, que chegou ao cargo supremo da República, é quem escorregou feio no preconceito?
Mas quem diz que o homem está preocupado com coerência? Pois não é que Lula, o rei do palavrão, que já proferiu em palanques e no próprio gabinete presidencial expressões que não posso reproduzir na coluna, ainda quis dar lição de boas maneiras?
"Respeito, educação, a gente aprende na casa da gente (sic)", ensinou. É de morrer de rir, por partir de quem partiu.
Só para lembrar um único episódio, quem foi o líder de âmbito nacional, presidente de um grande partido político que, no dia 8 de maio de 1993, em Teófilo Otoni (MG), chamou o presidente da República, Itamar Franco, de "filho da puta"?
Se você quer rir com o cidadão que, entre muitas, fez aquela declaração machista e horrorosa sobre a cidade de Pelotas (RS), não deixe, em hipótese alguma, de ler este post de Augusto Nunes a propósito do palavreado ex-presidencial.
O problema é que, a pretexto de condenar "ódios" e preconceitos, o que Lula tem feito é acirrá-los.
Fonte: "Política & Cia"
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