Por Jorge Serrão
Não bastasse a gravíssima crise na
Petrobras - cujos desdobramentos têm grande chance de levar o governo a
nocaute, em curto prazo -, a presidenta Dilma Rousseff já começa a sentir as
primeiras manifestações públicas de um descontentamento, literalmente, "generalizado". Militares da ativa rompem o silêncio obsequioso. Em gestos
simbólicos e em discursos cirúrgicos, generais já começam a impor limites aos
ataques assimétricos da turma do Foro de São Paulo que infesta o poder no
Brasil.
Por trás da bronca, os oficias de
quatro estrelas exigem mais verbas, rotatividade nos comandos das forças e,
sobretudo, respeito pelas Forças Armadas como instituição garantidora da
Pátria. A comandanta em chefe das Forças Armadas já foi informada, claramente, por
assessores próximos que "a insatisfação militar começa a crescer e fugir do
controle". Acontece que Dilma, na costumeira arrogância e autossuficiência, já
avisou que prefere "pagar para ver" e não acredita que os "militares percam a
linha".
Ontem, em São Borja, no Rio Grande do
Sul, foi emitido o primeiro sinal de que a paciência da caserna está se
esgotando. O comandante Militar do Sul, general de Exército Carlos Bolivar
Goellner, deixou claro, publicamente, que a recepção aos restos mortais do
ex-presidente João Goulart, com honras militares, não representou uma
retratação histórica do Exército Brasileiro com Jango (conforme sugere o governo). O oficial de
quatro estrelas e membro do Alto Comando do Exército foi direto: "Nenhum erro
histórico. A História não comete erro. A História é a História. As instituições
não mudam na história. Não há nenhuma modificação em relação ao Exército".
O general Bolivar aproveitou para
desmentir outra mentira repetida pela reformada historiografia do governo
petralha, segundo a qual Jango fora enterrado em dezembro de 1976, às pressas,
sem honra de chefes de Estado a que teria direito como ex-presidente da
República. Bolivar foi claro, novamente: "Ele não foi enterrado como cidadão
comum. Ele nunca deixou de ser presidente. Estamos prestando as honras
regulamentares, nada mais do que isso. Não tem nenhuma outra ilação além disso,
nem a favor nem contra".
Nos bastidores do poder, a declaração
pública do general Bolivar pode ser interpretada como um recado. Nos
bastidores, ele é citado como o favorito a substituir o general Enzo Peri no
posto de comandante do Exército. A presidenta Dilma, no entanto, nada fala
sobre troca dos três oficiais generais que comandam o Exército Brasileiro, a Marinha e a Força Aérea Brasileira desde o governo Lula - em uma incomum falta de rotatividade que desrespeita a
carreira militar. Nem nos tempos da "dita-dura" se descumpriu o princípio da
alternância de comandos - e os chefes militares tinham status de ministros, até
que Fernando Henrique Cardoso instituiu o Ministério da Defesa.
O breve recado do general Bolivar pode
até lhe custar o futuro comando do Exército Brasileiro. Mas deixou clara que a insatisfação dos
militares com a guerra irregular promovida pela petralhada contra as Forças
Armadas tem um limite.
O "Alerta Total" de ontem continua valendo.
O desgoverno petralha nunca esteve sob tanta pressão. Qualquer erro - e eles
cometem muitos - pode ser fatal para o projeto de perpetuação no poder. Por
isso, releia: Oligarquia
Financeira Transnacional já decidiu que PT deve ser tirado do Palácio do
Planalto em 2014
Atenção! Não existe "golpe em marcha" - como podem supor alguns que sonham com uma reedição de 1964. Mas tudo pode
acontecer quando um governo perde sua base de sustentação na geopolítica
globalitária. O desgoverno petralha está órfão. Por isso, será substituído. O
problema é se a troca atenderá aos verdadeiros interesses do Brasil.
O cenário mais provável é uma mudança
para substituir apenas as marionetes titulares. É a sina de um país
subdesenvolvido, sem soberania e projeto de Nação...
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