Por Reynaldo Rocha
Passou da hora de se chamar
as coisas pelo nome. De dar nomes aos bois.
Nos últimos dez anos, o PT
se disfarçou de partido democrático. Como gato, deixa o rabo de fora. Não é.
Nunca foi.
O
documento que orientará o debate sobre suas posições
pragmáticas é a prova inconteste de que é, sim, um partido stalinista.
Hoje, ser stalinista é - no
mundo civilizado - uma pesada acusação. Por aqui, um orgulho para os
lulopetistas.
No documento citado (para
ler, é preciso tempo e estômago), o objetivo declarado é alcançar o socialismo
do século XXI. O mesmo de Chávez, Evo Morales e outros populistas de boutique.
Não se sabe o que venha a ser isso. Há UM (somente UM) documento - de um
pesquisador americano (SIM!, dos USA!) ligado à Fundação Rosa de
Luxemburgo - apoiando esta aberração.
E mesmo nesse texto -
insisto, o ÚNICO - o socialismo do século XXI é criticado. Pelos fatos
posteriores ao paper.
Agora o PT assume a junção
entre partido e governo: É fundamental
mostrar como essas mudanças fazem parte de um projeto mais amplo de
transformação da sociedade brasileira. Temos de evitar a autocomplacência, a
perda de perspectiva crítica e analisar os obstáculos que se colocam à ação
governamental e partidária.
Ataca o Judiciário: O sistema judicial, lento, elitista e pouco
transparente tem sido igualmente permeado por interesses privados.
E expõe, cristalinamente, o
que deseja para o Brasil: o controle absoluto dos meios de produção.
Ou seja, a ideologia
comunista - a mesma que rege Cuba e Coreia do Norte: A agenda é vasta e complexa e envolve a discussão de
formas de propriedade e de organização da economia, inclusive a democratização
do espaço fabril e de todos os locais de trabalho. Envolvem, também, a
democratização e socialização da política, mudanças radicais na esfera da
cultura e no cotidiano, sob a égide da mais ampla liberdade e do respeito dos
Direitos Humanos.
Precisa ser mais claro?
Além do controle social da mídia, dos investimentos na impressa dita
progressista, no aparelhamento do estado, na luta de nós e eles, temos agora a "democratização do espaço fabril e de TODOS os locais de trabalho".
Sim, todos! Redações,
escritórios, empresas privadas, universidades, associações e qualquer outro
vetor da economia.
Que nome se pode dar a este
delírio? Democracia? Sindicalismo à moda de Fidel? Ou controle da produção ao
formato do socialismo bolivariano de Chávez?
Quem ousar criticar o
DOCUMENTO OFICIAL nascido do PT será designado como direitista raivoso com
receio de comunistas?
Antes, não seria HONESTO
(minimamente) que os lulopetistas assumissem a posição ideológica explicitada
no documento oficial? Assim poderia - sem ser rotulado - combater tais ideias
bolorentas e do século XIX.
Não tenho (nunca tive)
qualquer receio de comunistas. São risíveis e patéticos. Escondem a sujeira
debaixo do tapete da história que eles mesmos tentam reescrever.
Mas há outra história: a
verdadeira. Fatos, dados e números. Filosofia e sociologia. E até antropologia
para explicar estranhas espécimes que se fossilizaram e tentam retornar à vida.
Que tenham coragem de se
assumir publicamente, não em documentos oficiais para uso interno.
Eu sou contra o comunismo,
assim como sou contra o fascismo.
Basta a mim que os
comunistas se assumam como tal.
E saiam da barra da saia do
PT bolivariano para a luz do dia.
Que sejam, por um único
momento, decentes para assumirem suas próprias escolhas.
Eu assumo as minhas. E
entre elas está a rejeição - reforçada por este panfleto bolorento - ao PT.
Fonte: Coluna do Augusto Nunes

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