Depois de uma quinta-feira de extrema tensão
em que a presidente Dilma Rousseff (Foto: Reprodução) viu chegar à sua porta a onde de protestos que varre o Brasil com dezenas de demandas e
forte sentimento de rejeição à classe política, uma rede nacional de rádio e
televisão foi convocada, às 21 horas desta quinta-feira, 21, para que ela se dirigisse
ao país. A fala de dez minutos teve dois eixos: Dilma afirmou reiteradas vezes
que seu governo está "ouvindo as vozes democráticas que pedem
mudanças", mas também demonstrou grande preocupação com a segurança e com
o "primado da lei e da ordem".
"Como presidenta, eu tenho a obrigação
tanto de ouvir a voz das ruas, como dialogar com todos os segmentos, mas tudo
dentro dos primados da lei e da ordem, indispensáveis para a democracia",
afirmou.
Uma terceira parte do seu discurso foi
dedicada às promessas - algumas bem requentadas. Ela afirmou que convidará
governadores e prefeitos das grandes cidades para "um grande pacto em
torno melhoria dos serviços públicos". As prioridades seriam a formulação
de um plano nacional de mobilidade urbana em conjunto com estados e municípios,
a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação e a
despropositada contratação de milhares de médicos estrangeiros para atender a
demanda dos rincões do Brasil.
Leia a
íntegra do pronunciamento de Dilma
Chamou a atenção a ênfase dada pela presidente ao "barulho e a truculência de alguns arruaceiros". De fato, a opção por fazer o pronunciamento começou a ser tomada na noite de ontem enquanto Dilma, no Palácio do Planalto, acompanhada por alguns assessores mais próximos, assistia aos protestos que se desenrolavam a 700 metros do seu gabiente e em uma centena de outras cidades pelo país. A violência que se desdobrou no Rio de Janeiro foi decisiva. Dilma conversou com o governador do Rio de Janeiro, Sério Cabral (PMDB), que lhe transmitiu um relato alarmante sobre a depredação nas ruas da capital fluminense - acontecimentos muito mais chocantes do que as televisões exibiam ao país. Não por outro motivo, a reunião na manhã desta sexta-feira foi com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
Chamou a atenção a ênfase dada pela presidente ao "barulho e a truculência de alguns arruaceiros". De fato, a opção por fazer o pronunciamento começou a ser tomada na noite de ontem enquanto Dilma, no Palácio do Planalto, acompanhada por alguns assessores mais próximos, assistia aos protestos que se desenrolavam a 700 metros do seu gabiente e em uma centena de outras cidades pelo país. A violência que se desdobrou no Rio de Janeiro foi decisiva. Dilma conversou com o governador do Rio de Janeiro, Sério Cabral (PMDB), que lhe transmitiu um relato alarmante sobre a depredação nas ruas da capital fluminense - acontecimentos muito mais chocantes do que as televisões exibiam ao país. Não por outro motivo, a reunião na manhã desta sexta-feira foi com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
A violência também parece ter alarmado o
governo pelo efeito que pode ter sobre a imagem do país - jornais
internacionais de todo o mundo têm dado cobertura ampla aos protestos e
ressaltado que estilhaçam a imagem de um Brasil em que tudo vai bem. "Não
podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil", disse Dilma.
Em referência à Copa das Confederações e à Copa do Mundo de 2014, ela pediu uma
"acolhida generosa aos povos irmãos" e que sejam tratados "com
respeito os nossos hóspedes".
O repúdio manifestado nas ruas aos políticos
e partidos - em especial ao PT, partido da presidente, que por décadas se
arvorou no papel de porta-voz dos anseios populares - também ensejou uma menção
da presidente: "É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de
partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo
democrático".
Fonte: "Veja"
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