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segunda-feira, 18 de março de 2013

Minha família e a Lei Seca


Por Carla Xavier Viana
Como mãe de família, esposa, mãe de três filhos, quero agradecer com a mais sinceridade do meu espírito às autoridades que criaram e as que mantém a chamada Lei Seca de forma ostensiva nas ruas, ajudando a salvar vidas de motoristas e de pedestres.
Mas, muito mais do que isto, agradecer porque estão ajudando a resgatar o lar, o tão sagrado lar, a célula mater da sociedade, que é a família. Na minha casa, depois da aprovação e execução desta Lei Seca, tenho presenciado como nos fortalecemos, eu, o meu marido e os meus filhos. Meu marido, um homem honesto e trabalhador, agora menos freqüente no bar, tem nos dedicado mais tempo, estando mais presente em casa. Não que ele fosse um beberrão, um alcoólatra, nada disso. Porém, está mais presente, ao ponto do nosso filho, de 17 anos, que costumava passar grande parte do tempo com pessoas que sequer eu conhecia, também estar mais em casa, ora conversando com o pai, ora jogando xadrez ou perguntando coisas da vida, pois o pai está mais presente, mais em casa, preocupado com a família.
A consequência positiva da Lei Seca para a nossa família, e acredito que também para outras família, é bem maior. Meu marido costumava deixar pelo menos R$ 30,00 por dia nos bares, o que equivale a quase R$ 900,00 por mês (para nossa renda familiar, uma fortuna). Agora, para março, pela projeção das contas que fizemos, não ficaremos no vermelho, inclusive após pagar a mensalidade escolar dos nossos filhos. UMA GRANDE CONQUISTA, SOMADA AO AMOR DA FAMÍLIA. Sei que os donos de bares estão revoltados, mas é preciso ponderação sobre ganhar dinheiro em cima do prejuízo alheio, principalmente quando o alheio é o bem-estar da família. Nossa família não pode pagar um táxi todos os dias para irmos nos divertir, mas sei que muitos aqui mesmo em Feira de Santana podem; mas, preferem reclamar a se prevenir em evitar um acidente, ou quem sabe, tirar a vida de inocentes no trânsito.
Conheço uma mulher que está colhendo frutos ainda maiores: o marido não a está agredindo fisicamente como fazia antes da Lei Seca. Muitos problemas da família dela permanecem, mas já existem resultados satisfatórios.
Quero conclamar a imprensa e a sociedade a lutar pela permanência da Lei Seca. Sei que temos uma questão cultural muito profunda, que é o beber, o beber como uma coisa natural, o que não é. O álcool é mais uma droga como tantas outras, responsável por lares desfeitos, por assassinatos no trânsito, por empresas falidas, por todos os tipos de desgraças.
E dizer que uma "latinha de cerveja" não tira o reflexo de um freio, é ledo engano. Tira, sim, e a vítima pode ser o seu filho inocente que brinca na rua, um parente próximo, um amigo.
Às autoridades, façam o seu trabalho, não se deixem levar por pressões e interesses de pessoas que só visam o lucro, que não respeitam a vida.
Enviado por e-mail



 





2 comentários:

Thomas disse...

Ah, me poupe... se teu marido precisou dessa lei para mudar, e você ainda fica exaltando? Ele que deveria ter tomado vergonha na cara sozinho. O brasileiro precisa sempre do estado pra fazer as vezes de babá. Temos que acabar com essa cultura paternalista e começar a nos responsabilizar pelas nossas vidas, parar de dar poderes ao estado pra fazer tudo por nós, seja bom ou seja ruim. Quanto mais damos responsabilidades ao estado, mais ele nos tira em impostos e liberdade.

Anônimo disse...

Já eu acredito que, se é para melhorar, a causa pode ser de qualquer lado, do Estado, das igrejas, de conselhos de vizinhos, da multa de trânsito. O importante é salvar vidas.