Em pronunciamento em cadeia de rádio e
televisão na noite desta quarta-feira, 23, a presidente Dilma Rousseff resolveu
levar a discussão do setor elétrico para o campo político. Depois de ser
duramente criticada - no Brasil e no exterior - pela maneira como impôs novas
regras de jogo às concessionárias de energia elétrica, de modo a baratear a conta
de luz, a presidente foi questionada pela oposição sobre o risco de apagão. Escolheu a TV
para atacar sem ser incomodada por réplicas. Dilma foi categórica ao dizer que
não há risco de desabastecimento, da mesma forma que afirmou que o PIB
cresceria de maneira substancial em 2012 - o que não ocorreu. "Surpreende que
desde o mês passado, algumas pessoas - por precipitação, desinformação ou algum
outro motivo - tenham feito previsões sem fundamento quando os níveis dos
reservatórios baixaram”, disse a presidente.
Especialistas do setor – e não apenas
políticos da oposição - têm alertado que o
risco de racionamento existe, e que a queda nas tarifas, apesar de
benéfica a curto prazo para o consumidor, pode agravá-lo. A equação não é
complexa: energia mais barata tende a ampliar o consumo num sistema que está
longe de ter a calibragem perfeita apontada pela presidente. Some-se a isso o
fato de que o setor deve sofrer uma redução nos investimentos e ficam patentes
os motivos de preocupação. "O investimento no setor vai recuar por causa
da maneira como os contratos com as concessionárias foram rompidos, diz Adriano
Pires, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do
Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE). "Algumas empresas deixaram o
jogo e as que permaneceram terão retornos mais baixos, o que diminui sua
capacidade de investimento".
Segundo Pires, as chances do barateamento das
tarifas ser revertido no curto prazo são altas. "Estamos caminhando para
uma situação em que as térmicas serão acionadas com mais frequência. A energia
delas é cara e isso deve empurrar as tarifas, que o governo baixou
artificialmente, de volta para o alto", afirma.
Fonte: Veja on line
Um comentário:
Nenhuma classe ou postura prá uma presidente, acho. Poderia ter dito a mesma coisa de outra forma, sem aquela agressividade lulista, nas entrelinhas.
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