Por Carlos Brickmann
O ex-presidente Lula fez força,
conseguiu convencer a maioria do Congresso a criar uma CPI mista, mas com isso
acabou atingindo pesadamente um aliado de longa data, o governador fluminense
Sérgio Cabral, e tirando do jogo um companheiro de viagem, o empreiteiro
Fernando Cavendish.
Lula se empenhou em queimar a
candidatura de Marta Suplicy, petista fiel e aliada de sempre, para lançar a
candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo. Haddad, engomadíssimo,
os cabelos preparados pelo mesmo cabeleireiro da presidente Dilma, tem no
currículo os Enems que sempre deram problemas.
Mesmo com Lula a tiracolo, está
empacado nas pesquisas. Sem Marta a coisa não anda - e quem convence Marta,
ferida, a fazer campanha por ele?
Lula conversou com Gilmar Mendes e
Nelson Jobim, e certamente não foi sobre a mudança do Pânico para outro canal.
Deu no que deu; e ficou difícil adiar o julgamento do Mensalão, evitando
prejudicar o PT, para depois das eleições.
Quando um homem poderoso passa a
confundir-se com os deuses,ensinavam os gregos, estimula os deuses a
mostrar-lhe seus limites. Estaria Lula tão orgulhoso de sua capacidade de
eleger postes que teria passado do ponto? Pode ser.
Mas não se deve subestimar um
político como Lula. Às vezes, finge que errou a bola e, no lance seguinte, pega
o goleiro desprevenido. Lula talvez tenha objetivos que busque alcançar de
maneira inesperada. Neste caso, estará tendo êxito total: ninguém, nem amigos
nem inimigos, consegue decifrar suas manobras.
Que ninguém se iluda com Marta
Suplicy: ela é dura, determinada, sabe fazer política. Não há dúvida de que
Lula manda no PT, inclusive no paulista; mas as ligações do partido com o
eleitorado passam por Marta, e sem ela ninguém no partido vai a lugar nenhum.
Embora ninguém ponha em dúvida sua
dedicação a Lula e ao partido, nem sua luta pessoal pelo desenvolvimento do PT,
Marta pode ser uma aliada difícil.
Mas como inimiga é muito pior.Fonte: "Blog do Noblat"
Um comentário:
Se Deus quiser, Serra será o vitorioso em São Paulo. Até o candidato do PMDB pode ter alguma chance, com a turma da Canção Nova e os católicos praticantes, mas o tal de Haddad, terá a maior das derrotas já acontecidas, nas urnas.
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