Por Roberto Dantas
Terapia
é coisa de fresco e de maluco...
Seria
até simples resumir todo o processo de resistência que algumas pessoas tem a se
sentar na frente de um psicanalista como preconceito e macheza arretada, mas na
verdade essa atitude revela justamente o contrário, uma covardia desmedida, uma
fraqueza desconhecida que se manifesta como um mecanismo de defesa inconsciente.
Por
mais forte e assustadora que uma pessoa possa parecer e aparentar, no fundo ela
tem dentro de si uma fonte de lembranças, recordações geradoras de traumas e
medos que se mantem convenientemente escondida, surgindo e se manifestando
apenas em momentos cruciais e inesperados.
Não
existem remédios que curem essas feridas e a única forma de acabar com elas é
encara-las de frente e, com a ajuda de um analista, arranca-las de dentro do
peito, mas, cadê coragem pra isso?
É
justamente nessa hora que a maioria dos pacientes abandonam o tratamento,
porque enquanto se está revendo e conversando a respeito de coisas agradáveis,
tudo bem, mas ao se bulir nos fantasmas QUE TODO MUNDO TEM ESCONDIDO a coisa
muda e os valentões fogem.
Frequentemente
recebo respostas desaforadas aos e-mails que envio, onde os inatingíveis pedem
para não mais enviar essas mensagens bobas para eles pois não sofrem de nada
disso, quando na verdade estão apenas manifestando inconscientemente seus medos
e fraquezas.
Escrevi
um dia destes um artigo sobre fracasso e recebi a seguinte resposta: PARE DE
ENVIAR ESSAS IDIOTICES PARA MIM POIS FRACASSO NÃO FAZ PARTE DE MINHA VIDA. SOU
FORTE, SOU VITORIOSO, SOU F***. Diante dessa manifestação tão convincente de
força eu simplesmente tirei seu e-mail de minha lista e o deixei em paz.
A
bem da verdade existem muitas formas de se viver em paz, entre elas destaco duas:
você pode procurar um analista e COM CORAGEM remexer no passado que atrapalha o
presente e impede o futuro ou simplesmente pedir que eu pare de mandar esses
e-mails bobos e sem sentido.
O
que vai ser?
Roberto Dantas é pastor psicanalítico clínico
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