Por Jorge Magalhães
Lídice da Mata, sempre
que é concitada a justificar-se pela fracassada administração à frente da
cidade do Salvador, invariavelmente, monocordiamente recorre ao velho e
indefectível bordão de que as suas articulações políticas junto aos escaninhos
dos ministérios em busca de verbas e projetos eram sabotadas por Antonio Carlos
Magalhães, eterno arquiinimigo das chamadas esquerdas.
Lídice da Mata, sempre
que é concitada a justificar-se pela fracassada administração à frente da
cidade do Salvador, invariavelmente, monocordiamente recorre ao velho e
indefectível bordão de que as suas articulações políticas junto aos escaninhos
dos ministérios em busca de verbas e projetos eram sabotadas por Antonio Carlos
Magalhães, eterno arquiinimigo das chamadas esquerdas.
Figura polêmica e de temperamento
desabrido, implacável com os adversários políticos e árduo e mordaz defensor do
que considerava "interesses da Bahia", o "Cabeça Branca" era e ainda é sacado da
manga dos próceres da velha esquerda, quando querem justificar os males que se
abatem sobre os destinos do Estado e do povo baiano, e para o costumeiro
expediente tanto recorrem aos males de agora quanto aos males de antanho.
Com a imagem divinamente satanizada pelos
inimigos não menos implacáveis, toda a culpa que se atirava contra ACM
pespegava feito catarro na parede, e, não raras vezes, não passavam de pura
invencionice difamatória, uma das táticas também muito usadas pelas vestais da
política de Pindorama.
Pois bem! Com esta mesma volúpia insidiosa
e detratora que embasa a retórica esquerdopata , um grupelho que ainda cerca
Tarcízio Pimenta - inclusive expoentes do jornalismo, remunerados em emissoras
de rádio e blogs com verbas oficiais - semeia a idéia de que o seu governo é
sabotado pelos ronaldistas ocupantes de cargos na Prefeitura de Feira de
Santana.
Dizem mais, que este governo que aí está,
é, sim, a continuidade do governo José Ronaldo, tanto em ações quanto no volume
de obras realizadas na cidade, e, desde o início da atual administração, sempre
defenderam a expulsão sumária dos "sabotadores aboletados" na máquina
municipal, recomendando ao manda-chuva enviar-lhes ao cadafalso, de forma
indistinta e inapelável, desde ilustres secretários a simples e desafortunados
barnabés.
Tomando esta tese como verdadeira, pode-se
imaginar um cenário dantesco em que o prefeito Tarcízio Pimenta, com os olhos
circunvagantes, estaria enfronhado, tendo que lidar cotidianamente com um
quadro de funcionários inimigo à sua administração, cuja tarefa, uma vez
infiltrado, seria menoscabar às suas funções, negligenciando-as e, por
conseguinte, criando obstáculos intransponíveis à cidade , com um escopo de
ações sistematicamente organizado em todos os setores do Executivo Municipal,
numa espécie de crime a lesa pátria e, claro, todos a serviço do ex-chefe.
Neste teatro de absurdos, Ronaldo estaria
para Tarcízio Pimenta como ACM está para Lídice da Mata, que o elegeu como o
seu Asmodeus, o "Rei Esquecido de Sodoma".
Este discurso, que mais soa como um
vitupério, seria a bandeira desfraldada pelos apaniguados da munificência de
Sua Excelência, potencializado como mote político à reeleição, em cuja campanha
publicitária o candidato apareceria com as vestes da humildade, vitimizado e
sabotado, tendo a Prefeitura como uma ilha cercada de ronaldistas por todos os
lados.
A tática marqueteira pode até parecer
plausível aos olhos de alguns, mas pouco verossímil à luz da razão. Pois esta
não parece ser a percepção da maioria dos feirenses entrevistada recentemente
por instituto de pesquisa contratado pelo governo Jaques Wagner, onde a atual administração e o seu gestor são rejeitados
peremptoriamente pelas suas próprias ações e obras.
De si para consigo, sabe muito bem o alcaide
os riscos que estaria correndo ao adotar tal estratégia de campanha; o efeito
bumerangue a que estaria se expondo.
Eleito em primeiro turno grudado no
prestígio político do seu antecessor, cuja obra é fartamente elogiada,
inclusive no campo de históricos adversários, antes de tentar persuadir a plebe
rude com esta quimera, Tarcízio Suzart Pimenta Júnior teria pela frente a árdua
tarefa de livrar-se da nódoa de traidor que o transformou, perante à
comunidade, no Asmodeus de si mesmo.
Fonte: "Etc & Tal News"
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