Olhar brasileiro sobre Milão

Já é tradição: todo mês de abril, o mundo do design se volta para Milão, onde acontece o maior salão do móvel do mundo. Em 2011, não foi diferente. A arquiteta Renata Basques esteve lá e partilha as novidades apresentadas para este ano

1. O conforto do mobiliário foi um dos elementos que mais chamou a atenção da arquiteta Renata Basques na Feira de Milão deste ano
2. A cadeira Zartan, do designer Philippe Starck, é totalmente reciclável. Feita de madeira “líquida”, ela possui um design superleve
3. Móveis com cores flúor ou fluorescentes aliados a elementos artesanais como crochê e tricô tem muito haver com o Brasil e, por isso, Renata Basques acredita que pode virar tendência por aqui
Fotos: Divulgação

Ousadia é sempre uma boa definição para a Feira do Móvel de Milão que, a cada ano, busca surpreender. Seja criando algo novo ou reinventando algo já existente. Para Renata Basques, arquiteta que esteve na feira de 2011, a ousadia aconteceu em prol do conforto. "Os valores mudaram, principalmente em relação ao conforto, que está sendo mais levado em conta como fator de compra do que o próprio design", avalia.
Além de peças de mobiliário extremamente confortáveis, outra questão recorrente na feira, que chamou a atenção de Renata, foi a sustentabilidade. Tema que continua – e deve continuar – em voga. "O designer Philippe Starck apresentou uma cadeira totalmente reciclável, feita de madeira 'líquida', com um design leve. A peça chama-se Zartan e foi feita para a marca Magis", lembra a arquiteta.
E esta não foi a única surpresa apresentada por Philippe Starck. O designer francês também inovou ao se unir com a Baccarat e desenvolver lustres de cristal e LED. "Um design interessante e que obteve grande repercussão", conta Renata, que também se encantou pelo ambiente da Hermes, montando numa casa feita de papelão.
A profissional também fez questão de visitar alguns dos tantos eventos paralelos à feira, que pipocam em Milão nesta época do ano. "O que mais me chamou a atenção não foi a feira em si e, sim, as exposições em torno da feira, como um espaço que se destinava a jovens designers: Espaço Rossana Orlandi. Era um prédio antigo, que abrigava várias exposições ao mesmo tempo, desde design consagrado a lançamentos. Outro espaço interessante era o Le Fabriche del Sogni na Trienalle Milano, que mostrava mobiliário italiano de diversas épocas, marcando os 50 anos da feira", recorda.
Criando, recriando ou recordando, a Feira do Móvel de Milão é sempre uma vitrine de tendências. Por isso, visitar o evento é como ter um vislumbre do que virá. E Renata faz suas apostas: "Este ano a Moroso teve lançamentos interessantíssimos. A marca criou um ambiente feito com paredes com efeito de cimento, onde se destacavam peças com cores flúor. O flúor, aliado a elementos artesanais como crochê e tricô, também apresentados pela marca, tem muito a ver com o Brasil e acredito que pode ser tendência por aqui", finaliza.
(Com informações de Ana Paula Horta e Fernanda Pinho, da Mão Dupla Comunicação)