Por Cesar Maia
1. A parlamentarização dos partidos brasileiros e a partidarização da política obscurecem os vetores de atuação da própria oposição. Num quadro pluripartidário, com 22 partidos na câmara de deputados, muito mais. Fazendo remissão a 10 anos atrás, constata-se que quem mudou foi o PT, que jogou suas teses para debaixo do tapete e pragmaticamente passou a governar com seus antigos adversários. Com isso, reforçou a parlamentarização dos partidos. E transformou o ato de governar num consórcio de espaços, e não na pactuação de políticas.
2. Com isso, a oposição, também parlamentarizada, apenas mede sua força pela álgebra das bancadas. Na verdade, os assuntos parlamentares deixaram de ser relevantes, com uma ou outra exceção, o que reforça a regra. Parte dos partidos de oposição fica ansiosa: Se é para não mudar, então quero minha parte nesta sopa de resíduos.
3. A oposição fica indócil ao ver que algumas de suas políticas servem para a sopa de resíduos conhecida como base aliada. E que outras políticas e teses não têm como tramitar no Congresso, mesmo se voltássemos à 15 anos atrás. Se as reformas - política e tributária - não tramitaram antes, agora mesmo é que não tramitarão. Mas isso é apenas um resultado parlamentar.
4. Olhando para 2012 e 2014, os mesmos temas, esses e outros, que não tramitam no Congresso com uma maioria clientelar, podem -e devem- tramitar nos corações e mentes dos eleitores. Para isso há que fazer Política com P maiúsculo. E essa é uma conhecida prática dos partidos políticos pelo mundo todo. Nenhuma bancada de partido grande faz Política como um todo em nenhum lugar.
5. Isso é feito por um grupo de parlamentares que passam a funcionar como um Grupo Compacto. Nome, aliás, dado pelo deputado Bocayuva Cunha depois da vitória eleitoral do PTB em 1962 quando se torna a primeira bancada e - por isso - com muito maior diversidade ideológica. Em outros lugares se chama de Núcleo Duro. Em geral, isso não gera ciúmes internos, pois uma boa parte dos demais não quer cumprir esse papel..., pelas razões.
6. O que precisa a Oposição no Brasil é sair da armadilha da dramatização da política como linguagem da mídia, e entender que os fatos correntes eram previsíveis pela sopa de resíduos, com tantos colegas de outras jornadas, em que participavam desta mesma sopa, quando a oposição era governo.
7. Por isso mesmo, não faz muita diferença perder cinco ou dez deputados. Elege-se na próxima eleição pelos vácuos regionais. O importante é que a Oposição constitua um Grupo Compacto um Núcleo Duro, e que passe a fazer política -com a agitação de suas ideias, dentro e fora do parlamento- ampliando sua capacidade tática, potencializando temas e entrando nas brechas da sopa de resíduos, explorando suas contradições intrínsecas e dando visibilidade a guerra de ideias. Há quadros de sobra para isso.
8. Afinal, partidos com dois, cinco ou dez deputados, tem produzido mais luminosidade de suas teses e contrapontos, que uma oposição de mais de 100 deputados. A palavra de ordem da Oposição deve ser: Grupo Compacto Já! Núcleo Duro Já!
1. A parlamentarização dos partidos brasileiros e a partidarização da política obscurecem os vetores de atuação da própria oposição. Num quadro pluripartidário, com 22 partidos na câmara de deputados, muito mais. Fazendo remissão a 10 anos atrás, constata-se que quem mudou foi o PT, que jogou suas teses para debaixo do tapete e pragmaticamente passou a governar com seus antigos adversários. Com isso, reforçou a parlamentarização dos partidos. E transformou o ato de governar num consórcio de espaços, e não na pactuação de políticas.
2. Com isso, a oposição, também parlamentarizada, apenas mede sua força pela álgebra das bancadas. Na verdade, os assuntos parlamentares deixaram de ser relevantes, com uma ou outra exceção, o que reforça a regra. Parte dos partidos de oposição fica ansiosa: Se é para não mudar, então quero minha parte nesta sopa de resíduos.
3. A oposição fica indócil ao ver que algumas de suas políticas servem para a sopa de resíduos conhecida como base aliada. E que outras políticas e teses não têm como tramitar no Congresso, mesmo se voltássemos à 15 anos atrás. Se as reformas - política e tributária - não tramitaram antes, agora mesmo é que não tramitarão. Mas isso é apenas um resultado parlamentar.
4. Olhando para 2012 e 2014, os mesmos temas, esses e outros, que não tramitam no Congresso com uma maioria clientelar, podem -e devem- tramitar nos corações e mentes dos eleitores. Para isso há que fazer Política com P maiúsculo. E essa é uma conhecida prática dos partidos políticos pelo mundo todo. Nenhuma bancada de partido grande faz Política como um todo em nenhum lugar.
5. Isso é feito por um grupo de parlamentares que passam a funcionar como um Grupo Compacto. Nome, aliás, dado pelo deputado Bocayuva Cunha depois da vitória eleitoral do PTB em 1962 quando se torna a primeira bancada e - por isso - com muito maior diversidade ideológica. Em outros lugares se chama de Núcleo Duro. Em geral, isso não gera ciúmes internos, pois uma boa parte dos demais não quer cumprir esse papel..., pelas razões.
6. O que precisa a Oposição no Brasil é sair da armadilha da dramatização da política como linguagem da mídia, e entender que os fatos correntes eram previsíveis pela sopa de resíduos, com tantos colegas de outras jornadas, em que participavam desta mesma sopa, quando a oposição era governo.
7. Por isso mesmo, não faz muita diferença perder cinco ou dez deputados. Elege-se na próxima eleição pelos vácuos regionais. O importante é que a Oposição constitua um Grupo Compacto um Núcleo Duro, e que passe a fazer política -com a agitação de suas ideias, dentro e fora do parlamento- ampliando sua capacidade tática, potencializando temas e entrando nas brechas da sopa de resíduos, explorando suas contradições intrínsecas e dando visibilidade a guerra de ideias. Há quadros de sobra para isso.
8. Afinal, partidos com dois, cinco ou dez deputados, tem produzido mais luminosidade de suas teses e contrapontos, que uma oposição de mais de 100 deputados. A palavra de ordem da Oposição deve ser: Grupo Compacto Já! Núcleo Duro Já!
Fonte: "Ex-Blog do Cesar Maia"
Um comentário:
Até que enfim, leio algo mais interessante da oposição e com todas as possibilidades de dar certo ou terão um problema sério, com o desânimo gerado em muitos de seus eleitores, que já estão perdendo a paciência com a falta de objetividade dessa turma. Não sei se é impressão minha, mas na época de ACM, o avô, o PFL/DEM, principalmente, tinha mais êsse perfil de "Núcleo Duro" e inspiravam mais confiança nos eleitores e claro, mais raiva em seu opositor. Às vêzes, parece que aquela turma está na iminência de jogar a toalha!!
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