Por Gil Mário Menezes
Antes de levantar uma bandeira pela defesa dos monumentos planejados em espaços públicos, gostaria de lembrar que são a representação simbólica da história de um povo ou comunidade. Posso exemplificar por Feira de Santana.
Sabemos da história do Ciclo do Couro, fase primária em que esta cidade demonstrou sua vocação comercial, pois não tínhamos grandes fazendas, nem produzíamos animais em larga escala, mas o comércio de gado florescia com o ponto de troca, permuta de rebanhos, venda de animais para engorda ou para o abate etc.
Momento em que o vaqueiro e o tropeiro se tornaram personagens centrais, merecendo o registro e o engrandecimento da cidade em vias de progresso. Duas esculturas foram inauguradas, "O Vaqueiro", plantada no Campo de Gado, e "O Tropeiro", instalada no Centro de Abastecimento. Belos exemplos das artes visuais, mas que vêm sofrendo com restaurações terríveis, chegando-se a pintar "O Tropeiro" com tinta colorida e a face da figura humana teve incluída olhos iguais a de um desenho animado. O descuido com o pedestal interfere na visibilidade da escultura.
O segundo profissional a contribuir com a evolução da cidade foi, sem dúvida, o motorista caminhoneiro. Tive a honra de receber a encomenda dessa homenagem e projetar o "Momento ao Caminhoneiro" na praça Jackson do Amaury. Infelizmente, hoje a estrutura metálica mostra sinais do descaso na sua conservação. Foi recomendado que uma vez por ano a escultura fosse lavada e também untada de óleo queimado nas partes que penetram na grama, fato que nunca aconteceu. Na sustentação da estrutura metálica com concreto, a ferrugem é nítida, o que compromete a resistência da sua vida útil.
A escultura em homenagem a Georgina Erismann, também com projeto de minha autoria, situada em frente ao Boulevard Shopping precisa de manutenção, como pintura e o conserto dos refletores originais.
Outros monumentos igualmente importantes para a comunidade pelo registro histórico, como a de Maria Quitéria, escultura do arquiteto Luiz Humberto de Carvalho na confluência da avenida Getúlio Vargas com a avenida Maria Quitéria está com fortes agressões de ferrugens e alguns refletores estão danificados. No período de Natal a interferência de luzes colocadas na escultura e até publicidade de patrocinador. O mesmo ocorre com a escultura de Juraci Dórea na praça João Pedreira, que é um cartão postal da cidade.
Gostaria de lembrar que a manutenção é mais barata para os cofres públicos, do que a recuperação. Gostaria de citar também a praça Áureo Filho, situada no bairro do Tomba.
Antes de levantar uma bandeira pela defesa dos monumentos planejados em espaços públicos, gostaria de lembrar que são a representação simbólica da história de um povo ou comunidade. Posso exemplificar por Feira de Santana.
Sabemos da história do Ciclo do Couro, fase primária em que esta cidade demonstrou sua vocação comercial, pois não tínhamos grandes fazendas, nem produzíamos animais em larga escala, mas o comércio de gado florescia com o ponto de troca, permuta de rebanhos, venda de animais para engorda ou para o abate etc.
Momento em que o vaqueiro e o tropeiro se tornaram personagens centrais, merecendo o registro e o engrandecimento da cidade em vias de progresso. Duas esculturas foram inauguradas, "O Vaqueiro", plantada no Campo de Gado, e "O Tropeiro", instalada no Centro de Abastecimento. Belos exemplos das artes visuais, mas que vêm sofrendo com restaurações terríveis, chegando-se a pintar "O Tropeiro" com tinta colorida e a face da figura humana teve incluída olhos iguais a de um desenho animado. O descuido com o pedestal interfere na visibilidade da escultura.
O segundo profissional a contribuir com a evolução da cidade foi, sem dúvida, o motorista caminhoneiro. Tive a honra de receber a encomenda dessa homenagem e projetar o "Momento ao Caminhoneiro" na praça Jackson do Amaury. Infelizmente, hoje a estrutura metálica mostra sinais do descaso na sua conservação. Foi recomendado que uma vez por ano a escultura fosse lavada e também untada de óleo queimado nas partes que penetram na grama, fato que nunca aconteceu. Na sustentação da estrutura metálica com concreto, a ferrugem é nítida, o que compromete a resistência da sua vida útil.
A escultura em homenagem a Georgina Erismann, também com projeto de minha autoria, situada em frente ao Boulevard Shopping precisa de manutenção, como pintura e o conserto dos refletores originais.
Outros monumentos igualmente importantes para a comunidade pelo registro histórico, como a de Maria Quitéria, escultura do arquiteto Luiz Humberto de Carvalho na confluência da avenida Getúlio Vargas com a avenida Maria Quitéria está com fortes agressões de ferrugens e alguns refletores estão danificados. No período de Natal a interferência de luzes colocadas na escultura e até publicidade de patrocinador. O mesmo ocorre com a escultura de Juraci Dórea na praça João Pedreira, que é um cartão postal da cidade.
Gostaria de lembrar que a manutenção é mais barata para os cofres públicos, do que a recuperação. Gostaria de citar também a praça Áureo Filho, situada no bairro do Tomba.
O belo jardim que centraliza as duas pistas da avenida Getúlio Vargas é muito bem cuidado pela sua visibilidade, mas outros precisam desta mesma atenção, pois fazem parte da moldura de uma cidade ou da ambientação de sustentação de monumentos.
Se tivesse mais espaço chamaria atenção para os coretos, transformados em depósitos de cadeiras, mesas e engradados de cerveja e refrigerante. E esses foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac). Avalie se não fosse.
Feira é uma cidade cultural, universitária pela sua nova vocação, portanto, façamos jus à nossa capacidade intelectual.
Gil Mário Menezes é artista plásticoSe tivesse mais espaço chamaria atenção para os coretos, transformados em depósitos de cadeiras, mesas e engradados de cerveja e refrigerante. E esses foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac). Avalie se não fosse.
Feira é uma cidade cultural, universitária pela sua nova vocação, portanto, façamos jus à nossa capacidade intelectual.
Fonte: Jornal "Arquitexto", edição março/abril/maio
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