Por Dora Kramer
O PSD, partido cuja criação foi anunciada oficialmente ontem pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, é uma síntese do quadro partidário brasileiro.
Não tem ideário específico nem posição nítida, se propõe a transitar do governo à oposição, não faz exigências de natureza doutrinária a quem se dispuser a aderir, não apresenta um plano de voo além da oportunidade de disputa de eleições e exibe um programa adaptável a gregos e troianos.
A declaração do deputado Protógenes Queiróz, presente ao ato de lançamento, é emblemática: não está pensando em se filiar ao partido, mas disse que se Kassab convidá-lo para ser candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2012, aceita de bom grado trocar o PC do B pelo PSD.
Não vai acontecer, mas bem que poderia se Protógenes tivesse credenciais melhores que ter sido eleito na esteira dos votos de outrem graças às artes do coeficiente eleitoral, a julgar pelos primeiros movimentos PSD e manifestações de seu fundador.
O partido é dito liberal, mas até outro dia havia a firme intenção de se fundir à legenda socialista presidida pelo governador Eduardo Campos. Mudou de nome antes do batismo, para não dar margem a piadas como PDB (Partido da Boquinha) e alterou também seus planos de fusão.
Kassab, que há menos de um mês dizia que numa escala de 0 a 10 não passava de 1 a chance de seu partido seguir viagem sozinho sem se juntar a uma outra agremiação, ontem descartou completamente a hipótese. Para fugir da acusação de que criou um partido "trampolim" apenas para livrar a si e seus novos correligionários dos rigores da fidelidade partidária.
Segundo o prefeito de São Paulo, o PSD é independente, fará "uma espécie" de oposição responsável ao governo Dilma Rousseff mas, ao mesmo tempo, se propõe a ajudá-la a ser "uma grande presidente".
Ao mesmo tempo que adula Dilma, faz da fidelidade ao tucano José Serra profissão de fé, já anunciando que não se oporá a Geraldo Alckmin em São Paulo.
Ante tanto ecletismo, é de se perguntar: afinal de contas, que apito tocará o PSD?
O PSD, partido cuja criação foi anunciada oficialmente ontem pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, é uma síntese do quadro partidário brasileiro.
Não tem ideário específico nem posição nítida, se propõe a transitar do governo à oposição, não faz exigências de natureza doutrinária a quem se dispuser a aderir, não apresenta um plano de voo além da oportunidade de disputa de eleições e exibe um programa adaptável a gregos e troianos.
A declaração do deputado Protógenes Queiróz, presente ao ato de lançamento, é emblemática: não está pensando em se filiar ao partido, mas disse que se Kassab convidá-lo para ser candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2012, aceita de bom grado trocar o PC do B pelo PSD.
Não vai acontecer, mas bem que poderia se Protógenes tivesse credenciais melhores que ter sido eleito na esteira dos votos de outrem graças às artes do coeficiente eleitoral, a julgar pelos primeiros movimentos PSD e manifestações de seu fundador.
O partido é dito liberal, mas até outro dia havia a firme intenção de se fundir à legenda socialista presidida pelo governador Eduardo Campos. Mudou de nome antes do batismo, para não dar margem a piadas como PDB (Partido da Boquinha) e alterou também seus planos de fusão.
Kassab, que há menos de um mês dizia que numa escala de 0 a 10 não passava de 1 a chance de seu partido seguir viagem sozinho sem se juntar a uma outra agremiação, ontem descartou completamente a hipótese. Para fugir da acusação de que criou um partido "trampolim" apenas para livrar a si e seus novos correligionários dos rigores da fidelidade partidária.
Segundo o prefeito de São Paulo, o PSD é independente, fará "uma espécie" de oposição responsável ao governo Dilma Rousseff mas, ao mesmo tempo, se propõe a ajudá-la a ser "uma grande presidente".
Ao mesmo tempo que adula Dilma, faz da fidelidade ao tucano José Serra profissão de fé, já anunciando que não se oporá a Geraldo Alckmin em São Paulo.
Ante tanto ecletismo, é de se perguntar: afinal de contas, que apito tocará o PSD?
Fonte: "O Estado de S. Paulo"
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PSD(Partido Sem Direção)
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