Por Reinaldo Azevedo
Alguns telegramas a que a organização WikiLeaks teve acesso dizem respeito ao Brasil, ainda que não diretamente, e expõem, uma vez mais, ao ridículo a nossa diplomacia. Há dias, na reunião da Unasul, Lula voltou a atacar os EUA e o presidente Barack Obama, afirmando que o Brasil havia feito tudo o que o presidente americano sugerira na negociação com o Irã, mas as sanções foram aprovadas mesmo assim. Já demonstrei que a leitura que o governo tentou fazer daquele documento era uma pilantragem intelectual. Mas isso é o de menos. Os telegramas demonstram quão longe da realidade - e das informações relevantes - estavam Lula e seus rapazes.
A China tinha receio de aprovar sanções ao Irã porque importa 12% do petróleo de que precisa daquele país. Como a Arábia Saudita era favorável às medidas, Obama resolveu unir os interesses. Despachou o conselheiro Dennis B. Ross para Riad - atenção! - em abril do ano passado para negociar com o rei Abdulah a garantia de fornecimento de petróleo aos chineses caso os iranianos decidissem retaliar. Notem: os EUA costuravam o apoio de Pequim em abril de 2009. Mais de um ano depois, o Megalonanico Celso Amorim insistia em resistir às sanções…
Faltava ao governo americano convencer outro membro pemanente do Conselho: a Rússia. Ao longo de 2009, o país deixou claro que não aceitava a instalação de escudos antimísseis na Polônia e na República Checa. Não estava convencido de que o objetivo era proteger a Europa do Irã e sustentava tratar-se de algo hostil à Rússia. No dim de 2009, Obama já havia desistido dos escudos. E obteve mais um voto em favor das sanções. O que isso tudo revela?
A patetice do governo brasileiro quando decidiu estrelar uma ação de alcance realmente global, baseado no princípio lulístico de que é preciso, como é mesmo?, manter uma conversação “olhos nos olhos”, como numa música de Chico Buarque. O mundo é um pouco mais complexo do que isso. Os telegramas evidenciam que a costura feita pela diplomacia e pelo governo americanos foi bem mais lenta, paciente e calculada do que se imaginava. Não é coisa com a qual um Marco Aurélio Garcia, que vai continuar no governo, deva se meter.
Argentina
Também na América Latina os “aliados” de Lula andaram costurando às suas costas. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, usou uma reunião com um grupo de congressistas dos EUA, liderada pelo democrata Eliot Engel, para transmitir o seu descontentamento com as relações tensas entre seu país e os EUA. Segundo o relato da embaixada, Cristina explica que, apesar das diferenças políticas, seu marido, Néstor Kirchner, esteve com o presidente George Bush um mês depois de eleito, e ela não conseguia se encontrar com Obama. Até aí, ok.
Mas Cristina foi além. Reclamou que o presidente americano recebeu o nosso babalorixá, embora Lula tenha se encontrado com Ahmandinejad - a referência, nesse caso, é a visita de Lula ao Irã - enquanto a Argentina se opõe duramente ao programa nuclear iraniano. A reclamação surtiu efeito. No dia 12 de março, Obama manteve um encontro com Cristina.
Como se vê, quando a diplomacia brasileira não dá uma de pateta global, é esfaqueada pelas costas no próprio quintal. Nunca antes na história destepaiz!
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
A China tinha receio de aprovar sanções ao Irã porque importa 12% do petróleo de que precisa daquele país. Como a Arábia Saudita era favorável às medidas, Obama resolveu unir os interesses. Despachou o conselheiro Dennis B. Ross para Riad - atenção! - em abril do ano passado para negociar com o rei Abdulah a garantia de fornecimento de petróleo aos chineses caso os iranianos decidissem retaliar. Notem: os EUA costuravam o apoio de Pequim em abril de 2009. Mais de um ano depois, o Megalonanico Celso Amorim insistia em resistir às sanções…
Faltava ao governo americano convencer outro membro pemanente do Conselho: a Rússia. Ao longo de 2009, o país deixou claro que não aceitava a instalação de escudos antimísseis na Polônia e na República Checa. Não estava convencido de que o objetivo era proteger a Europa do Irã e sustentava tratar-se de algo hostil à Rússia. No dim de 2009, Obama já havia desistido dos escudos. E obteve mais um voto em favor das sanções. O que isso tudo revela?
A patetice do governo brasileiro quando decidiu estrelar uma ação de alcance realmente global, baseado no princípio lulístico de que é preciso, como é mesmo?, manter uma conversação “olhos nos olhos”, como numa música de Chico Buarque. O mundo é um pouco mais complexo do que isso. Os telegramas evidenciam que a costura feita pela diplomacia e pelo governo americanos foi bem mais lenta, paciente e calculada do que se imaginava. Não é coisa com a qual um Marco Aurélio Garcia, que vai continuar no governo, deva se meter.
Argentina
Também na América Latina os “aliados” de Lula andaram costurando às suas costas. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, usou uma reunião com um grupo de congressistas dos EUA, liderada pelo democrata Eliot Engel, para transmitir o seu descontentamento com as relações tensas entre seu país e os EUA. Segundo o relato da embaixada, Cristina explica que, apesar das diferenças políticas, seu marido, Néstor Kirchner, esteve com o presidente George Bush um mês depois de eleito, e ela não conseguia se encontrar com Obama. Até aí, ok.
Mas Cristina foi além. Reclamou que o presidente americano recebeu o nosso babalorixá, embora Lula tenha se encontrado com Ahmandinejad - a referência, nesse caso, é a visita de Lula ao Irã - enquanto a Argentina se opõe duramente ao programa nuclear iraniano. A reclamação surtiu efeito. No dia 12 de março, Obama manteve um encontro com Cristina.
Como se vê, quando a diplomacia brasileira não dá uma de pateta global, é esfaqueada pelas costas no próprio quintal. Nunca antes na história destepaiz!
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Um comentário:
Essa baixaria das republiquetas sul americanas, nada tão desconhecido assim, não é? Nenhum dêles deve confiar cegamente no outro mesmo. O pior foi prá Hillary, que acho, teria sugerido(ou mandado)espionar dentro da ONU. Lula, Cristhina, o louco Chaves...ninguém leva tão a sério. Gente burra, politiqueira e demagoga, que gosta de aparecer.
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