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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Julgamento moral e cívico

Por Wilmar Marçal
A frieza das letras manifestadas por alguns defensores na instância jurídica, data vênia, muitas vezes frustra a população que aguarda um judiciário firme e comprometido com o bem público. Mas é preciso obedecer e acatar, pois, segundo se sabe, é uma análise realizada com a arte e a ciência da razão e não da emoção.
Esse viés argumentativo tem tirado muito ladrão da cadeia, absolvido muitos traficantes e amparado pedófilos que são liberados e continuam machucando crianças e famílias. Essas possibilidades de contar com defensores deve e precisa continuar, pois a todos é permitido a ampla defesa e o contraditório.
Lamentavelmente não se pode julgar com a emoção, razão pela qual, talvez, ainda existam muitos problemas sociais no país, pois os atos malditos coadunam com a perpetuação da impunidade.
Em outros países, quem comete um erro, morre duas vezes: primeiro de humilhação, depois retirando a própria vida pela falta de dignidade em continuar convivendo com pessoas de bem. Mas no nosso querido Brasil... muitos fazem e acreditam que “não vai dar em nada”.
Todavia, como diz a própria Constituição Brasileira, “todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”, está na hora de uma reação popular para o exercício prático do bem: sem armas, sem violência e sem lágrimas.
Com a mesma frieza que o Judiciário é peculiar em suas análises, a população, bem organizada, tem muito mais poder do que qualquer juiz, data vênia. Basta querer e se organizar. Sem vaidades, sem trampolins, mas com ordenamento e inteligência.
Especificamente sobre os parlamentares “escolhidos” pelo povo, é possível sim avançar e execrar esses bandidos que sempre são reeleitos e se dizem representantes do povo nas respectivas assembleias.
O povo pode legislar com muito mais sapiência, no momento em que mantiver viva a memória de todos, nutrindo a lembrança com a boa informação em jornais e mídia comprometidos, verdadeiramente, com a causa coletiva.
Chega dessa conversa fiada de “segredo de Justiça” e “blindagem privativa”. Bandido é bandido. É preciso destacar, em grande escala, os nomes daqueles que usurpam o dinheiro público, roubam a esperança de muitos e perpetuam a falsa bondade de atender os munícipes, prometendo mirabolantes projetos e recursos.
Quem viaja pelo interior do Paraná pode constatar que as cidades estão empobrecidas, com poucos investimentos em infra-estrutura, muita gente desocupada e doente. Cabe-nos como cidadãos e cidadãs uma reação natural e pacífica.
Analise, pense, estude a vida dos candidatos a qualquer cargo público e vote. Vote de acordo com sua inteligência e coerência. Não se pode mais admitir que a população ainda se renda aos hipócritas, mentirosos e mentirosas.
Só assim será possível um julgamento moral e cívico que, certamente, não encontrará habeas corpus em qualquer jurisprudência para liberar os pérfidos e os enganadores. Façamos cada um de nós a nossa parte. Vamos ensinar a pescar e parar de assistir algumas pessoas recebendo o peixe de graça.
* Wilmar Marçal é professor universitário e ex-reitor da UEL./Pr.
wilmar_pr2010@hotmail.com
Enviado por: Agência Hora de Notícia

2 comentários:

Mariana disse...

"Não se pode admitir que a população ainda se renda aos hipócritas..." e fico pensando sôbre o que a oposição poderia fazer mais prá mostrar ao povo que deve pensar com responsabilidade sôbre o seu voto em outubro.
O próprio Lula, os petistas e aliados teem mostrado com uma certa frequência que não são confiáveis e ainda assim, aparecem êsses números absurdos de popularidade prá essa gente. Alguma coisa está errada e prefiro pensar que sejam os números e não a moral de tanta gente que já não se preocupam mais com a sumida ética nem com a probidade na administração pública.

Mariana disse...

Desculpe, Dimas, mas considerar na segundalinha de baixo prá cima; "preocupa" e não como escrevi.