Deu no "Ex-Blog do César Maia":
1. Uma vez mais o Governo brasileiro se aparta da lei internacional e pretende criar jurisdição própria. Todos os diplomatas de carreira sabem que quem procura refúgio ou abrigo numa de nossas embaixadas na América Latina, alegando estar sendo objeto de perseguição política e perigo iminente, só pode dela retirar-se ou afrontando os riscos de detenção, ou solicitando o asilo diplomático. Este, como o posterior asilo territorial, tem suas condições estabelecidas em diversos tratados internacionais, desde a Convenção de Havana do começo da década de 30 até a Convenção de Caracas do começo dos anos 50.
2. Causa espécie, assim, a declaração que acaba de fazer o Celso Amorim, de que o Governo brasileiro considera inaceitáveis as condições impostas pelo Governo hondurenho para a saída de Manuel Zelaya de nossa Embaixada. Fora da comunicação da concessão do asilo diplomático e do pedido de salvo conduto para a saída do abrigado, não há outra solução dentro da lei internacional. Mais ainda: corre Zelaya o risco de ser detido por ordem do Judiciário, onde correm vários processos contra o antigo chefe de Estado. Da mesma forma, o Governo mexicano não concordou em conceder a Zelaya o estatuto de “hóspede ilustre” e exigiu a reformulação do pedido para “asilado diplomático”.

Um comentário:
Como Zelaya não quer ser um asilado diplomático em lugar algum (a não ser que ele mude de idéia) e o govêrno de fato de Honduras não quer surprezinhas futuras, vão ficar nêsse impasse e sabe prá quem deve sobrar? Prá nós. Pelo visto, êsse ex presidente vai ter que sair de lá disfarçado e na calada da noite, como um bandido, do mesmo jeito que retornou à Honduras. Chaves já deve estar preparando um plano B de fuga prá êle. Mas, em jan/2011, tomara que nossa participação nêsse imbróglio acabe, afinal, Serra deve se cercar de gente muito menos aloprada.
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