Por Helio Gurovitz, reproduzido da revista "Época", edição que está nas bancas
Num gesto simbólico, o empresário de entretenimento David Geffen, conhecido por ser sócio de Steven Spielberg na Dreamworks, se ofereceu na semana passada para, como parte de suas ações filantrópicas, comprar o centenário New York Times e salvá-lo da bancarrota, que parece inevitável diante da dificuldade gerada pelo desafio digital. Não só nos Estados Unidos os jornais lutam para sobreviver diante da concorrência on-line. A internet transformou completamente o modo como lidamos com a notícia. Sobretudo, ela abalou as bases de um negócio sustentado pela venda de produtos e anúncios.
Não se trata aqui de defender a volta ao passado. É preciso saber acolher as novas tecnologias e a inovação no jornalismo. O ambiente digital facilitou imensamente o fluxo de notícias, por meio de sites como o Google, o YouTube e das redes sociais. É fundamental entender como atender aos interesses do leitor nesses novos meios - e é exatamente isso que tentamos fazer em epoca.com.br.
Esse foi o lado positivo. Mas a tolerância com a cópia, a predação do trabalho alheio e a pirataria fragmentou a audiência e tem impedido as empresas que vivem da produção de conteúdo de sustentar seus negócios tanto na rede quanto fora dela. Praticamente todos os blogs e sites de vídeo ainda dependem de notícias geradas pela mídia tradicional - que não é remunerada por seu uso.
Se as empresas jornalísticas não conseguirem financiar a produção de jornalismo de qualidade, quem perderá será a sociedade. Nenhuma democracia sobrevive sem uma imprensa livre. E nenhum blogueiro ou gerador amador de textos e vídeos no YouTube tem capacidade de realizar o tipo de investigação jornalística que fazem os grandes jornais, revistas e redes de TV. Investigar, ouvir todas as partes envolvidas numa história e saber narrar a versão dos fatos mais honesta e mais próxima da verdade – em suma, seguir os preceitos do bom jornalismo – é algo que custa caro. E a independência das informações publicadas só pode ser garantida se as empresas tiverem independência dos partidos políticos, dos governos e dos interesses envolvidos nas notícias. A independência editorial só pode ser garantida pela independência financeira das empresas jornalísticas. Todos os cidadãos precisam entender que o futuro de nossa democracia depende disso.
A questão do jornalismo na nova sociedade digital não será resolvida por atitudes de benemerência ou filantropia. Ela só terá uma solução quando a sociedade entender que os conteúdos gerados e publicados no meio on-line devem estar sujeitos às mesmas normas e leis que regem a imprensa tradicional. Os sites que abrigam blogs e vídeos com informações pirateadas, caluniosas, ofensivas ou puramente mentirosas deveriam ser punidos com o mesmo rigor que pesa sobre um jornal ou revista que cometam esses delitos. Assim, seria possível conciliar as inovações tecnológicas com os valores do bom jornalismo. De outra forma, o futuro que a internet nos reserva não será necessariamente melhor que o passado
Num gesto simbólico, o empresário de entretenimento David Geffen, conhecido por ser sócio de Steven Spielberg na Dreamworks, se ofereceu na semana passada para, como parte de suas ações filantrópicas, comprar o centenário New York Times e salvá-lo da bancarrota, que parece inevitável diante da dificuldade gerada pelo desafio digital. Não só nos Estados Unidos os jornais lutam para sobreviver diante da concorrência on-line. A internet transformou completamente o modo como lidamos com a notícia. Sobretudo, ela abalou as bases de um negócio sustentado pela venda de produtos e anúncios.
Não se trata aqui de defender a volta ao passado. É preciso saber acolher as novas tecnologias e a inovação no jornalismo. O ambiente digital facilitou imensamente o fluxo de notícias, por meio de sites como o Google, o YouTube e das redes sociais. É fundamental entender como atender aos interesses do leitor nesses novos meios - e é exatamente isso que tentamos fazer em epoca.com.br.
Esse foi o lado positivo. Mas a tolerância com a cópia, a predação do trabalho alheio e a pirataria fragmentou a audiência e tem impedido as empresas que vivem da produção de conteúdo de sustentar seus negócios tanto na rede quanto fora dela. Praticamente todos os blogs e sites de vídeo ainda dependem de notícias geradas pela mídia tradicional - que não é remunerada por seu uso.
Se as empresas jornalísticas não conseguirem financiar a produção de jornalismo de qualidade, quem perderá será a sociedade. Nenhuma democracia sobrevive sem uma imprensa livre. E nenhum blogueiro ou gerador amador de textos e vídeos no YouTube tem capacidade de realizar o tipo de investigação jornalística que fazem os grandes jornais, revistas e redes de TV. Investigar, ouvir todas as partes envolvidas numa história e saber narrar a versão dos fatos mais honesta e mais próxima da verdade – em suma, seguir os preceitos do bom jornalismo – é algo que custa caro. E a independência das informações publicadas só pode ser garantida se as empresas tiverem independência dos partidos políticos, dos governos e dos interesses envolvidos nas notícias. A independência editorial só pode ser garantida pela independência financeira das empresas jornalísticas. Todos os cidadãos precisam entender que o futuro de nossa democracia depende disso.
A questão do jornalismo na nova sociedade digital não será resolvida por atitudes de benemerência ou filantropia. Ela só terá uma solução quando a sociedade entender que os conteúdos gerados e publicados no meio on-line devem estar sujeitos às mesmas normas e leis que regem a imprensa tradicional. Os sites que abrigam blogs e vídeos com informações pirateadas, caluniosas, ofensivas ou puramente mentirosas deveriam ser punidos com o mesmo rigor que pesa sobre um jornal ou revista que cometam esses delitos. Assim, seria possível conciliar as inovações tecnológicas com os valores do bom jornalismo. De outra forma, o futuro que a internet nos reserva não será necessariamente melhor que o passado
Um comentário:
394 mil e mais três centenas e duas dezenas de visitas. Está perto de chegar a 400 mil visitas. Que outro Blog em Feira de Santana atingiu esta marca? Pelo que se sabe, nenhum. Tanto que não mostram a contagem.
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