Comentário de Ricardo Noblat, em seu blog:
Por outro lado, Gabeira gostava de se comparar indiretamente a Barack Obama, candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos. Ele não citava Obama, mas fazia menção aos novos ventos que sopram lá fora.
Obama batalhou duro para conquistar a indicação do Partido Democrata - Gabeira não precisou batalhar para ser indicado pelo PV e o PSDB.
Obama é um homem de partido - Gabeira não é. Deixou os partidos à margem de sua campanha.
Obama usou todos os meios que o marketing oferece a um candidato - Gabeira desprezou quase todos.
O meio é a mensagem. Gabeira era seu próprio marketing. Como se o uso correto, escrupuloso das técnicas de marketing pudessem configurar um mal em si e desacreditar um candidato.
Obama fez alianças para se tornar candidato e costura alianças para governar. Gabeira quis vencer sem fazer alianças. Como se fazer alianças fosse um ato sujo.
Há alianças espúrias. E há métodos espúrios de se fazer alianças. Mas ninguém pode pensar em governar sozinho. Ninguém pode pensar em vencer sozinho - embora ele quase tenha vencido.
É possível, sim, fazer uma campanha sem emporcalhar a cidade. Mas não há realismo em se fazer uma campanha sob ataque pesado do adversário e sem pelo menos revidar de vez em quando.
De tanto ouvir calado, por exemplo, que sou incompetente, contribuo para que muita gente imagine que sou mesmo.
Campanha é um empreendimento caro. Posso me valer de doações declaradas sem comprometer minha independência. Basta que eu as receba mediante tal condição. E basta que eu as declare.
Gabeira pensou que uma campanha franciscana seria capaz de atrair mais votos. Ninguém pode assegurar que ele teve tantos votos porque fez uma campanha franciscana.
Que mal haveria em se cercar de bons conselheiros e em ouvi-los de fato? Mas Gabeira se comportou ao longo da campanha como se somente ele conhecesse a verdade. Parecia mais preocupado em provar uma tese do que em vencer.
E qual era a tese? A de que um anti-político bem intencionado poderia chegar ao poder tocando uma anti-campanha. Gabeira confundiu profissionalismo com lambança. Ajudou a criminalizar ainda mais a política. Foi amador.
Virou mito, mas perdeu a eleição.
O resultado pode ter sido bom para ele, que se tornou o maior eleitor individual do Rio de Janeiro. Mas ninguém votou nele para isso. Votou para elegê-lo prefeito.
Por outro lado, Gabeira gostava de se comparar indiretamente a Barack Obama, candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos. Ele não citava Obama, mas fazia menção aos novos ventos que sopram lá fora.
Obama batalhou duro para conquistar a indicação do Partido Democrata - Gabeira não precisou batalhar para ser indicado pelo PV e o PSDB.
Obama é um homem de partido - Gabeira não é. Deixou os partidos à margem de sua campanha.
Obama usou todos os meios que o marketing oferece a um candidato - Gabeira desprezou quase todos.
O meio é a mensagem. Gabeira era seu próprio marketing. Como se o uso correto, escrupuloso das técnicas de marketing pudessem configurar um mal em si e desacreditar um candidato.
Obama fez alianças para se tornar candidato e costura alianças para governar. Gabeira quis vencer sem fazer alianças. Como se fazer alianças fosse um ato sujo.
Há alianças espúrias. E há métodos espúrios de se fazer alianças. Mas ninguém pode pensar em governar sozinho. Ninguém pode pensar em vencer sozinho - embora ele quase tenha vencido.
É possível, sim, fazer uma campanha sem emporcalhar a cidade. Mas não há realismo em se fazer uma campanha sob ataque pesado do adversário e sem pelo menos revidar de vez em quando.
De tanto ouvir calado, por exemplo, que sou incompetente, contribuo para que muita gente imagine que sou mesmo.
Campanha é um empreendimento caro. Posso me valer de doações declaradas sem comprometer minha independência. Basta que eu as receba mediante tal condição. E basta que eu as declare.
Gabeira pensou que uma campanha franciscana seria capaz de atrair mais votos. Ninguém pode assegurar que ele teve tantos votos porque fez uma campanha franciscana.
Que mal haveria em se cercar de bons conselheiros e em ouvi-los de fato? Mas Gabeira se comportou ao longo da campanha como se somente ele conhecesse a verdade. Parecia mais preocupado em provar uma tese do que em vencer.
E qual era a tese? A de que um anti-político bem intencionado poderia chegar ao poder tocando uma anti-campanha. Gabeira confundiu profissionalismo com lambança. Ajudou a criminalizar ainda mais a política. Foi amador.
Virou mito, mas perdeu a eleição.
O resultado pode ter sido bom para ele, que se tornou o maior eleitor individual do Rio de Janeiro. Mas ninguém votou nele para isso. Votou para elegê-lo prefeito.
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