Está no site "Bahia Já", de Tasso Franco:
A Operação Big Bang desencadeada pelo Ministério Público Estadual com apoio das Polícias Civil e Militar resultou num sôco no estomâgo do governo Wagner. As imagens repassadas para todo país e as críticas formuladas pelos deputados da oposição, na Assembléia Legislativa, nesta segunda-feira, 2, deixaram os governistas literalmente desarmados e foi um Deus nos acuda.
O que mais chamou atenção foi a dinheirama encontrada na sela do chefe do narcotráfico baiano, vulgo "Perna", o qual, tinha regalias extras dentro do presídio, cama de casal, TV plasma, equipamentos de ginástica, celular, ipod, pistola e até um caderno de anotações no stress. Caiu tão mal para a imagem do governo que o diretor da Penitenciária, Luciano Patrício, já foi exonerado do cargo.
Os deputados da oposição se uniram em torno de um mesmo discurso e consideraram o governo Wagner como virtual. Ou seja, aquele que fala, anuncia o que não existe, seus líderes falam em bilhões de reais em investimentos, mas pouco acontece. Coube, como sempre, ao deputado Álvaro Gomes (PCdoB), tentar defender o governo, arguindo que a violência cresceu, isso sim, "no governo Paulo Souto", mas, sem consistência.
Segundo o líder da oposição, deputado Gildásio Penedo (DEM), fatos como esses que aconteceram hoje, num presídio controlado pelos órgãos de segurança, nunca foram presenciados na Bahia, sobretudo levando-se em consideração o assustador crescimento da violência na Região Metroplitana de Salvador a partir de janeiro de 2007, a disseminação do narcotráfico, exatamente quando o governo deveria ter mais atenção com os marginais mais perigosos.
E o que se viu? Perguntou o deputado a um plenário quase vazio, para em seguida responder: foi o traficante mais perigoso da Bahia vivendo em plena mordomia nas barbas do sistema prisional. Em seguida, num bordão repetido também pelos deputados Paulo Azi, João Bacelar, Sandro Régis e Heraldo Rocha, afirmou que a Bahia tem um "governo virtual" acrescida da frase "comece a trabalhar governador".
Frase aliás, repetida de um mesmo bordão, utilizado por ACM para Waldir Pires (então governador pelo PMDB), em 1987. O líder da maioria, deputado Waldenor Pereira (PT), foi a tribuna e relacionou as obras e investimentos que estão sendo realizados pelo PAC na Bahia, mas, como de fato, muitas dessas obras ainda não sairam do papel sua defesa não teve a devida relevância.
A questão é a seguinte: além do governo melhorar seu desempenho administrativo, muito aquém da expectativa da população na eleição do governador Wagner no primeiro turno, sua defesa na Assembléia precisa ser melhor organizada utilizando uma estratégia mais eificiente e uma ação tática vigorosa, com dados objetivos, positivos, práticos, inclusive com uma assessoria de comunicação mais ágil e eficiente.
Caso contrário, pelo que se está observando, a defesa de uma nota só (Álvaro Gomes falou sozinho pelo tempo 28 minutos ocupando espaços do PSB, PSDB, PT, PCdoB etc), sem municiamento adequado, o governo vai sofrer bastante no próximo semestre. Se abrir uma dissidência com o PMDB/PP, adeus, perde o controle na Casa.
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