Opção de transferência bancária para a Pessoa Física: Dimas Boaventura de Oliveira, Banco do Brasil, agência 4622-1, conta corrente 50.848-9

Clique na imagem

*

*
Clique na logo para ouvir


Pré-estreia na quarta-feira, 17, às 18h30

Pré-estreia na quarta-feira, 17, às 18h30
Lançamento de 18 a 22, às 16h10 e 20

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Resenha de "Premonição 6: Laços de Sangue"


Por Camila Lemos

2025, novo capítulo da famosa franquia de terror sobrenatural "Premonição 6: Laços de Sangue", traz de volta o suspense psicológico e as cenas de morte criativas que consagraram a série ao longo dos anos. Desta vez, a narrativa aposta em uma abordagem mais madura e sombria, expandindo os conceitos do destino e da inevitabilidade da morte sob uma nova perspectiva. 

Sob a direção de Zach Lipovsky e Adam B. Stein, o filme promete revitalizar a franquia ao mesmo tempo em que homenageia suas origens. O estilo visual do filme se distancia do terror exageradamente gráfico, apostando em uma estética mais realista e tensa. A fotografia adota tons escuros e frios, como azul, cinza e sépia, e uma iluminação estratégica que intensifica a sensação de paranoia constante dos personagens. A câmera costuma estar próxima dos rostos e corpos, transmitindo angústia e urgência, especialmente durante as cenas de "previsão" e os acidentes fatais, que agora contam com efeitos práticos combinados a CGI mais discreto, criando uma sensação mais visceral e plausível.  

Os diretores Zach Lipovsky e Adam B. Stein, dupla conhecida por "Freaks" (2018), foram escolhidos por sua habilidade em mesclar tensão emocional com elementos fantásticos de forma crível e envolvente. O roteirista principal Guy Busick (de "Pânico 5" e "Pânico 6") assume o roteiro, trazendo uma linguagem mais moderna e ágil ao texto, focando no desenvolvimento dos personagens e na crítica social embutida nas escolhas de vida que levam à morte. O produtor Craig Perry, veterano da franquia, continua à frente da produção, garantindo coerência com o universo estabelecido nos filmes anteriores. O produtor executivo Jon Watts (diretor da nova trilogia "Homem-Aranha"), que também assina a ideia original desta sequência, contribuiu com a visão de revitalização da saga para uma nova geração de fãs.

Minha leitura pessoal 

Eu nunca fui muito adepta de filmes de terror, especialmente terror sobrenatural, ou psicológico, apesar de admirar profundamente o universo das maquiagens artísticas e até mesmo ter me aventurado a reproduzi-las no início da minha história com o teatro e a arte. Enfim, é um segmento rico. Para mim, a saga achou uma receita que, embora não tão secreta, é criativa e satisfatória. Como em todo filme de terror, vemos personagens correndo da morte, mas nesse caso já entramos no cinema sabendo que a morte é certa. Mesmo assim, com uma história que não é nada vazia, acabamos nos apegando aos personagens e criando a esperança de que, de alguma forma épica ou não, eles possam sobreviver. Nossa expectativa, na verdade, deixa de ser saber quem vai ou não morrer para virar a curiosidade de como e quando vão morrer, e nisso não falta criatividade. A ideia de que não se precisa de um assassino em série para que a morte chegue nos faz enxergar que existem milhões de formas de morrer, que podem até não ser naturais, mas são definitivamente orgânicas. Nesse segmento, o vilão não é um serial killer, nem um anti-herói ou um espírito maligno preso por décadas; não, é apenas a morte, mas vestida de destino.

Para mim, o grande diferencial e tempero diferente de "Premonição 6: Laços de Sangue" é terem usado uma família dessa vez, o que é a primeira vez que a franquia explora. Ao longo da narração, nos apegamos a cada personagem como se fosse nossa própria história, nossos pais e tios, irmãos e primos, avós e namorados, e com essa escolha conseguiram também explorar o cômico, mostrando uma grande família brincando de sobreviver e só levando a sério mesmo quando as mortes começam a chegar. O filme se inicia com Stefanie em uma visão que seria a própria premonição de sua avó Iris. Perturbada por meses pelos pesadelos que vieram a prejudicar sua vida acadêmica, ela embarca no que podemos chamar de aventura ou missão para descobrir o segredo dos sonhos. Então começamos a mergulhar nos tramas familiares que parecem não ter fim. Logo percebemos que entramos na família de Stefanie e lidamos com todo o reflexo de sua ausência e também outras ausências, uma ótima jogada do diretor para nos fazer criar laços e identificação. Afinal, quem nunca se ocupou demais no seu mundo a ponto de acabar ausente para algo ou alguém? Um grande escândalo se revela: a dona da premonição, avó de Stefanie, é uma sombra na família, inalcançável, inacessível e tão distante quanto possível. Nem mesmo o nome dela é falado entre a família, mas isso não limita Stefanie, que, como em muitos filmes de ação, é obstinada e determinada a resolver seu problema. Ao conseguir retirar de sua tia informações sobre a avó, Stefanie vai até a "casa" da matriarca, que posso dizer que é um verdadeiro cativeiro. Para uma mulher que foge da morte, só no quintal dela tinha pelo menos 500 formas de morrer. 

Conseguindo então falar com sua avó e percebendo a razão de tanto afastamento, dá-se início à saga sangrenta. Iris narra sua história com a morte, após ter a premonição e começar a trilhar um caminho para que aquele evento nunca ocorresse, salvando centenas de vidas no evento que era a inauguração de um restaurante em um prédio altíssimo chamado Skyview. Porém, como em "Premonição" sabemos, a morte é equivalente ao destino. Mesmo tendo escapado daquela forma de morrer, ela retorna para ceifar as vidas já destinadas à morte e também as vidas que nem sequer deviam existir, o que levou tempo. Um grande ciclo de mortes acontece, do primeiro a morrer no sonho até chegar em Iris, que seria a penúltima. Durante toda a vida, Iris se dedicou a reconhecer todos os traços e sopros da morte para evitar que alcançasse sua família. Assustada, Stefanie tenta fugir, largando sua avó que se entrega à morte, e, finalmente acreditando, ela corre desesperadamente para tentar salvar sua família. Nosso coração aperta pela ansiedade, afinal tudo pode virar arma nesse caso. Preciso aplaudir a estratégia do marketing de usar o trailer para colocar uma impressão e várias formas de morte de forma subjetiva, o que nos faz ficar hipervigilantes. Tecnicamente, pelo trailer já sabíamos de algumas formas de morte e isso é menos que metade do filme, mas tudo parece tão quaaaseee perto, enfim, a falsa esperança.

Em meio à tentativa de interromper a premonição e salvar a família, várias tramas são desenroladas: a mãe de Stefanie, que já tinha fugido há muitos anos, retorna, desencadeando reações diversas na família, seguida da descoberta da traição da esposa do tio favorito, o mesmo que foi um dos primeiros a morrer. Dinâmicas de irmãos e a tentativa desesperada de cuidar uns dos outros se desenvolvem, porque além de perder um familiar querido, o próximo poderia ser você. Nada fácil, né? Mas, de alguma forma, a busca pela solução sempre deixa uma esperança. Também houve uma grande entrega no que chamamos de fan service, o bom uso de easter eggs, fazendo com que os telespectadores de alguma forma se conectem aos filmes anteriores da franquia. Souberam agradar os fãs sem perder a essência independente e criativa das mortes. É um filme que, para o seu gênero, contém as doses certas da fórmula de um filme incrível. Talvez a fórmula mágica seja não apenas criar o desejo nos telespectadores de saber quais são as formas de morrer, mas nesse filme em específico... A esperança para solucionar o que até hoje ainda não foi solucionado, "como driblar a morte".

Mesmo sendo um filme que não tem uma mensagem profunda muito clara, aborda temas diversos de forma subjetiva ou não: abandono, esquizofrenia, família, superação de conflitos, medo da morte, ideia de destino e mais. Souberam usar as tecnologias para fazer cada morte mais realista que a outra e tirar gritos de namoradas assustadas, como eu. Um bom filme caso você, namorado, queira sua namorada te segurando como se fosse um herói que pudesse protegê-la de todo esse pavor. 

Camila Lemos é estudante de Psicologia


PS: É o Filme da Semana, com preço único de R$ 10,00,  em cartaz pela quarta semana no Orient CinePlace Boulevard, às 18h20, com cópia dublada.

Nenhum comentário: