Por Gilberto Jasper
Sou jornalista há mais de 40 anos. Muita coisa
mudou em relação a este ofício, desde os “"ons tempos" da linotipo, das laudas
de papel, do barulho das máquinas de escrever. Da época do olho no olho no
momento da entrevista, da consulta a jornais arquivados na redação - uma
espécie de Google daqueles tempos de outrora.
É um ambiente que vivi intensamente nos meus dois
últimos anos de faculdade dentro da nossa 'Gazeta do Sul', entre 1983 e 1985, sob
a batuta competente do saudoso Guido Kuhn. Foram anos inesquecíveis em que
convivi com profissionais de elite, inclusive da Rádio Gazeta, que forjaram
pilares da minha trajetória jornalística que se mantêm imutáveis até hoje.
Gratidão sempre!
Apesar das profundas alterações, ética, correção,
compromisso com os dois lados da notícia (no chamado "ponto e contraponto"),
zelo na checagem de dados com mais de uma fonte são preceitos que se mantêm
intactos desde sempre. Ou deveriam para o bem de todos.
Além do avanço inimaginável da tecnologia, chama
minha atenção a avidez que motiva - com as necessárias exceções! - a veiculação
maciça de notícias negativas. Sob este tema já participei de inúmeros debates - inclusive em faculdades e entidade da categoria - onde reiterei que não jamais
defenderei uma cobertura monocromática "cor-de-rosa" que contemple somente
notícias positivas.
Preocupa-me, no entanto, a insistência em repisar
assuntos que não têm novidades - preceito básico para serem consideradas "notícias" -, mas que estampam repetidas manchetes. Além de melhorar o astral
do leitor/ouvinte/telespectador/internauta, os conteúdos positivos inspiram
pessoas. Isso ocorre com frequência quando os conteúdos envolvem prefeituras.
Inúmeros administradores públicos recorrem a
iniciativas adotadas em municípios vizinhos ou nem tanto. Eles buscam na Internet alternativas para construir obras diferenciadas, melhorias que ampliam
e estimulam a solidariedade ou que simplesmente refletem o bom uso do dinheiro
da população.
Em jornalismo convencionou-se dizer que "notícia
ruim vende muito", o que é contestável. É impossível comparar o comportamento
do público se ele é bombardeado majoritariamente com manchetes de corrupção,
desvios e crimes em geral?
Considero mais edificante destacar personagens,
fatos e episódios que ressaltam nuances positivas vida afora. É um compromisso
da imprensa tornar públicas histórias que deram certo.
Antes que me acusem de ter sido acometido pela "Síndrome Aguda de Poliana", argumento que gosto - de verdade! - de ver gente
feliz, conhecer histórias de sucesso pelo talento e esforço pessoal e de
assistir a episódios permeados pela solidariedade, amizade e "cumplicidade do
bem". E acho quem muita gente também gosta!
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