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quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O dia em que nome da alta-costura mundial esteve em Feira de Santana, vestiu roupa de couro e montou um cavalo

Francesa Elsa Schiaparelli recebeu Ordem do Vaqueiro

"Expressivas homenagens foram prestadas pela sociedade baiana à Madame Schiaparelli (Foto) em sua visita à Bahia. Integrando uma comitiva da qual faziam parte o sr. Assis Chateaubriand, a sra. Yolanda Penteado Matarazzo, sra. Maria Frias, da Embaixada do Brasil em Paris, advogado José Rabello e o pintor português Pedro Leitão. Nenhuma, porém, tocou tão de perto ao coração da grande lançadora de modas parisiense como a que lhe foi prestada na cidade de Feira de Santana, onde teve oportunidade de receber, numa autêntica vaquejada nordestina, a Ordem do Vaqueiro. Ostentando soberba roupa de couro, que lhe fora presenteada pelo sr. Pedro de Freitas, governador do Piauí, e tendo ao seu lado, vestido de vaqueiro, o sr. Assis Chateaubriand e mais oitenta vaqueiros, cavalgando um cavalo da Fazenda Provisão do sr. Vicente Grillo, Madame Schiaparelli, a famosa mestra da alta costura francesa, desfilou pelas ruas de Feira de Santana, rumo aos Currais Modelo, onde se realizou o cerimonial, presidido pelo sr. Almaquio Boaventura, prefeito municipal." 
Este o relato dos meios de comunicação sobre o importante nome da alta-costura, Elsa Schiaparelli, em sua visita a Feira de Santana. 
Quem é 
Elsa  Schiaparelli nasceu em 10 de setembro de 1890 em Roma, Itália. Morreu em 13 de novembro de 1973 em Paris, na França. 
Formada em filosofia e dedicada à poesia, ela sempre frequentou os círculos mais intelectualizados, tanto dos Estados Unidos como da Europa. Na América, frequentou os mais sofisticados círculos de artes, dadaístas e surrealistas, nos quais conheceu Marcel Duchamp, o barão de Meyer e Man Ray. Em junho de 1922, seguiu para Paris, quando iniciou sua carreira de estilista, incentivada pelo papa da moda, Paul Poiret (1879-1944), um dos primeiros designers de moda a estabelecer trocas com artistas de vanguarda. Além de detentora do cetro da alta costura por muitos anos em Paris, sua inteligência e seu charme cativam a amizade de grandes artistas e escritores, muitos dos quais frequentadores assíduos de sua casa.
Avó da atriz Marisa Berenson. Ganhou o Prêmio Neiman-Marcus em 1940.  Publicou sua autobiografia, "Shocking Life", em 1954.  
Promoção da moda 
O empresário Assis Chateaubriand, chamado de "O Rei do Algodão", promoveu a moda brasileira no início dos anos 50. Ele buscava associar matéria-prima nacional com a alta-costura francesa. Nesse sentido, entre 1951 e 1952, ele foi responsável pela vinda ao Brasil de três importantes nomes da alta-costura: Elsa Schiaparelli, Jacques Fath e Marcel Rochas. 
No período, "O Cruzeiro" a revista era a mais lida do Brasil, e sua tiragem média na década de 1950 chegava a 500 mil exemplares.
O roteiro cultural preparado por Chateaubriand  para  Schiaparelli  é repleto de visitas a lugares que se coadunavam com os estereótipos do Brasil  propagados  no  exterior,  e  especialmente  pelos  filmes  de  Walt Disney realizados no âmbito da política da "Boa Vizinhança", como "Alô Amigos" e "Você Já Foi à Bahia". A costureira é levada pelo empresário, por exemplo,  à  favela  carioca  Morro  do  Pinto,  onde ocorreu uma cerimônia na qual foram exibidas três obras de Amadeo Modigliani  (1884-1920) - ela foi paraninfa da tela "Retrato de Madame Hanka Zborowsk" - então recém-adquiridas  pelo  Museu de Arte de São Paulo (Masp),  seguida  de uma apresentação de samba. Schiaparelli  também  esteve  em  São  Paulo e no Recife, mas  foi  a  Bahia  que lhe chamou a atenção. A italiana gostou das igrejas incrustadas de ouro, do Mercado Modelo, visitou praias soteropolitanas e se encantou com o que denominou "balé dos pescadores".
Sua estadia em Feira de Santana foi no segundo semestre do ano de 1952, quando recebeu de Chatô a Ordem do Vaqueiro, uma condecoração criada por Assis  Chateaubriand  para homenagear  pessoas  ilustres.  No ato da homenagem o  condecorado  deveria  vestir gibão  e  chapéu confeccionados  em  couro  cru  de  bode.  Entre outras personalidades agraciou Winston  Churchill, Getúlio  Vargas e Lomanto Júnior  com  a  referida  ordem.  Chateaubriand entendia que os vaqueiros nordestinos  eram um  dos  principais  signos  indentitários  do  País. Para estudiosos, a presença de Schiaparelli foi um compromisso de conotações surrealistas.
No cinema
Ela é conhecida no cinema por seus trabalhos como figurinista nos filmes "Túnel Transatlântico" (1935), com Richard Dix; "O Amado Vagabundo" (1936), com Maurice Chevalier; "Amor no Exílio" (1936), com Clive Brook e Helen Vinson; "Larápio Encantador" (1937), com Douglas Fairbanks Jr.; "A Vida É uma Festa" (1937), com Mae West; "No Turbilhão Parisiense" (1938), com Joan Bennett; "Não Sei Quem Sou" (1940), com Rex Harrison; "Como Damas do Bois de Bologne" (1945), com Maria Casares; "Topaze" (1951), com Fernandel; e "Moulin Rouge"  (1952), com Jose Ferrer e Zsa Zsa Gabor. 
Citações de  Schiaparelli 
"Em tempos difíceis, a moda é sempre escandalosa." 
"Nunca coloque um vestido no corpo, mas treine o corpo para encaixar no vestido." 
"As mulheres se vestem do mesmo jeito em todo o mundo: elas se vestem para incomodar outras mulheres."

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