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domingo, 1 de julho de 2018

"Enquanto isso..."


Por Aninha Franco
Enquanto a Copa rola na Rússia, o Brasil continua sua guerra insana do Exército do atraso, imenso, obeso pelo desvio de verbas públicas, contra os brasileiros que pretendem habitar um país com civilidade, ainda que mínima e tardia. Ontem, o STF confirmou o fim do imposto sindical que a reforma trabalhista extinguiu e os sindicalistas querem de volta. Mas na terça-feira, a turma da Segunda Turma desse mesmo Supremo - Gilmar, Lewandowski e Toffoli - soltou Zé Dirceu e Genu, e anulou provas de um baculejo da PF na casa de Gleisi Hoffman.
A turma da Segunda Turma só não conseguiu, ainda, soltar Lula, e sem Lula o PT nunca mais conseguirá pôr a chave do cofre do Planalto, os contratos da Petrobras e os empréstimos do BNDES na bolsa, e será um partido pobre, além de desmoralizado. Com a desmoralização, ele não se importa. Mas pobre, nem pensar!
Mesmo desmoralizado, o PT continua emitindo quereres, sem parar, coisa que seu colega PSDB, que recebeu o Brasil oito anos antes de Lula, não consegue mais. A candidatura de Alckmin provoca compaixão. O ex-governador de São Paulo percorre as pesquisas eleitorais como se nunca tivesse passado pelo Palácio dos Bandeirantes que, às vezes, pode ser mais poderoso que o Palácio do Planalto. E em São Paulo, Alckmin perde pra Bolsonaro!
Fica difícil entender como esses dois partidos que elegeram um operário e um intelectual para construir o Brasil do século XXI, tenham se autoimplodido de tal maneira, em 24 anos, que não têm um candidato que convença os eleitores a lhes devolver o Brasil. Porque Lula está impedido pela Ficha Limpa. E FHC não elege mais ninguém.
Em campanha, irredutível, o PT ignora a legislação que ele mesmo assinou, e lança a candidatura de Lula pelo menos uma vez por semana. É como se nada lhe importasse ou interessasse exceto o poder que, sem Lula, não existe. Lula não transfere os votos que dizem que ele tem, então, a quatro meses da eleição, os resultados das pesquisas são estranhíssimos. O plano B do PT, Jaques Wagner, tem 1% da intenção de votos, muito abaixo de Marina que é, apenas, uma candidata profissional à Presidência, com aparições de 4 em 4 anos.
Ciro Gomes, um espetáculo midiático, muito engraçado, mas impensável na Presidência de um país, nesta semana pediu que listassem aqueles aos quais ele agrediu e deve desculpas. Está acima de Jaques Wagner. Como Bolsonaro. Estar abaixo de Bolsonaro nas pesquisas deve ser constrangedor.
Mas segunda-feira, todos os políticos desfilarão no 2 de Julho, que engorda muitíssimo em tempo de eleições. No desfile, saberemos como anda a aliança das izquerdxs baianas, que estão em período pré-eleitoral, no TPM de sempre. E a Copa também estará na festa com um jogo Brasil x México, que um dia foram territórios de tecas e tupis invadidos por portugueses e espanhóis no século XVI, mas que ainda hoje, no século XXI, não encontraram caminho.
Aninha Franco é escritora e pensadora

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