Por Ney Lopes
Saiu mais uma pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial.
Cabem algumas análises e interpretações dos números, que não revelam fatos consumados, mas apenas tendências.
Embora Lula lidere em todos os cenários, o PT vive desafios políticos.
O primeiro deles é a incerteza se Lula será atropelado pela justiça e terá que deixar a disputa.
Os dados revelam Lula à frente, porém com os adversários ainda não definidos, salvo ele e Bolsonaro.
Lula não vai além dos 40% e esse índice gera a dúvida: será que na campanha crescerá ou cairá?
Uma retrospectiva na história do Partido dos Trabalhadores mostra que o sucesso alcançado em 2002 começou pela conquista da classe média.
Naquele ano, Lula às margens do rio Acre, em Rio Branco, exclamou para os seus eleitores: "Lulinha não quer briga. Lulinha quer paz e amor" e Duda Mendonça transformou esse o slogan na síntese de sua campanha.
De 2013 para cá, o PT tem aumentando o desgaste na classe média e no empresariado.
Sem rumo, o partido apelou até para receitas neoliberais, com Joaquim Levy, indicado pelos bancos para o Ministério da Fazenda.
Nunca governos prestigiaram tanto o empresariado, quanto Lula e Dilma, oferecendo a certeza de que os incentivos, isenções e dinheiro fácil iriam continuar.
Segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Ministério da Fazenda, o déficit da Previdência Social seria 40% menor, sem as renúncias fiscais que beneficiaram milhares de empresas, sem falar no dinheiro fácil de financiamentos.
O objetivo era conter o desemprego, que terminou aumentando.
Agora, o dilema de Lula será mudar o seu discurso.
Por exemplo, não terá alternativa, senão tributar o grande capital, a começar pelas grandes fortunas e os dividendos.
Em 2018, o cobertor estará curto e a história será outra.
Não há dinheiro disponível para agradar todo mundo
O PT pareceu Robin Hood, o herói mítico inglês, que se aproximava dos ricos, para distribuir com os pobres.
Para crescer eleitoralmente em 2018 e sair do patamar de menos de 40% nas pesquisas (liderança construída entre os segmentos de baixa renda do país), Lula e o PT precisam construir "reconciliações" difíceis.
Se não conseguir concretizar essas reconciliações, fatalmente o lulismo e o trabalhismo se limitarão a sucessos pontuais nas eleições proporcionais, mas não chegarão à Presidência da República, nem a governos estaduais, salvo exceções raríssimas, através de coligações.
Sendo obrigado a tais mudanças de comportamento, Lula jamais poderá se apresentar como conciliador nacional, a exemplo de 2002.
A conjuntura é outra e ele terá também que adotar novas posturas políticas.
Sendo assim, tudo se torna anda mais incerto e imprevisível.
Só resta aguardar, mais um pouco!
Afinal, 2018 está chegando.
Ney Lopes é jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal – nl@neylopes.com.br – blogdoneylopes.com.br
Fonte: http://www.diariodopoder.com.br
Saiu mais uma pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial.
Cabem algumas análises e interpretações dos números, que não revelam fatos consumados, mas apenas tendências.
Embora Lula lidere em todos os cenários, o PT vive desafios políticos.
O primeiro deles é a incerteza se Lula será atropelado pela justiça e terá que deixar a disputa.
Os dados revelam Lula à frente, porém com os adversários ainda não definidos, salvo ele e Bolsonaro.
Lula não vai além dos 40% e esse índice gera a dúvida: será que na campanha crescerá ou cairá?
Uma retrospectiva na história do Partido dos Trabalhadores mostra que o sucesso alcançado em 2002 começou pela conquista da classe média.
Naquele ano, Lula às margens do rio Acre, em Rio Branco, exclamou para os seus eleitores: "Lulinha não quer briga. Lulinha quer paz e amor" e Duda Mendonça transformou esse o slogan na síntese de sua campanha.
De 2013 para cá, o PT tem aumentando o desgaste na classe média e no empresariado.
Sem rumo, o partido apelou até para receitas neoliberais, com Joaquim Levy, indicado pelos bancos para o Ministério da Fazenda.
Nunca governos prestigiaram tanto o empresariado, quanto Lula e Dilma, oferecendo a certeza de que os incentivos, isenções e dinheiro fácil iriam continuar.
Segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Ministério da Fazenda, o déficit da Previdência Social seria 40% menor, sem as renúncias fiscais que beneficiaram milhares de empresas, sem falar no dinheiro fácil de financiamentos.
O objetivo era conter o desemprego, que terminou aumentando.
Agora, o dilema de Lula será mudar o seu discurso.
Por exemplo, não terá alternativa, senão tributar o grande capital, a começar pelas grandes fortunas e os dividendos.
Em 2018, o cobertor estará curto e a história será outra.
Não há dinheiro disponível para agradar todo mundo
O PT pareceu Robin Hood, o herói mítico inglês, que se aproximava dos ricos, para distribuir com os pobres.
Para crescer eleitoralmente em 2018 e sair do patamar de menos de 40% nas pesquisas (liderança construída entre os segmentos de baixa renda do país), Lula e o PT precisam construir "reconciliações" difíceis.
Se não conseguir concretizar essas reconciliações, fatalmente o lulismo e o trabalhismo se limitarão a sucessos pontuais nas eleições proporcionais, mas não chegarão à Presidência da República, nem a governos estaduais, salvo exceções raríssimas, através de coligações.
Sendo obrigado a tais mudanças de comportamento, Lula jamais poderá se apresentar como conciliador nacional, a exemplo de 2002.
A conjuntura é outra e ele terá também que adotar novas posturas políticas.
Sendo assim, tudo se torna anda mais incerto e imprevisível.
Só resta aguardar, mais um pouco!
Afinal, 2018 está chegando.
Ney Lopes é jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal – nl@neylopes.com.br – blogdoneylopes.com.br
Fonte: http://www.diariodopoder.com.br
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