Ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) articulavam ontem, em conversas pessoais e troca de mensagens,
rapidez no exame da suspeita de corrupção na negociação do acordo da
premiadíssima delação de Joesley Batista e cúmplices como Ricardo Saud, lobista
do grupo J&F/JBS. Há praticamente consenso em relação à prisão dos
delatores, por omissões e mentiras, e do ex-procurador Marcelo Miller.
Estaca zero
Anulada a delação, serão retomadas
cinco operações da PF e do MPF contra Joesley Batista, em relação às quais foi "blindado" pelo acordo.
Bye, bye, USA
Joesley e Saud falam na conversa
gravada sobre a mudança para os EUA, livres e soltos. "Ninguém será preso",
comemorou Joesley.
Indignação no STF
Irritou o STF a referência do
procurador-geral Rodrigo Janot a respeito de fatos supostamente "gravíssimos"
de ministros da Corte.
Falta o 'gravíssimo'
Assim como no áudio de Michel Temer,
nada há de "gravíssimo" na conversa de botequim entre Joesley e o lobista sobre
ministros do STF.
Delatores foram poupados de condução
coercitiva
Chamou atenção de advogados e
ministros, inclusive do STF, o fato de procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, não haver adotado nos casos do ex-procurador Marcelo Miller, que foi seu
braço direito, e dos delatores Joesley Batista e Ricardo Saud a regra aplicada
em outros casos. Nenhum dos três foi incomodado com mandados de condução coercitiva,
apesar de o próprio Janot considerar os fatos "gravíssimos".
Ofícios à dupla
Em despacho, Janot mandou expedir
ofícios aos delatores para que compareçam à PGR a fim de prestar depoimentos e
esclarecimentos.
Miller intimado
No caso do ex-braço direito Marcelo
Miller, Janot ordena em seu despacho apenas que ele seja intimado a prestar
esclarecimentos.
Prisão iminente
A aposta, em Brasília, agora, é a
decretação da prisão de Joesley e seus cúmplices, além do ex-procurador Marcelo
Miller.
Provocou asco
O papo rastaquera de Joesley Batista
com o lobista Ricardo Saud "provocou ânsia de vômito nos ministros", afirma
altíssima fonte do Supremo Tribunal Federal. Os ministros ficaram muito
indignados.
Traído pelo gravador
"Nós vamos sair amigo de todo mundo. E nós não
vamos ser presos", comemorou Joesley, na conversa com o empregado delator. A armação
quase deu certo: havia um gravador no meio do caminho.
Peru de Natal
Joesley admite que não sofreu
qualquer consequência negativa após a revelação dos escândalos de corrupção que
o envolvem: "Nós não vamos ser presos. Ponto. Não tô sofrendo nada", comemorou.
Anrã.
Atuação elogiada
Trecho do grampo de Joesley Batista
ressalta a suposta participação de Marcelo Miller: "Está tão afinado com a
gente. Mandou escrever tudo", disse Saud sobre documentos entregues dias depois
à PGR.
Indício de crime
Joesley e o lobista citam, na
gravação de 17/março, conchavo com o então procurador Marcelo Miller, que só se
desligaria do cargo em 5 de abril. Seis dias depois, ele se apresentaria ao
próprio MPF, conforme relato de Janot, como sócio dos advogados que defendiam a
JBS.
Fonte: Cláudio Humberto
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