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No Domingo de Páscoa

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sábado, 16 de setembro de 2017

"Lula fingindo ser Lula"



Por Percival Puggina
Se dependesse da arte de representar eu estaria sujeito à morte por inanição. Não consigo imitar sequer a mim mesmo. Por isso, aprecio o dom e o talento dos bons imitadores, especialmente se associam essa capacidade com a produção de textos de humor para, com sua dicção, desempenharem tais habilidades.
O ex-presidente Lula tem sido um prato cheio para imitadores. Recentemente, circulou nas redes sociais um áudio em que ele estaria falando com Rui Falcão sobre o desastre que representava o depoimento de Palocci. Numa torrente de palavrões, tendo ao fundo sons do 'Jornal Nacional' para dar foros de veracidade à gravação, o ex-presidente esbravejava contra o delator por estar "entregando tudo".
Semana passada, a coluna 'Painel', da Folha, contou que o deputado Fábio Faria (PSD-RN) ligou para seu colega Dudu da Fonte (PP-PE) fingindo ser Lula e gravou a conversa. O pernambucano, ao ouvir a voz do outro lado da linha perguntando-lhe se estava em Brasília e se poderia conversar, exclamou exultante: "Presidente, que saudade!".
Ainda que Lula suscite afetos políticos, parece mais provável que tais efusões estejam referenciadas aos tempos de bonança que a conjuntura internacional proporcionou para os países em desenvolvimento nos primeiros anos deste século. Foi o período em que se consolidou na América Ibérica o prestígio de alguns governantes com estratégias populistas semelhantes às de Lula: os Kirchner, Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Daniel Ortega. De todos, tirante o destino incerto do "bolivariano" refundador da Venezuela, o brasileiro é o mais encrencado, tal a teia de corrupção em que se envolveu.
O desditoso petista, de uns anos para cá, se tornou o pior imitador de si mesmo. Os demais que o arremedam têm o humor a seu favor. A gente os ouve e ri. Lula nem isso. O que dele se escuta é pura falsificação, hipocrisia, bazófia, num script composto para colher aplausos de um público descrente mas aprisionado na rede dos favores. Os pequenos favores ao rés do chão; os grandes favores no alto do palanque.
Percival Puggina é membro da Academia Rio-Grandense de Letras, arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de 'Crônicas Contra o Totalitarismo'; "Cuba, a Tragédia da Utopia"; "Pombas e Gaviões"; "A Tomada do Brasil". É integrante do grupo Pensar+.

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