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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Antonia Velloso recebe Comenda Maria Quitéria

Antônia Velloso ladeada por Luciano Ribeiro e Naron Vasconcelos 
em "Natal em Gothan City" 
Foto: Arquivo Antonia Velloso

A atriz Antonia Velloso, considerada madrinha do teatro feirense, vai ser condecorada pela Câmara Municipal com a Comenda Maria Quitéria. A sessão solene ocorre no dia 24 de maio. A homenagem ocorre 11 dias após ela completar 80 anos. O projeto de decreto legislativo de 2015, é de autoria do vereador José Carneiro (PSDB). Sem dúvida, Antonia Velloso é o maior nome feminino do teatro de Feira de Santana. 
Antonia Maria Guimarães Velloso é professora formada pelo Colégio Santanópolis. Ingressou no teatro em meados dos anos 1960. Participou de três grupos locais - Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana (Scafs), Teatro Experimental de Feira (TEF) e Movimento de Estudos Teatrais e Artísticos (Meta). Também fez cinema. 
Sua estreia foi como a Rainha Negra em "O Boi e o Burro a Caminho de Belém", de Maria Clara Machado, direção de Carlos Petrovich, ao lado de Margarida Ribeiro, Luciano Ribeiro, Antonio Miranda e Gildarte Ramos, entre outros, em 1965. Depois, atuou em "Uma Véspera de Reis", de Aloísio Azevedo, em 1965, e "Só o Faraó Tem Alma", de Silveira Sampaio, em 1967, ambas com direção de Raymundo Pinto. 
Também atuou em "A Guerra Mais Ou Menos Santa", de Mário Brasini, direção de Francisco Barreto, em 1966; "Dona Patinha Vai Ser Miss", de Arthur Maia, como Dona Marreca, direção de Gildarte Ramos, em 1967; interpretou Mamãe Fantasma em "Pluft, o Fantasminha", e a Bruxa em "Branca de Neve e os Sete Anões", as duas de Maria Clara Machado, com direção de Geraldo Lima, em 1969. 
Em 1969, fez em "Joãozinho e Maria", de Daniel Rocha, com direção de Deolindo Checcucci, que foi a primeira peça encenada por grupo feirense - o Meta - no Teatro Castro Alves, em Salvador.
Em 1970, fez o papel de Dora em "Os Justos", de Albert Camus, direção de Antonio Álvaro, peça que mais tempo levou sendo ensaiada em Feira de Santana: nove meses. 
Trabalhou ainda em "A Bruxinha Que Era Boa", de Sonia de Humildes, encenada em Feira. Sob a direção de Deolindo Checcucci atuou "O Futuro Está nos Ovos", de Eugene Ionesco, e "Malish, A Bruxa do Espaço", do próprio Deolindo Checcucci, montadas em Salvador, em 1970, mais "Chapeuzinho Vermelho", texto de Raimundo Blumetti. Trabalhou no teatro de cordel aparecendo em "Antonio, Meu Santo" e "A Mulher Que Casou 18 Vezes", as duas com direção de João Augusto. 
Outras peças: "A Árvore Que Andava", de Oscar Von Pfull, direção de Maria Idalina; e "Deus Lhe Pague", de Joracy Camargo, direção de Luciano Ribeiro.
Seu maior destaque foi na montagem da Scafs e do Meta de "Natal em Gotham City", com direção de Deolindo Checcucci, que causou polêmica por ser considerado pela Ditadura como contrário à moral católica.  Além de Feira de Santana, com apresentação no Cine Santanópolis, em 1970, também foi encenada em Salvador. Com elementos inovadores e impactantes, usando fragmentos de vários autores, um espetáculo ousado, que suscitou muitos comentários pelo seu contexto. 
Antonia Velloso participou dos filmes "Akpalô", de Deolindo Checcucci e José Frazão, 1972; como Carol em "Anjo Negro", de José Umberto, 1972, ambos do chamado cinema undergound baiano. Também apareceu no documentário "O Forte", de Jamison Pedra.

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