Por Ricardo
Noblat
Na noite da última quinta-feira, horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de corrupção, seu colega Waldir Maranhão (PP-MA), já no exercício da presidência da Câmara, foi convidado pelo deputado Sílvio Costa (PT do B-PE), vice-líder do governo, para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada.
Ali, até o começo da madrugada, Maranhão, Costa, Dilma e os ministros Ricardo Berzoini (PT-SP), da Secretaria do Governo, e José Eduardo Cardoso (PT-SP) da Advocacia Geral da União, conversaram sobre a decisão do STF, a tramitação do processo de impeachment no Senado e o que Maranhão pensava fazer como novo presidente da Câmara. Foi uma conversa amena, de aliados. Afinal, Maranhão votara contra o impeachment.
No dia seguinte, pela manhã, Costa visitou Maranhão no apartamento onde ele mora. De lá foi para a Câmara, convocou os jornalistas e anunciou: Maranhão lhe prometera tocar adiante m um pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer, e estudar a possibilidade de anular a votação na Câmara do pedido de impeachment de Dilma. Costa estava eufórico. E comentou:
- Waldir me jurou de pé junto que vai cumprir a Constituição. Se os líderes não enviarem os nomes [para compor a comissão do impeachment de Temer], caberá a nós recorrer ao STF.
A reunião do Alvorada produzira bons resultados. A ponto de na tarde da sexta-feira, deputados ligados a Temer procurarem Maranhão para dizer que o vice-presidente queria falar com ele. Os dois se falaram por telefone quando Temer já estava dentro do jatinho da FAB que o levaria a São Paulo. A ligação não durou mais do que cinco minutos. Temer propôs e Maranhão concordou com um encontro dos dois no domingo à noite, em Brasília.
Naquela mesma tarde, Maranhão visitou Eduardo Cunha na residência oficial do presidente da Câmara, no Lago Sul. No sábado, em jato da FAB, voou para o seu Estado. Mal chegou lá, reuniu-se com o governador Flávio Dino (PC do B), que prometera apoiá-lo como candidato ao Senado em 2018 desde que ele votasse contra o impeachment, como Maranhão o fez. Dino cobrou de Maranhão mais uma ajuda para evitar a queda de Dilma.
Por mais de uma hora, Dino expôs a Maranhão todos os pontos considerados por ele "frágeis" do processo de impeachment. Maranhão ouviu mais do que falou, embora não tenha discordado de nada do que Dino lhe disse. O governador reafirmou o apoio à candidatura dele ao Senado. O encontro terminou com o convite feito por Maranhão para que Dino o acompanhasse na viagem de volta a Brasília, no domingo.
Assim que o jatinho pousou em Brasília, Maranhão e Dino foram jantar no apartamento de Sílvio Costa, onde os aguardava o ministro José Eduardo Cardozo. O grupo comeu e bebeu pelo menos três garrafas de vinho de boa qualidade, e uma de uma cachaça forte à base de mandioca trazida por Maranhão da viagem a São Luís. Em certo momento, já alcoolizado, Maranhão virou-se para Cardozo e disse:
- Chefe, nada posso fazer, mas faço questão de descer a rampa do Palácio do Planalto ao lado da chefa quando ela for embora.
- Quem disse que você não pode fazer nada? - perguntou Cardozo. E, em seguida, explicou o que ele poderia fazer: anular a sessão da Câmara que aprovara o impeachment. Disse como isso poderia ser feito. E ofereceu-se para redigir o ato que Maranhão assinaria como presidente da Câmara em exercício. Maranhão concordou com a oferta na hora. Alegou que não era jurista e que não poderia contar com a ajuda da equipe de técnicos da Câmara.
O ato que ele assinou lhe foi entregue antes do amanhecer de ontem.
Quanto ao encontro com Temer combinado na sexta-feira: Maranhão faltou. E sequer telefonou para se desculpar. Temer procurou-o em vão. Ele também combinara se encontrar com o ex-senador José Sarney (PMDB-MA), aliado de Temer. Faltou ao encontro. Por volta das 21h30 do domingo, Sarney procurou-o para dizer que era tarde e que iria dormir. Em vão.
Na noite da última quinta-feira, horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de corrupção, seu colega Waldir Maranhão (PP-MA), já no exercício da presidência da Câmara, foi convidado pelo deputado Sílvio Costa (PT do B-PE), vice-líder do governo, para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada.
Ali, até o começo da madrugada, Maranhão, Costa, Dilma e os ministros Ricardo Berzoini (PT-SP), da Secretaria do Governo, e José Eduardo Cardoso (PT-SP) da Advocacia Geral da União, conversaram sobre a decisão do STF, a tramitação do processo de impeachment no Senado e o que Maranhão pensava fazer como novo presidente da Câmara. Foi uma conversa amena, de aliados. Afinal, Maranhão votara contra o impeachment.
No dia seguinte, pela manhã, Costa visitou Maranhão no apartamento onde ele mora. De lá foi para a Câmara, convocou os jornalistas e anunciou: Maranhão lhe prometera tocar adiante m um pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer, e estudar a possibilidade de anular a votação na Câmara do pedido de impeachment de Dilma. Costa estava eufórico. E comentou:
- Waldir me jurou de pé junto que vai cumprir a Constituição. Se os líderes não enviarem os nomes [para compor a comissão do impeachment de Temer], caberá a nós recorrer ao STF.
A reunião do Alvorada produzira bons resultados. A ponto de na tarde da sexta-feira, deputados ligados a Temer procurarem Maranhão para dizer que o vice-presidente queria falar com ele. Os dois se falaram por telefone quando Temer já estava dentro do jatinho da FAB que o levaria a São Paulo. A ligação não durou mais do que cinco minutos. Temer propôs e Maranhão concordou com um encontro dos dois no domingo à noite, em Brasília.
Naquela mesma tarde, Maranhão visitou Eduardo Cunha na residência oficial do presidente da Câmara, no Lago Sul. No sábado, em jato da FAB, voou para o seu Estado. Mal chegou lá, reuniu-se com o governador Flávio Dino (PC do B), que prometera apoiá-lo como candidato ao Senado em 2018 desde que ele votasse contra o impeachment, como Maranhão o fez. Dino cobrou de Maranhão mais uma ajuda para evitar a queda de Dilma.
Por mais de uma hora, Dino expôs a Maranhão todos os pontos considerados por ele "frágeis" do processo de impeachment. Maranhão ouviu mais do que falou, embora não tenha discordado de nada do que Dino lhe disse. O governador reafirmou o apoio à candidatura dele ao Senado. O encontro terminou com o convite feito por Maranhão para que Dino o acompanhasse na viagem de volta a Brasília, no domingo.
Assim que o jatinho pousou em Brasília, Maranhão e Dino foram jantar no apartamento de Sílvio Costa, onde os aguardava o ministro José Eduardo Cardozo. O grupo comeu e bebeu pelo menos três garrafas de vinho de boa qualidade, e uma de uma cachaça forte à base de mandioca trazida por Maranhão da viagem a São Luís. Em certo momento, já alcoolizado, Maranhão virou-se para Cardozo e disse:
- Chefe, nada posso fazer, mas faço questão de descer a rampa do Palácio do Planalto ao lado da chefa quando ela for embora.
- Quem disse que você não pode fazer nada? - perguntou Cardozo. E, em seguida, explicou o que ele poderia fazer: anular a sessão da Câmara que aprovara o impeachment. Disse como isso poderia ser feito. E ofereceu-se para redigir o ato que Maranhão assinaria como presidente da Câmara em exercício. Maranhão concordou com a oferta na hora. Alegou que não era jurista e que não poderia contar com a ajuda da equipe de técnicos da Câmara.
O ato que ele assinou lhe foi entregue antes do amanhecer de ontem.
Quanto ao encontro com Temer combinado na sexta-feira: Maranhão faltou. E sequer telefonou para se desculpar. Temer procurou-o em vão. Ele também combinara se encontrar com o ex-senador José Sarney (PMDB-MA), aliado de Temer. Faltou ao encontro. Por volta das 21h30 do domingo, Sarney procurou-o para dizer que era tarde e que iria dormir. Em vão.
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