A artista plástica Tomie Ohtake
morreu nesta quinta-feira, 12, em São Paulo, aos 101 anos.
No acervo do Museu Regional
de Arte, em Feira de Santana, tem uma obra de sua autoria desde o início, como
Museu Regional, em 1967. Trata-se da pintura em óleo sobre tela "Amarelo", 1,35
x 99, de 1966 (Foto: Lígia Motta), que faz parte da Coleção Nipo-Brasileira, junto aos artistas Kazuo
Wakabayash (1930-), Manabu Mabe (1924-1997) e Tikashi Fukushima
(19-2001). Coleção que como outras foi doada por Assis Chateaubriand.
Uma lástima que o governo petista não consiga concluir a reforma do Museu Regional de Arte, no Centro
Universitário de Cultura e Arte (Cuca). São mais de três anos com o equipamento
fechado e o público impossibilitado de apreciar os tesouros ali contidos.
Tomie Ohtake teve uma
carreira produtiva, reconhecida e longa. Japonesa que se tornou brasileira com
o tempo, ela foi uma das figuras mais importantes das artes plásticas no
Brasil. Começou a pintar tarde, aos 39 anos, e ficou conhecida com as grandes
esculturas que mudaram a paisagem urbana de São Paulo. Fez mais de 50
exposições individuais e participou de mais de 80 coletivas.
Ela nasceu em 1913,
em Kyoto, no Japão. Veio para o Brasil em 1936, aos 23 anos, e acabou ficando. Em 1968 ela se naturalizou brasileira, já reconhecida no cenário artístico nacional. Em 1969, junto com outros
artistas, ela se recusou a participar da 10ª Bienal Internacional de São Paulo,
em protesto contra o regime militar. Em 1974 recebeu o prêmio de Melhor Pintora
do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte - voltou a ganhar o mesmo
título em 1979, entre outras dezenas de prêmios antes e depois.
Em 2000 foi criado o
Instituto Tomie Ohtake, com sede em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Tem
o objetivo de apresentar e discutir a história e as tendências das artes no
Brasil - não apenas a obra da artista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário