Por Robson
Bonin, na VEJA.com:
Durante muito tempo, o doleiro Alberto Youssef e o engenheiro Paulo Roberto Costa formaram uma dupla de sucesso nos subterrâneos do governo. Enquanto Paulo Roberto usava suas poderosas ligações com os altos escalões do poder e o cargo na diretoria de Abastecimento da Petrobras para desviar milhões dos cofres da estatal, Youssef encarregava-se de gerenciar a bilionária máquina de arrecadação que era usada para abastecer uma trinca de partidos e corromper políticos importantes. Paulo Roberto era o articulador, o cérebro da organização. Youssef, o caixa, o banco. Um apontava os caminhos para assaltar a estatal. O outro era o encarregado dos malabarismos contábeis para fazer o dinheiro chegar aos destinatários da maneira mais segura possível, sem deixar rastros. Em março deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava-Jato, que tinha o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro, a dupla caiu na rede. O que ninguém imaginava - nem mesmo os policiais - é que, a partir das informações dadas pelos dois criminosos, uma monumental engrenagem de corrupção, talvez a maior de todos os tempos, começaria a ruir.
Durante muito tempo, o doleiro Alberto Youssef e o engenheiro Paulo Roberto Costa formaram uma dupla de sucesso nos subterrâneos do governo. Enquanto Paulo Roberto usava suas poderosas ligações com os altos escalões do poder e o cargo na diretoria de Abastecimento da Petrobras para desviar milhões dos cofres da estatal, Youssef encarregava-se de gerenciar a bilionária máquina de arrecadação que era usada para abastecer uma trinca de partidos e corromper políticos importantes. Paulo Roberto era o articulador, o cérebro da organização. Youssef, o caixa, o banco. Um apontava os caminhos para assaltar a estatal. O outro era o encarregado dos malabarismos contábeis para fazer o dinheiro chegar aos destinatários da maneira mais segura possível, sem deixar rastros. Em março deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava-Jato, que tinha o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro, a dupla caiu na rede. O que ninguém imaginava - nem mesmo os policiais - é que, a partir das informações dadas pelos dois criminosos, uma monumental engrenagem de corrupção, talvez a maior de todos os tempos, começaria a ruir.
VEJA revelou que Paulo Roberto Costa, o primeiro a assinar o
acordo de delação com a Justiça, entregou às autoridades o nome de mais de
trinta políticos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras, entre eles
três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25
deputados federais, além de Antonio Palocci, o coordenador da campanha presidencial
de Dilma Rousseff em 2010, que pediu 2 milhões de reais ao esquema. O
ex-diretor forneceu o nome dos corruptos que se locupletavam do dinheiro
desviado e das empreiteiras que contribuíam com a arrecadação da propina - um
golpe já considerado letal na estrutura da organização criminosa. Se as
revelações do ex-diretor - muitas ainda desconhecidas - já provocaram um
cataclismo, o que está por vir promete um efeito ainda mais devastador. Alberto
Youssef, o caixa, decidiu seguir o parceiro e contar o que sabe. E, nas
palavras do próprio doleiro, o que ele sabe "vai chocar o país".
Além de confirmar que o dinheiro desviado da Petrobras era usado
para sustentar três dos principais partidos da base aliada - PT, PMDB e PP -,
Youssef se colocou à disposição para fechar o elo da cadeia de corrupção,
fornecendo as contas no exterior, as datas de remessa e os valores repassados a
políticos e autoridades que ele tinha como clientes. Youssef disse às
autoridades que, durante o tempo em que operou o banco da quadrilha, por quase
uma década, tomou o cuidado de esconder em um local seguro documentos que
mostram a origem e o destino das cifras bilionárias que movimentou. É o que ele
garante ser a verdadeira contabilidade do crime - um inventário que está
escondido em um cofre ainda longe do alcance das autoridades brasileiras. O
acervo é tão completo que incluiria até os bilhetes das viagens que
demonstrariam o que os investigadores já apelidaram de "money delivery", o
dinheiro entregue em domicílio.
Fonte:
"Blog Reinaldo Azevedo"
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