Por Reinaldo Azevedo
Marina Silva e Dilma Rousseff polarizam o debate presidencial
promovido pela Jovem Pan, Folha, UOL e SBT. Sempre que possível, uma faz a
pergunta à outra. E, no embate, Marina sai vencedora. Parece mais segura, fala
com mais fluência, parece mais treinada para o debate. E tem dois confortos que
faltam a Dilma: está em ascensão nas pesquisas e não tem de defender a cidadela;
vale dizer: a ex-senadora joga no ataque, e a atual presidente, na defesa.
Dou um exemplo de uma Dilma mal treinada para enfrentar uma Marina
muito afiada. A petista quis saber por que o programa da candidata do PSB
dedicou apenas uma linha ao pré-sal. Marina, claro!, declarou a importância do
petróleo, mas exaltou a busca de novas fontes de energia e aproveitou para
atacar os desastres na Petrobras. A petista ficou sem resposta.
Quando chegou a vez de Marina perguntar, mandou ver: Dilma não
cumpriu a promessa de fazer o Brasil crescer com inflação baixa. O que deu
errado? A petista afirmou que responderia o que deu certo. Na tréplica, a
adversária contra-atacou: afirmou que a petista tem dificuldades de reconhecer
os problemas do governo. Ganhou de novo.
Aécio Neves teve um ótimo desempenho. Falou com fluência e
segurança, mas não foi um dos polos do debate. Num embate com Dilma, ficou
claro que os petistas sabem bater em tucano - hoje uma tática meio suicida -,
mas não sabem o que fazer com Marina.
O tucano indagou por que o governo federal investiu tão pouco em
segurança pública. Sem agressão ou ataque. Na resposta, Dilma disse que ele tem
memória fraca, é mal informado e não estudou direito. Vale saber: a
candidata do PT sabe ser dura com quem, se a eleição fosse hoje, seria
derrotado por ela. Mas não tem o que fazer com uma Marina que sairia vitoriosa.
O PSDB está numa situação muito difícil, e o PT está absolutamente perdido.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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