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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Juraci Dórea na 3ª Bienal da Bahia


Após uma lacuna de 46 anos, tempo decorrido desde o fechamento da 2ª Bienal de Artes Plásticas pelo regime militar, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), junto com a Secretaria de Cultura do Estado, lançaram a 3ª Bienal da Bahia, que ocorrerá entre os dias 29 de maio e 7 de setembro deste ano.
Com uma programação que se estende por 100 dias, a  Bienal apresenta ao público exposições, ciclos de cinema, performances, atividades educativas e conversas públicas, envolvendo cerca de 150 artistas e 200 obras espalhadas por  Salvador e outras nove cidades do interior.
Indo além de um circuito artístico baseado apenas em exposições, a terceira edição marca o retorno da Bienal da Bahia com um importante resgate de sua história e memória, sem deixar de lado a necessidade de atualizar as intenções originais das primeiras edições do evento.
Construída em torno da questão "É tudo Nordeste?", a 3ª Bienal se debruça sobre a experiência cultural e histórica nordestina a partir de uma perspectiva baiana, abrindo novos canais de diálogo com o resto do Brasil e a cena artística mundial.
Destaque-se que a 3 ª Bienal da Bahia está sendo desenvolvida  por um  grupo de curadores de diferentes partes do Brasil e com experiência em grandes eventos nacionais e internacionais. Marcelo Rezende (escritor, crítico e diretor do MAM-BA), Ayrson Heráclito (artista visual e professor) e Ana Pato (pesquisadora e ex-diretora executiva da Associação Cultural Videobrasil) formam o conselho curatorial. A equipe se complementa com a presença de Fernando Oliva (crítico e pesquisador) e Alejandra Muñoz (professora e pesquisadora), curadores adjuntos.

O MAM e a Bienal

Desde março de 2013, o Museu de Arte Moderna da Bahia tem realizado uma série de encontros, palestras e atividades que proporcionam o debate sobre os modelos de Bienais existentes no Brasil e no mundo, ampliando a discussão sobre qual seria o formato mais propício para o cenário baiano atual. Com a proposta de fornecer um espaço para a discussão de plataformas e iniciativas que contribuam para a 3ª Bienal da Bahia, as ações reuniram diferentes públicos, que puderam compartilhar opiniões e conhecer um pouco mais sobre a história da arte mundial.
Uma dessas ações foi o projeto MAM Discute Bienal, que reuniu artistas, urbanistas, pesquisadores e professores, entre eles Alba e Chico Liberato, Alejandra Muñoz, Gaio, Lia Robatto, Luciana Vasconcelos, Ieda Oliveira , Juarez Paraíso, Juraci Dórea, Vauluízo Bezerra e Zé da Rocha. Cada encontro colocava em foco um tema diferente, sempre relacionado ao cenário artístico-cultural e à organização de uma Bienal.
Juraci Dórea
O arquiteto e artista feirense Juraci Dórea revelou que o maior desafio em criar a identidade visual da Bienal foi representar a Bahia. "A Bahia é múltipla, rica, não se resume a Salvador. Tive que voltar o olhar para dentro de mim. A escolha das peças foi o mais complicado", comenta.
Além de ter criado a identidade visual, Juraci Dórea vai realizar mais uma edição do "Projeto Terra" durante a Bienal. O objetivo é levar para o sertão baiano esculturas ou instalações de madeira e couro que dialoguem com o cotidiano desses locais. "É uma forma de devolver para aquelas pessoas da região a experiência que conduzia toda a minha vida", considera.
O artista já participou das Bienais de São Paulo (1986), Veneza (1988) e Havana (1989). A última expedição do Projeto Terra foi realizada por conta do filme documentário "O Imaginário de Juraci Dórea no Sertão: Veredas", de Tuna Espinheira, que também fará parte do circuito da Bienal.

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