Por Carlos Brickman
A presidente da Petrobras,
Graça Foster, disse que a empresa perdeu US$ 530 milhões com a compra da
refinaria de Pasadena, no Texas, EUA. "Definitivamente não foi um bom negócio".
O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, acha que foi um bom
negócio e que a refinaria de Pasadena dá lucro.
São duas opiniões, de duas
pessoas que têm experiência no negócio. São opiniões divergentes; mas numa
democracia é normal a divergência de opiniões.
Só
que números são números. Segundo Gabrielli, a Petrobras pagou US$ 486 milhões
pela Refinaria de Pasadena. Segundo Graça Foster, a Petrobras pagou US$ 1, 25
bilhão.
Há uma diferença de
valores, entre o ex-presidente e a presidente atual, de US$ 764 milhões. Número
não é opinião, não admite divergências. No caso de Pasadena, um dos dois está
errado - muito, muito errado.
Diz a regra do jogo
político que, antes de mentir, é preciso combinar direitinho com os demais
participantes, para que todos mintam a mesma mentira. Essa precaução elementar
foi esquecida: a diferença de um número para outro é escandalosa, tão
escandalosa que não pode ser explicada como um simples engano. Alguém está
querendo enganar a opinião pública. Sem entrar no mérito da questão, já que não
entende nada de petróleo, este colunista lembra que Sérgio Gabrielli é
político, hoje secretário de Estado na Bahia, e foi um dos aspirantes petistas
ao Governo baiano (o escolhido acabou sendo outro secretário, Rui Costa). Graça
Foster não é política, mas funcionária de carreira da Petrobras.
Relembrando
A Refinaria de Pasadena foi comprada pela Astra Oil, belga, em 2005, por US$ 42,5 milhões. Em 2006, a Petrobras comprou metade da refinaria, pagando à Astra US$ 326 milhões (segundo Gabrielli, presidente da empresa na época) ou US$ 360 milhões, "pelo menos" (segundo Graça Foster, presidente da empresa, hoje). O valor inclui metade do estoque de petróleo de Pasadena. Em 2012, a Petrobras comprou a outra metade da refinaria, por US$ 820,5 milhões.
A Refinaria de Pasadena foi comprada pela Astra Oil, belga, em 2005, por US$ 42,5 milhões. Em 2006, a Petrobras comprou metade da refinaria, pagando à Astra US$ 326 milhões (segundo Gabrielli, presidente da empresa na época) ou US$ 360 milhões, "pelo menos" (segundo Graça Foster, presidente da empresa, hoje). O valor inclui metade do estoque de petróleo de Pasadena. Em 2012, a Petrobras comprou a outra metade da refinaria, por US$ 820,5 milhões.
Bom negócio, segundo
Gabrielli; definitivamente, não foi bom negócio, segundo Graça.
Fonte: coluna de Carlos Brickmann
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