No inicio do século XX, o cinema era considerado, pela elite cultural,
como arte das feiras, como espetáculo para as massas e passatempo dos
iletrados. A fim de promover um distanciamento desta compreensão para
aproximá-lo e integrá-lo à categoria das Belas Artes, como a música, a pintura,
a escultura, a arquitetura, a poesia e a dança, Ricciotto Canudo (1879-1923),
poeta, filósofo, romancista, ensaísta, crítico e produtor cultural italiano,
publicou, em Paris, em 1923, o Manifesto da Sétima Arte, como conta Fátima
Maria Neves.
Esta publicação, com este interesse, não foi uma iniciativa isolada de
Canudo. Em 1913, ele já tinha criado a revista "Montjoie", especializada em
arte, principalmente no desenvolvimento do debate sobre a especificidade e a
vocação do cinema.
Inserido no meio cultural aproximou-se do escritor e crítico de arte
francês Guillaume Apollinaire (1880-1918), dos pintores e escultores Georges
Braque (1882 -1963) e Pablo Picasso (1882-1973), e do compositor Joseph-Maurice
Ravel (1875-1937).
Com essas e outras relações, fundou, em 1920, o Clube dos Amigos da Sétima
Arte. Canudo também publicou o livro "A Fábrica das Imagens", em 1927.
O ideal de Ricciotto Canudo era demonstrar o Cinema
como uma arte "síntese", uma arte total, que conciliava todas as outras artes.
Assim, é a Canudo Ricciotto que se atribui à cunhagem da tão utilizada
expressão do cinema como sétima arte.
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