Por Reinaldo Azevedo
Se eu não soubesse que a Irmandade Petista aguarda só o melhor
momento para, se possível, golpear a democracia - ainda que recorrendo a
instrumentos que o próprio regime democrático fornece -, seria o caso de sentir
pena da presidente Dilma Rousseff e da turma. Estão num mato sem cachorro.
Como vocês viram, depois de se encontrar com José Eduardo Cardozo,
ministro, vá lá, da Justiça, e Aloizio Mercadante, ora alçado à condição de
primeiro ministro, sem hífen, ao menos no coração de Dilma, Michel Temer
sepultou a possibilidade de o plebiscito valer já para a eleição de 2014. E ele
deixou claro: se houver plebiscito! Segundo considerou, não sem razão, o
Congresso pode fazer a reforma. Não será por falta de proposta.
Muito bem: quatro horas depois, Temer emitiu uma nota, com a
chancela da Vice-Presidência da República, negando que o governo tenha
desistido do seu intento. Está escrito lá: "O governo
mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere
o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014".
Quatro horas antes, afirmou aos jornalistas: "Não há
mais condições - e vocês sabem disso - de fazer qualquer consulta antes de
outubro. E, não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer
reforma que venha só se aplicará para as próximas eleições, e não para essa".
Entre uma declaração e outra, houve um piti da presidente. Achou
que foi desautorizada. Pois é… Um tema dessa importância, vejam vocês, está
submetido a essa lambança.
O governo está mais perdido do que cachorro caído de mudança no
meio de um protesto contra… tudo isso que está aí!
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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